@tayrequiao 04/03/2024Daqueles livros que te fisgam logo no começo?O centro não cai se a periferia não for conquistada.
É esse o pensamento por trás do movimento religioso (e também estratégico) de conquista e domínio pelos templos / igrejas das pequenas cidades e vilarejos do Brasil.
O objetivo é claro: aproveitar a ausência do Estado, que deixa grande parte da população desamparada e sem perspectivas, para, apresentar uma salvação ou, ao menos, uma justificativa divina para todo o sofrimento passado, ganhando com isso confiança e poder.
Mas, quais as consequências desse movimento? A resposta a essa pergunta é justamente o que vai conduzir a história de "Caminhando com os mortos", livro da Micheliny Verunschk, ganhadora do Prêmio Jabuti em 2022.
Se você está procurando ler mais autores nacionais, adicione esse livro a sua lista!
Esse é daqueles livros que te fisgam logo no começo e que você simplesmente não quer parar de ler até descobrir tudo o que está por trás dessa história. E, acredite, tem muita coisa!
Verunschk vai, com essa história curtinha, te fazer pensar:
? até que ponto o fanatismo religioso e a intolerância com o diverso são capazes de destruir e machucar
? como as religiões possuem um papel central na história de conquista e destruição de povos, suas crenças, seus costumes e rituais
? sobretudo como esquecemos que os líderes religiosos são, assim como nós, falhos e, portanto, humanos
Se você gosta dessa temática, não posso deixar de indicar também o "Eu, Tituba, Bruxa negra de Salem", obra da Maryse Condé e um dos meus livros favoritos de 2020.
Lourença, Celeste e Tituba têm muito a contar.
Espero que você esteja disposto(a) a ouvi-las.