Wania Cris 15/04/2024As guei, elas não têm um dia de paz elas...Tentando esgotar as opções de leituras da Audible peguei esse romance LGBT ju-ra-no que era fofim. Olha, até que era, mas...
Ambientado nos anos 50 já não dava pra esperar muito favorecimento ao romance e, realmente, não teve, mas o autor conseguiu estabelecer uma áurea de romance tão, mas tão gostoso que não dava pra não torcer para Pietro e Rafael. A descoberta da sexualidade desses, em conjunto, foi linda a ponto de ser quase palpável. Iludidos? Que adolescente não é? Mas, era uma coisa tão pura, tão fascinante que só moralismo, mach1smo e hom0fobia poderia destruir. Poucas coisas mudaram ao longo só tempo.
O desenvolvimento é delicioso, porém o autor se perdeu um pouco nas referências históricas. Na década de 50 não havia uma cobrança ou mesmo esperança de ascenção ao curso superior para os trabalhadores da classe C. O mais provável é que Pietro nem estivesse na escola mais. Também não era esperado que uma mulher como Mariana tivesse essa ideação. Ainda sobre a época, o nome Pietro soa mesmo destoante, Pedro seria mais cível e igualmente bonito. Essas pontinhas não tiram a beleza da trama, pode até fazer com que a gente olhe meio de lado (?), mas não é motivo para abandono. O final ficou além do fim do livro, dava pra dar uma cortada. Não sei se é a primeira obra do autor. Se for, prevejo uma carreira de muito sucesso pra ele e certamente hei de ler o que mais ele escrever.
A narração Márcio Fonseca também está muito agradável. Há algumas falhas na leitura, como quando a gente coloca um ponto final antes do fim da frase, mas a voz dele é linda e consegue impor emoção na leitura. Se for o início dele na narração, vai muito longe ainda!
Oh, Rafael... Um tiquinho de coragem, sabe? ?