Ally 17/02/2024
Tocante, envolvente e me tirou muitas lágrimas.
Tenho uma dificuldade muito grande com duas coisas que permeiam esse livro: protagonistas adolescentes e releitura de clichês. Normalmente, esses tipo de personagens jovens me cansam, me estressam e tiram muito do brilhantismo da trama, o que leva as releituras de clássicos, é bem fácil cair na previsibilidade ou no absurdo.
Mas aí entra o primeiro encanto de Sal e Açúcar, o livro utiliza de maneira encantadora o fundo de rivalidade e todos os nomes e questões de Romeu e Julieta. É muito fácil entrar nesse universo, imaginar as diferenças entre as padarias, entender as picuinhas, se jogar nessa disputa, e sendo honesta, como filha de confeiteira, eu sei bem como esse ambiente é cheio de pressões e como brigas pequenas viram grandes coisas, boatos correm solto e fofoca é uma pragaaaaa
Esse fato, o da minha mãe ser da área, foi o que inicialmente me levou a abrir o livro, mas foi o modo sensível de carregar o luto, a relação cheia de percassos e consentimentos entre mãe e filha que me fizeram ficar. Foi a maneira fofa e simples que Pedro e Lari se apaixonam que me deixaram encantada e torcendo por esse amor. Os diálogos fluidos entre amigos, a maturidade com deslizes pela idade, os sonhos, os medos, tudo isso me fez submergir no universo do livro, me fez querer passar uma tarde no Vozes e depois ir lanchar na Sal, pegar um docinho na açúcar antes de ir para casa.
Eu chorei tanto, não haviam soluços nem algo escandaloso, mas constantemente meus olhos faziam cair lágrimas e mais lágrimas, há tantos momentos sensíveis e tocantes, em certo momento me perguntei se estava chorando já por osmose, essa história me tocou muito, em vários sentidos, lembrei da minha avó, várias coisas me trouxeram para minha própria família e acho que não há nada que eu tenha desgostado.
Virou um favorito, obrigada por trazer ao mundo Sal e Açúcar!