spoiler visualizargiulia.0 23/12/2022
Começo essa resenha com muita tristeza, eu tinha GRAAAAANDES expectativas e estava tão ansiosa pra essa leitura, que a decepção que eu senti lendo foi muito grande. Preciso mencionar que a escrita da autora é ótima e não tenho qualquer intenção de ofendê-la com a minha resenha, mas ao mesmo tempo preciso ser honesta quanto à minha experiência nesse livro. Deixo claro também que conterá spoilers, então fiquem cientes disso.
Bom, Entre Naipes é um reconto de Alice no País das Maravilhas, uma fantasia que conta a história da Chapeleira Ragni, que acaba de ser convocada para ser a nova chapeleira da Rainha de Ouros, a Sigrid, com quem seu próprio pai já trabalhou no passado e relatou ser um período horrível em sua vida, mas eventualmente o livro acaba tomando outros rumos e aborda jogos políticos e muito mais.
A premissa é boa, e tinha tudo para ser um livro que eu com certeza amaria. Só que não foi.
O começo do livro é bastante arrastado, com uma narrativa pouco eletrizante. Para ser honesta, a leitura só se torna mais fluída e instigante lá pela metade do livro, nos seus 40-50%, onde a ação começa a acontecer e você se vê querendo saber o que vai desenrolar.
A Ragni em si não foi uma protagonista que eu me apeguei ou me peguei torcendo para que as coisas dessem certo para ela. Acho que foi uma personagem muito inconsistente e contraditória, a cada capítulo ela dizia e fazia coisas completamente diferentes do que tinha se proposto a fazer, e isso me irritou MUITO. O que eu falei vale para o momento íntimo ? bastante repentino e meio ?? ? que ela teve com a Sigrid e para o próprio relacionamento dela com a Yuna. De um modo geral, acho que não houve nenhum personagem que eu me apaixonei ou que cativou minha atenção. A Korin e o Chesire foram os personagens que mais se aproximaram disso por serem muito carismáticos.
Falando na Ragni com a Yuna, não senti que houve um desenvolvimento entre as duas, tampouco química também. Mas o que me deixou confusa foi como os sentimentos da Ragni eram extremamente confusos e inconsistentes, não faziam sentido nenhum. E mesmo no final, eu continuei sem sentir uma química ou algo que me deixasse feliz pelas duas terem ficado juntas.
O motivo da Sigrid querer sua morte também foi algo que não teve uma explicação, apesar de eu supor que provavelmente ela tenha flagrado a Ragni com a Yuna e ficou com o ego inflamado. A Rainha Evangeline e o Reino de Espadas nunca foi apresentado no livro, então fiquei perdida com a Parte de Espadas, quando na verdade a Ragni e a Edda estavam na Ilha.
Mas o que mais me deixou decepcionada realmente foi o desfecho. O livro demorou pra acontecer e se detalhou em coisas que não tiveram muita necessidade, mas quando era realmente preciso uma maior atenção nos detalhes, tudo aconteceu muito rápido, como se tivesse sido apenas jogado e pronto. Tá aí o final feliz. O último capítulo foi uma bagunça para mim, não entendi como as Rainhas foram mortas e nem como a Ragni e a Edda estavam à salvo, muito menos o papel de Chesire nessa trama toda. Sem contar que o próprio epílogo também não esclarece o que aconteceu com os outros Reinos e os personagens também.