Descolonizando afetos

Descolonizando afetos Geni Núñez




Resenhas - Descolonizando afetos


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Hort 24/06/2024

Geni traz para a discussão dois conceitos que são distorcidos quando se trata do senso comum: poliamor e não monogamia!
Ler esse livro me fez refletir sobre as relações amorosas que venho constituindo ao longo da vida.. Não ter uma relação padrão como centro da própria vida me traz a sensação de liberdade? E é basicamente sobre isso que esse livro se trata! Só leiam!
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Marcelo Costa 24/06/2024

Compreender a influência do processo colonizador na formação dos afetos é algo importante para que possamos enxergar de quais maneiras os códigos sociais, restritos a padrões rígidos, confrontam a imensa diversidade de perspectivas sobre o amor. É fundamental exercitarmos a desconfiança de ensinamentos rígidos que nos foram ensinados como sendo justos em nome do "bem".

Com linguagem acessível, a autora da obra propõe um diálogo e reflexão com os leitores sobre como as perspectivas indígenas se inserem no debate sobre a não monogamia. Através de referências acadêmicas, históricas e fatos do cotidiano, ela explica que a monogamia não se refere apenas à quantidade de parceiros em uma relação, mas também está vinculada à questão da "posse" do outro. Em um relacionamento monogâmico, a indissolubilidade do vínculo e a abdicação da autonomia das pessoas envolvidas são frequentemente exigidas, podendo ser reforçadas por comportamentos machistas. Essa dinâmica, por sua vez, torna-se um elemento motivador para a prática de violências, principalmente contra mulheres.

A autora deixa claro que o propósito da obra não é ser a única voz no debate sobre a não monogamia, nem tampouco generalizar as percepções indígenas sobre o tema. Seu objetivo principal é fazer com que os leitores compreendam a monogamia como um fenômeno social presente e reconhecido nos ordenamentos jurídicos. Através da obra, ela propõe reflexões sobre a necessidade de enxergar as relações para além do viés do amor romântico, validando também outras formas de relacionamentos. É importante salientar que o livro não se configura como um manual de aconselhamento ou como imposição de formas ideais de relacionamento. Ao contrário, ele propõe desafiar as crenças do senso comum sobre a criação de vínculos e afetos. Diante do exposto, considero a obra como uma contribuição inovadora no panorama nacional sobre o tema abordado.
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Sarah Duarte 22/06/2024

A vida em tropismos
Há algum tempo eu venho colecionando textos da Geni Núñez. Agora, o ?Descolonizando afetos? entrou pra estante de livros do meu coração. Fluido, sensato, simples, direto e poético, a psicóloga alinhava os percursos das relações amorosas mesclando a teoria com a sabedoria da experiência; metáforas e comparações com a natureza. A minha expressão preferida da vida é a ?artesania dos afetos? porque não tem nada tão humano e artesanal quanto a construção das nossas relações humanas. Que, como um girassol, possamos buscar o nosso ?sol? (o tropismo) em busca do bem viver, da compreensão e da serenidade de que estamos onde e como podemos estar. ?Nessa fagulha de tempo conseguimos estar, um pouquinho que seja, em paz conosco, mesmo que as guerras continuem?.
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Yara 21/06/2024

Bem bom. Acho que apesar de não praticar a não monogamia, é importante ter noção dos conceitos e do que pode ser modificado pra refinar a arte de se relacionar.
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Tamara 20/06/2024

Descolonizando afetos é um livro que nos convida a repensar paradigmas, que por vezes temos como dados e/ou sólidos. Afinal, muitas das nossas certezas foram subjetivadas, a partir de uma narrativa colonizadora, branca e eurocentrica. O livro não fala apenas de não monogâmica no sentido relações sexo afetivas. Mas sim, no nosso relacionar, como amizades, família, e outros afetos. Por que precisamos de um parceiro/a/e? E se buscamos tais relações, por que esse indivíduo tem de ser o centro da vida? Por que as mulheres (principalmente as não brancas) tem de desempenhar esse lugar do cuidado e gestão de tudo? Por que as amizades e outros afetos ficam de lado, quando existe um relacionamento?
Esses são apenas alguns dos questionamentos e um convite a leitura desse livro tão singular e importante, no que tange pensarmos nas múltiplas formas de amar.
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Talita342 20/06/2024

O livro aborda a polêmica da não monogamia, revelando que, muitas vezes, vivemos essa realidade sem perceber, pois tendemos a confundi-la com poligamia. O mais interessante é a desmistificação da ideia de que todas as relações interpessoais estão ligadas ao sexo.

A leitura abriu muito a minha visão, mostrando que nossos afetos podem ir além do âmbito sexual. Com isso, percebemos que uma única pessoa não pode suprir todas as nossas necessidades emocionais e, assim, temos várias relações que atendem diferentes aspectos de nossa vida.

Além disso, o livro traz uma perspectiva histórica sobre a função da monogamia ao longo dos anos
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Fernanda.PantaleAo 15/06/2024

Um livro para considerar muita coisa
Desde o início o livro deixa pontuado considerações de que está tudo bem não concorde e demonstra see bem inclusivo.
Importante para repensar conceitos e formas de ver a vida.
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ludcohen 10/06/2024

Uma leitura muito interessante sobre não monogamia. Mesmo quem não se considera não monogâmico consegue tirar lições valiosas e muito válidas sobre o assunto. É interessante a forma como Geni traz que a monogamia não se trata de um estilo de relacionamento, mas de uma forma de opressão, em especial contra mulheres em relacionamentos heterossexuais. Fiquei com vontade de ler mais sobre o assunto nessa perspectiva social e cultural, pois frequentemente ele é tratado como uma escolha individual, o que eu não acredito que seja uma perspectiva interessante ou que traga algum impacto positivo no discurso.
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Diego 10/06/2024

Um ponto de vista guarani sobre a monogamia
A autora apresenta pontos de vista sobre a monogamia que eu nunca havia sido apresentado antes.

Primeiramente, realiza uma discussão sobre o significado do termo. Embora a palavra seja usada com significados diversos, o seu significado mais antigo diz respeito a um casamento apenas ao longo da vida, algo consagrado pelo bordão "até que a morte os separe". Era esse significado usado pelos jesuítas quando chegaram ao continente americano e se chocaram com os hábitos amorosos indígenas. Os guaranis tinham relações de "um pra um", mas não eram considerados monogâmicos, pois essa relação não necessariamente durava a vida toda e acabava quando um dos parceiros não quisesse mais. Segundo ela traz, Anchieta destacou que não haviam violências decorrentes do ciúme masculino, algo frequente na sociedade europeia.

A "pauta de moral e de costumes" afligia mais aos jesuítas do que a escravidão e o homicídio. Por isso, o processo de catequese envolveu inculcar na cabeça dos indígenas a monogamia, incluindo aí a noção de que a nudez tinha um cunho sexual e deveria ser exclusividade entre os cônjuges.

A autora também discute o significado e as implicações da monogamia e de outras formas de amar. Na cosmogonia europeia a relação amorosa entre dois parceiros é centralizada na exclusividade do ato sexual e isso se desdobra em vários aspectos da relação, tornando outras relações secundárias Cria-se a partir disso o amor romântico, que pode ser sintetizado na metáfora de que cada panela tem sua tampa. Logo, amor verdadeiro é aquele no qual as pessoas possuem os mesmos interesses, fazem as mesmas coisas, etc. Assim, uma amizade é bem vinda, desde que não seja vista como um empecilho ao romance do casal. Cria-se uma dicotomia entre a vida de solteiro e a vida de casado e essa relação gera uma série de obrigações, principalmente para as mulheres, que gastam boa parte do seu dia realizando ações para cuidar da casa, etc. E essa cosmogonia cristã se pretende exclusiva, por isso outras formas de família e de afeto são vetadas em lei. O divórcio só passou a valer no Brasil há poucas décadas. Se a pessoas tiver duas relações estáveis e falecer, só um dos parceiros será reconhecido, pois, para os efeitos da lei, a pessoa só pode estar em uma relação por vez.

Em outras cosmogonias as coisas podem ser diferentes. Não necessariamente a relação amorosa precisa ser exclusivamente sexual. Cada pessoa tem liberdade para escolher e configurar seus relacionamentos como melhor lhe servir. Por isso, ao invés de uma monocultura amorosa, há uma "artesania relacional". As relações vão sendo construídas de formas singulares. Duas pessoas podem se amar sem que isso gere obrigações de exclusividade. E, por não haver a centralidade na sexualidade, uma pessoa pode estar em um relacionamento amoroso com a terra, com o rio, com as plantas.

Além disso, há outra forma de parentalidades que levam a outras maneiras de compartilhamento dos trabalhos.

Em uma concepção dos colonizadores, a não monogamia tem sido (re)descoberta recentemente, porém, muitas vezes a ênfase é colocada no número de parceiros, mas o pensamento monogâmico é transportado para essas outras relações, por isso algumas pessoas dizem que dá muito trabalho se relacionar com mais de uma pessoa, pois percebem que ao se relacionarem com duas ou mais pessoas, terão diversas obrigações com todas elas.

Em outras cosmogonias, nas quais a relação amorosa não possui uma carga romântica ou de obrigação da exclusividade sexual, e nas quais há outras formas de parentalidades e de relações amorosas, que ajudam a distribuir o trabalho e que compartilham as obrigações nos cuidados com as crianças, as relações amorosas não implicam em mais trabalho.

Por fim, a autora apresenta como a perspectiva decolonial pode aportar em diversas discussões, principalmente para grupos que são marginalizados. Mulheres não-brancas, cis ou não, costumam absorver boa parte do trabalho doméstico e a monogamia resulta em uma carga de trabalho extra. Pessoas neurotípicas são vistas desde um estereótipo que lhes colocam em extremos, ou como pessoas manipuladoras, ou como ingênuas e incapazes, etc. A discussão decolonial da não monogamia e de outras formas de construir afetos, se conjuga com várias outras discussões igualmente importantes.
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Alex Corrêa 07/06/2024

Mudou minha vida
Leitura obrigatória, nos faz ter várias reflexões, mesmo não sendo não monogâmico, é super válido.

Os poemas são lindíssimos
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Marcelo 02/06/2024

Resenha publicada no Booksgram @cellobooks ?
"Descolonizando Afetos: Ensaios sobre amor e colonialidade", de Geni Nunez, é uma coletânea de ensaios que explora a interseção entre afetos, amor e as dinâmicas de poder impostas pela colonialidade. A autora, uma escritora e pesquisadora brasileira, propõe uma análise crítica sobre como o colonialismo não apenas dominou territórios, mas também colonizou emoções, afetos e relações interpessoais.

O livro investiga como o colonialismo moldou as formas de amar e se relacionar, perpetuando hierarquias e opressões que ainda hoje influenciam a maneira como as pessoas se conectam umas com as outras. Nunez argumenta que a colonialidade impôs modos específicos de sentir e expressar afeto, marginalizando formas de amor e relacionamento que não se conformam às normas eurocêntricas e patriarcais.

Ao longo dos ensaios, Nunez explora temas como a descolonização do amor, a resistência afetiva e a reconstrução de laços comunitários e ancestrais e relações não monogâmicas. Ela destaca a importância de recuperar e valorizar saberes e práticas afetivas indígenas, afro-diaspóricas e outras formas de conhecimento subalterno, que oferecem alternativas às narrativas coloniais hegemônicas.

Nunez utiliza uma abordagem interdisciplinar, combinando teoria crítica, estudos decoloniais e experiências pessoais para iluminar as maneiras pelas quais os afetos podem ser descolonizados. Ela propõe que a descolonização dos afetos é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, onde todas as formas de amor e relacionamento sejam reconhecidas e respeitadas.

"Descolonizando Afetos" é uma obra que desafia os leitores a repensarem suas próprias percepções e experiências de amor e afetividade e a monogamia, incentivando uma reflexão profunda sobre como podemos desconstruir as influências coloniais e construir relações mais autênticas e libertadoras. A linguagem do livro é bastante simples e fluida, o que faz com que o tema seja encarado de forma leve e acessível. Vale a leitura.
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Leeh 29/05/2024

Descolonizando afetos
Uma leitura incrível! Me fez abrir os olhos sobre diversas coisas que antes não tinha muito conhecimento.
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Jessica1248 26/05/2024

Amei a escrita da Geni Núñez!! É um livro que trouxe paz à incompreensão que senti pela forma como penso e trato os meus afetos (que estão tão fora do padrão da monocultura). Nos faz enxergar que ter uma prática relacional com cuidado e afeto vai além de vínculos românticos ou familiares.

O livro põe em cheque tudo o que entendemos como relacionamento e amor, a partir de uma narrativa histórica e cultural. O que está por trás do nosso pensamento colonizado!?

Ao discorrer sobre diversos temas, a autora discute possibilidades de enfrentamento libertadoras, que não visam condicionar o leitor dentro de uma verdade absoluta, mas de uma verdade que busque construir respostas éticas.

?É preciso desorientar-se do caminho reto para desfrutar de outras errâncias.?
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moedasebotoes 25/05/2024

um ótimo livro para quem deseja aprender mais sobre a monogamia e a não-monogamia. aborda não só os temas já citados, como também vários preconceitos e como eles estão relacionados com os tipos de relacionamentos. recomendo para quem deseja aprender mais sobre formas de afetos, sobre preconceitos e, como o título diz, sobre a descolonização.
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Adriana Procópio 20/05/2024

Sensacional
Um guia básico pra entender não só as relações, mas a configuração da sociedade e também ser acolhide.
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