Paulo 08/01/2022
Segunda vez e meia que leio esta batalha. Esta última vez foi uma releitura indecisa para prestar a FUVEST, no entanto, decidi terminar mesmo não indo para a segunda fase do vestibular. Terminei para poder definir como uma nova releitura completa e porque quando se melhora mais e mais sua interpretação de texto e, principalmente, interpretação de poesia, afinal sou um árduo leitor diário de poesia e poetastro, é possível não ficar fascinado por essa espécie de epopéia de diferentes rirmos com um tema tão específico?
Cada vez que eu seguro esse livro, fico indignado com o tamanho, qualidade e esforço dessa obra prima, me pergunto como é possível que alguém tenha escrito isso no século XX, e me parece ser a única obra que se alarda com as características que mencionei, afinal, uma epopéia, para nós leigos, não é algo que se fazia somente há tantos séculos? Talvez Fernando Pessoa tenha feito algo muito similar em capacidade em "Mensagem", que não li e tenho pouco interesse, uma vez que enquanto a epopéia de Meireles é uma ode a um movimento insurreicionário, a de Pessoa é uma desprezível exaltação patriótica dos colonizadores.
Essa edição contém um texto de uma conferência de 1955 em que Cecília explica o longo processo de criação dessa obra.
Cecília Meireles era definitivamente uma das melhores poetas contemporâneas de língua portuguesa, essa obra é um atestado de competência.