Auto da Compadecida

Auto da Compadecida Ariano Suassuna




Resenhas - Auto Da Compadecida


1923 encontrados | exibindo 76 a 91
6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 |


Thiago 10/08/2021

Apaixonado
Assisti ao filme inúmeras vezes, porém, ao ler a obra, senti como se fosse o primeiro contato com ela.

Durante a leitura, me peguei rindo e refletindo sobre os "pequenos" absurdos, além de conseguir visualizar e "ouvir" a voz de cada personagem interpretada no filme, podendo sentir aquele gosto suave de infância e inocência.

E como isso é possível? Não sei. Só sei que foi assim!

Incrível.
Taty 11/08/2021minha estante
Aconteceu o mesmo comigo. Ri muito.




Nathalia 09/09/2022

só sei que foi assim
Queria falar que eu acredito no céu segundo Ariano Suassuna.


Acho que falar isso talvez seja pecado, mas como eu acredito no céu segundo Ariano Suassuna tenho certeza de que vou ser perdoada.


Eu já tinha assistido o filme (até porque acho difícil alguém chegar à maioridade aqui no brasil sem ter assistido), mas adorei ler a peça. Tem um quê de cordel ou de picadeiro de circo que não foi adaptado pro cinema e é muito rico, muito brasileiro e muito? informal ou sei lá, eu gosto dessa coloquialidade. Acho que os textos funcionam muito pros objetivos deles.


Resolvi ver o filme de novo depois que terminei a peça porque queria comparar um pouco mais os dois, mas acho que não cabe aqui falar do filme então essa resenha meio que continua no letterboxd.
Fabiana.Ayumi 09/09/2022minha estante
lança essa no encontro do club mulherrrr




Evy 29/06/2011

DESAFIO LITERÁRIO 2011 - Tema: Peças Teatrais / Mês: Junho (Livro 5)
Essa obra-prima da literatura brasileira foi escrita pelo paraibano Ariano Suassuna em 1955. É uma peça de teatro dividida em três atos e tem como cenário o sertão nordestino. Carrega muito forte em sua narrativa a tradição popular e profundas reflexões sobre as condições de vida no sertão nordestino mesclada com muito humor.

Eu, que na época da leitura não era muito fã de ler peças teatrais, fui totalmente arrebatada pela escrita fabulosa de Ariano Suassuna e a leitura foi super agradável e arrancou muitas risadas. O livro foi escrito com base em romances e histórias populares do Nordeste e conta a história de João Grilo e Chicó, dois empregados da padaria da cidade. Xaréu, o cachorro da mulher do padeiro, fica doente e João Grilo e Chicó são enviados a Igreja para pedir ao padre que benzesse o bichano.

O padre a princípio não concorda e para convencê-lo João Grilo diz que o cachorro pertence à Antonio Morais, um homem poderoso da cidade. Aí a confusão está instalada. Quando o padre já está quase convencido em ir benzer o animal, chega Antonio Morais à paróquia para pedir pelo seu filho. O diálogo entre ele e o padre é hilário e muito bem desenvolvido por Ariano.

"É verdade, o cachorro morreu. Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, quele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre!"

É incrível notar como Suassuna traz temas e características muito brasileiras em sua narrativa. A identidade cultural é marca registrada, principalmente quando nos apresenta a questão da desigualdade social através das falas dos personagens e situações cotidianas que vão surgindo. Como o Padre que não ia enterrar o cachorro por preguiça achando que era da mulher do padeiro, mas que acaba fazendo o enterro em latim quando João Grilo mente que o animal é do Coronel.

A partir dessa primeira confusão, outras se seguem num ritmo super empolgante. Aparecem o Bispo, o Sacerdote e até um Cangaceiro com seu capanga entram na história. João Grilo consegue ir contornando as situações de forma impressionante e acabam todos no céu para a hora do Juízo Final. Aparecem para o julgamento, Jesus e o Diabo e nesse ponto os diálogos são simplesmente geniais e hilários. É impossível não rir, principalmente dos argumentos absurdos, mas inteligentíssimos, de João Grilo. Num determinado momento, João chama Nossa Senhora, a Compadecida, para ajudar no julgamento e acaba ajudando a todos, e se safando com a melhor da enrascada.

"Se a senhora continuar a interceder desse jeito por todos, o inferno vai terminar como disse Murilo: feito repartição pública, que existe, mas não funciona".

O final da peça é muito engraçado e tiro meu chapéu para o mestre na arte de contar histórias, Suassuna. Com sua narrativa agradável e empolgante, traz toda a riqueza cultural e popular do Nordeste para as páginas, criando identidade e mostrando as agruras pelas quais o povo dessa árida região sofre, mas sem perder a linha do humor, tão característico. A obra traz inclusive elementos de cordel e aborda tradições dos romanceiros e narrativas nordestinas, propondo enfoque regionalista, além das lindíssimas ilustrações de Romero de Andrade Lima nesta edição da Nova Fronteira.

Impossível não se encantar e se apaixonar. Super recomendo a leitura!


Thalia58 24/07/2022

Valorização da simplicidade e cultura popular
O que mais chama atenção na obra é a simplicidade, a valorização da cultura popular e ter um caráter circense. Suassuna faz críticas à hipocrisia e desonestidade dos ricos e do clero através da comédia, humor e as artimanhas e solércia de João Grilo.
Ao longo do texto e principalmente com a intercessão da Compadecida o autor mostra que as circunstâncias, o meio social, a fome e o medo levam as pessoas a agirem de forma não tão virtuosa.
Uma das coisas que me fez admirar ainda mais o autor foi a mudança que ele fez em duas expressões do livro por ter um caráter preconceituoso.
Dentre minhas partes favoritas, estão as histórias de Chicó, as artimanhas de João Grilo que expõem a hipocrisia, o julgamento dos personagens do terceiro ato e a surpresa que a aparição de Jesus Cristo causa (não vou contar aqui porque tira esse elemento surpresa de quem ainda não leu ou vou o filme).
Este é um livro que vale a pena ser lido porque além de ser divertido e valorizar a cultura popular, como Bruno Tavares diz em sua introdução do volume de comédias no livro que reúne a obra do autor, "é um teatro de de desmascaramento e de desconstrução dos pretensiosos, dos hipócritas e dos arrogantes."
Lucas 02/09/2022minha estante
Excelente resumo. Gosto muito do filme e pelo resumo vou adiciona o livro a lista de próximos livros.




Perdida_nas_Estrelas 10/09/2022

Encantador!
Minha primeira leitura de Ariano e não poderia ser melhor, pois ele consegue nos entreter de uma forma única, as expressões regionais são únicas no nosso Brasil, e é de forma encantadora que ele nos coloca ali naqueles cenários com Chicó e João Grilo e claro torcemos pelos dois ??
Este livro foi lido com muuuitas risadas e mesmo assim podemos ver críticas sociais nele como a pobreza retratada, o descaso dos patrões (o padeiro padeiro e sua mulher), a hipocrisia das "pessoas de Deus", o fato de Jesus ser negro e as pessoas se espantarem com tal fato, que na verdade seria muito mais lógico que o Jesus europeu de olhos azuis, e etc.
Ariano Suassuna consegue nos fazer pensar nesses fatores sociais enquanto podemos rir e nos divertir, e eu não poderia deixar de lembrar do filme durante toda a leitura, tal filme é um ícone do cinema nacional, uma obra espetacular!
PAI DOS RATO 16/09/2022minha estante
Deu vontade de ler ?




Auzandir 10/09/2020

João, na hora do aperto, dá-se um jeito a tudo!
Suassuna se utiliza das histórias de cordel numa maestria única.
O livro é um roteiro da peça, mas é impossível não lembrar do filme que a maioria conhece.
Clássico e atual.
É leitura obrigatória.
Principalmente em dias onde uma boa gargalhada se faz necessária.
oLola 10/09/2020minha estante
suassana foi um gênio fala sério ?




Emanuel.Müller 24/10/2022

Ótimo obra para começar na literatura brasileira
Se alguém, porventura, me pedisse uma recomendação de leitura para iniciar seus passos na literatura brasileira, ou até mesmo em peças teatrais, indicaria de coração esta obra que aqui resenho, o Auto da Compadecida de Ariano Suassuna. Não indicaria pelo fato desta obra ser conhecida pelo filme ou pela minissérie, mas sim, porque ela é uma peça, cuja leitura flui e é muito acessível.

Se o leitor aqui, de minha resenha, conhece ou não o livro, não tem problema! Aos que conhecem, notarão que a obra tem sim semelhanças, mas diferenças especiais que só a peça pode oferecer. E aos que não conhecem, é uma ótima obra para começar.
Pode ser que haja alguém que já viu o filme e profira as seguintes palavras: “para que lerei esta pessoa, cujo enredo já enredo já conheço? Não tem graça ler algo que conheço da cabeça aos pés”. O pensamento hodierno sobre “spoilers”, na minha opinião, só é válido quando a obra é nossa, mas não vale para os clássicos. Explico: quantos de vocês conhecem o fato da Paixão de Cristo? Creio que a grande maioria, e aposto que vocês já viram inúmeras versões cinematográficas da Paixão do Senhor. Para quê se já conhecem a história? Isto se dá pelo fato de que todos nós desejamos conhecer a versão trabalhada nos filmes. O modo como se reproduz o fato da Paixão difere muito de um filme para outro, embora o fato seja o mesmo. Mas aqui comentei sobre a representação de um fato concreto, e o que dizer de um clássico literário como o Auto da Compadecida?

É verdade que o cineasta correspondeu de forma muito parecida com a obra literária, mas também tem as suas diferenças. Vejamos que na obra de Ariano, há a existência do Frade e do Sacristão, mas não há a existência da filha do Major, tal como no filme. Não vejo como problema, porque o cineasta quis por a sua impressão digital sobre o filme, mas para quem ler a peça teatral de Ariano, notará nuances engraçadas e reflexivas que não estão presentes no filme.

Um exemplo: compartilho aqui duas das falas iniciais do Palhaço, que é a própria representação do autor:

“Auto da Compadecida! O julgamento de alguns canalhas, entre os quais um sacristão, um padre e um bispo para exercício de moralidade.
[...] Ao escrever esta peça, onde combate o mundanismo, praga de sua igreja, o autor quis ser representado por um palhaço, para indicar que sabe, mais do que ninguém, que sua alma é um velho catre, cheio de insensatez e de solércia. Ele não tinha o direito de tocar nesse tema, mas ousou fazê-lo, baseado no espírito popular de sua gente, porque acredita que esse povo sofre e tem direito a certas intimidades” (SUASSUNA, 2014, p. 17.18).

O combate que Ariano Suassuna faz nesta peça é a hipocrisia no geral. O farisaísmo de uns (lembremo-nos de uma das falas de Nossa Senhor, que é a Compadecida, ‘como todo o fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado’ (SUASSUNA, 2014, p. 146)) e a traição dos próprios princípios morais, éticos e religiosos por certos interesses.

Não se trata de uma peça anticlerical, como alguns acusam, e o próprio Ariano Suassuna se defende da seguinte forma:
“Eu critiquei os padres e bispos maus. Eu sou católico de verdade. E em RESPEITO aos padres e bispos bons, eu critico aqueles que são maus”” (SUASSUNA, Ariano. apud. FIEL CATÓLICO. Sobre as críticas aos desmandos do clero. Disponível em Acesso em 23 out. 2022).
Torna-se ainda mais nítido e claro tal questão, quando vemos que o frade (personagem que não está presente no filme), humilhado várias vezes pelo prepotente bispo – que o chamava de “débil mental”, na verdade, era o homem mais santo dos personagens desta peça. Tanto é que foi o único que se dispôs a querer confessar os personagens antes deles morrerem, mas como Severino queria mata-los o mais rápido possível, o frade deu-lhes a absolvição geral, sob risco de morte dos confessados (cf. SUASSUNA, 2014, p. 97).

O frade não morre e é poupado por Severino. De acordo com a acusação de Encourado para cima do bispo, o Encourado, que é o próprio Satanás, afirma o seguinte:
“ENCOURADO: Arrogância e falta de humildade no desempenho de suas funções: esse bispo, falando com um pequeno, tinha um orgulho só comparável à subserviência que usava para tratar com os grandes. Isto sem se falar no fato de que vivia com um santo homem, tratando-o sempre com o maior desprezo.
BISPO: Como um santo homem, eu?
ENCOURADO: Sim, o frade.
BISPO: Só aquele imbecil mesmo pode ser chamado de santo homem!
ENCOURADO: O processo de santificação dele está encaminhando por aí. Ele acaba de pedir para ser missionário e vai ser martirizado. Pra mim isso não passa de uma tolice, mas aí para Manuel você está se desgraçando.
BISPO: Mas é possível que aquele frade...
MANUEL [Nosso Senhor Jesus Cristo]: É perfeitamente possível” (SUASSUNA, 2014, p. 131s).


Vejamos que este frade foi escolhido pelo bispo anterior, que de acordo com João Grilo, o anterior era um bispo santo (cf. SUASSUNA, 2014, p. 55s).

Logo, afirmar que Ariano estava sendo anticlerical, é um erro danado. Além do mais, a obra é cheia de princípios doutrinários cristãos católicos. Tais princípios correspondem verdadeiramente a defesa de Ariano, “Eu sou católico de verdade. E em RESPEITO aos padres e bispos bons, eu critico aqueles que são maus”. Com isso, o nobre autor nos brinda com o exemplo de santidade e de amor ao próximo no personagem do frade, que na hora que todos eram para morrer, se dispôs a absolver os pecados deles, para que eles sejam salvos pela graça do Altíssimo.


Esta obra pode muito bem ser usada PRUDENTEMENTE por catequista, a fim de ensinar sobre as realidades eternas e sobre a escatologia. Tal como bem ensina o Cardeal Angelo Amato, é FUNDAMENTAL que hoje se ensine sobre o fim último das coisas, sobre a morte e sobre a vida eterna (cf. AMATO, Angelo. O que é o paraíso? Tradução de: Mário José dos Santos. Lisboa, Portugal: Paulus, 2014. p. 57). Porque a morte, como bem diz Chicó, “Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre!” (SUASSUNA, 2014, p. 45). O conhecimento da morte e da vida eterna faz com que vivamos a vida bem, e evitemos a todo o custo o mal, assim como o conhecimento da vida eterna nos dá a esperança, a esperança da ressurreição, pois o Cristo Ressuscitado é a nossa esperança e a nossa garantia de que a morte não é o fim. E a obra de Suassuna pode ser uma obra bem catequética para nos ensinar de que a morte não é onde tudo acaba, mas é o começo, o começo de uma nova vida e uma nova qualidade de existência que está por vir.

Recomendo a todos a leitura desta preciosa obra de nossa literatura brasileira!
Ale 24/10/2022minha estante
Excelente resenha! Adicionei a obra na minha lista de desejos.




bella 13/01/2023

Já amava o filme, e queria muito ler a peça, agora fiquei com vontade de ver ela encenada em um teatro!

Muito boa, uma leitura divertida que te arranca risadas altas e irresistíveis. Da vontade de ler mais, de tão gostoso que é.
Fernanda1461 14/01/2023minha estante
Delicia esse!!! Li na escola




Marcelaborlini 05/12/2022

Auto da Compadecida
Farei uma resenha pequena, mas não significa que não há nada de importante. Esse livro reflete com críticas e humor as culturas passadas e existentes em nosso país, principalmente na região nordestina. A história do tão conhecido sertão também é retratada, de maneira engraçada, mas com desafios e muita luta por sobrevivência. A seca, a fome, a violência, o coronelismo, a pobreza e outras questões fazem parte dessa leitura leve, porém, sem deixar de carregar um peso.
Bruna 05/12/2022minha estante
Tá na minha lista !!! Quero muito ler logo esse livro nessa edição.




Cauan 21/03/2022

Muito divertido, criativo e genial. Uma obra prima brasileira; foi um grande prazer ler uma obra tão rica e singular, culturalmente.
Thalia58 22/03/2022minha estante
Recomendo a leitura do Romance da Pedra do Reino, ainda não terminei, mas já é um dos meus livros favoritos. Suassuna é genial.




Luiza.Alcantara 30/07/2022

Simplesmente espetacular! É difícil não se identificar com pelo menos algum dos trechos. Atemporal e super atual. Ariano Suassuna, além de nunca decepcionar, se supera!
Nikki 30/07/2022minha estante
Quero leeeeer




Debora.Vilar 13/06/2020

Sociedade brasileira no dia do juízo final
O auto da compadecida é uma obra de humor que retrata de maneira cômica e trágica o que é a sociedade brasileira. Tem a hipocrisia da religião, o oportunismo do burguês, o malandro e a malandra que enrolam todo mundo, o explorado trabalhador com seu jeitinho de bancar o falso honesto. Enfim o cenário completo da corrupção em todos os níveis e gêneros. E no juízo final todo mundo se dá mal igual, menos o frouxo do trabalhador que até pra morrer o que lhe resta é desigual.
Serivaldo 13/06/2020minha estante
É muito humor sobre a realidade da sociedade...




Suelli.coelho 01/03/2022

Sinto em dizer,mas a adptaçao para a televisão é muito melhor,apesar se ter sido incluido muitas outras coisas
Filippe 01/03/2022minha estante
A adaptação é brilhante




Lu 01/11/2020

Auto da compadecida
Sensacional! Suassuna traz uma reflexão da nossa sociedade doente num livro atemporal e com humor na medida certa.
Josi 01/11/2020minha estante
Quero muito ler!




1923 encontrados | exibindo 76 a 91
6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR