Resenhas - Eu Escolho Você

Victor 17/03/2024

Escolhe-los foi a melhor decisão!
Aqui temos o suprassumo para a maioria das yags e uma situação que muitos já passaram, se apaixonar pelo ?héterozão top? e achar que vão fazer disso o grande mousse do romance.
Pode não dar certo na realidade, mas nesse livro deu muito bom de um jeito que eu não esperava que fosse dar. Eu achava que esse plot, ?o gay que dorme uma noite sobre o mesmo teto que o hétero pegador?, fosse muito batido e tudo para ser um desastre, mas a autora consegue fazer algo primoroso, pegando um plot ruim e batido e transformar em algo leve que vai acontecendo naturalmente.
Não sei se é porque todos os personagens são maduros ? e as vezes até demais ? ou porque temos humor e provocações o tempo todo, mas a relação estabelecida entre o Dean e o Brad é tão natural e magnética que tudo fica muito fluído.
Gosto de como o Dean vai entrando nisso de reparar em como o brother de apartamento é um grande gostoso ao mesmo tempo em que ele não quer deixar de ser um machão e em como vai se desconstruindo nessa jornada.
Gosto também de como o Brad se coloca desde o começo, ?não posso beber dessa água?, mas acaba dando uma provadinha. Em algum momento me incomodou o fato dele estar sempre esperando o fim de tudo. O que, parando para analisar, é muito sensato da parte dele e a decisão mais sabia e que provavelmente eu tomaria, mas que poderia ter tido um pouquinho mais de emocionado do tipo, ?quero esse homem para casar? e menos de ?vou sofrer quando esse homem me largar?.
Se dividirmos a relação em três atos, começo, meio e fim, sendo o começo a descoberta, o meio a relação mais íntima e o fim a reconciliação, sinto que o um e dois foram muito bem construídos e estruturados, mas que o três foi corrido demais e tudo se resolveu com uma facilidade que contradiz o que era esperado pelo que foi construído nos anteriores.
De repente todos os personagens já meio que sabiam da relação, que o casal falhou em deixar em off. A Candice em momento algum fica um pouquinho puta, pois tudo aconteceu literalmente de baixo do teto dela, sem a consideração do irmão ou do amigo dar um toque no que rolava.
O livro faz uma premissa o tempo todo de que vai acabar mal para o casal e quando tudo termina muito que bem, a sensação de alívio vem com tons de: então para que aquela tempestade em copo d?água?
O que não faz do livro ruim, até porque me diverti e emocionei em vários momentos. Tudo é bem colocado, locais, situações. O espaço, a marcação e passagem de tempo, explicações de profissão.