Resenhas - A Musa dos Pesadelos

Leo Oliveira 07/06/2021

"A Musa dos Pesadelos" é, sem dúvidas, um dos livros mais tristes que li nos últimos anos. Enquanto "Um Estranho Sonhador" me marcou pela sensibilidade e criatividade, a sequência me chocou com a crueldade. Gostei muito de como a Laini Taylor concluiu a história, os finais para cada personagem também foram igualmente ótimos. Só queria um pouco mais das crianças e menos de Kora e Nova, no entanto isso não diminui a magnitude e importância do livro pra mim. Super recomendo!

Rosangela Max 11/07/2022

Li mesmo para concluir a duologia.
O segundo volume foi ligeiramente melhor do que o primeiro, mas a história não me cativou, coisa que eu já havia citado no primeiro volume.
O casal de protagonistas é sem graça e os personagens que achei mais interessantes (Ruza, Calixte e Thyon) quase não tiveram participação. Na verdade, toda a ação da história está concentrada nos capítulos finais.
A escrita da autora é boa, só esse enredo que não rolou para mim. Por este motivo dei nota 3.5 e esta em nota foi em reconhecimento ao trabalho de escrita.
Recomendo a leitura somente se você for um leitor obcecado por histórias de fantasias.

Qnat 17/08/2020

estava com medo, mas estava errado
Fiquei com medo de ler essa sequência pois gostei muito do primeiro livro, como fazia tempos não gostava de uma fantasia mais "YA".

No começo a história já apresentou uma situação e personagens novos. Empolguei!

Mas aí começaram capítulos bastante repetitivos sobre o relacionamento dos dois protagonistas, e muita descrição de sentimentos. Teve momentos que mais se parecia escrito como uma fan fic juvenil (e piegas) do que como uma sequência. Nessa hora, voltei a temer que a autora estivesse "perdida" e enrolando.

Mas logo me enganei, e o livro voltou a tona depois de uma virada inesperada, a princípio estranha, mas que depois fez todo sentido para a história.

Assim, os mistérios e criação do mundo - pontos altos do primeiro livro - foram expandidos nesta sequência. Muitas coisas foram explicadas, e por mais que parecessem "Deus Ex-Machine" no início, foram se encaixando inteligentemente e abrindo novas perguntas.

É que chega um momento do livro, que a história dá uma invertida total. Poucos livros fizeram isso e se saíram bem.

É muito legal notar quando a sequência de um livro conversa com o primeiro. É como se a autora, ao escrever o primeiro, já soubesse também o que estaria no segundo. Essa entrega honesta para o leitor cria um mundo onde a suspensão de realidade é bem vinda, e ocorra uma real imersão na história, sem tentar "enganar" o leitor.

Só achei mais "fraco" que o primeiro pois há algumas descrições longas de sentimentos (mais do que no primeiro livro) e o tempo toda a autora explica coisas demonstradas ou ocorridas no próprio livro, como se o leitor pudesse esquecer o que acabou de ler. É um livro menos fluído, que poderia ser encurtado.

Mas, no geral, é um bom encerramento e fica a curiosidade de saber mais sobre o mundo. Material tem bastante!

Juh 12/04/2021

Amei (?????)?
Esse volume tem vários mistérios sendo desvendados! Há momentos bastante emocionantes e conseguimos também ver mais desenvolvimento de Mynia, além da inserção de novos personagens. Embora tenha tido um final um tanto agridoce, me apeguei tanto aos personagens que adoraria mais desse universo incrível da autora!

Empolgante. Emocionante. Apaixonante - Nota: 9,4
Veja mais em: ninhodepirilampos.com.br

arilopes 20/02/2022

A Musa dos Pesadelos
Aclamação, meus amigos, A CLA MA ÇÃO!!! Essa duologia serviu muitoooo, eu ainda estou em êxtase!!!

Taylor, você já deve ter ouvido isso, mas vou repetir: você é incrível! Que universo mágico, fascinante, interligado e único esse que você criou, hein? Eu já tinha ficado encantado com a trilogia Feita de Fumaça e Osso e você me vem com essa duologia, minhas pernas ficaram fracas! Sem condições para a genialidade dessa mulher!

Assim, necessito que você escreva outros livros sobre esse universo, eu juro que iria ler todos ? e aqui ratifico a Hazel Grace, eu leria até a sua lista de compras do supermercado! ?, pois eu preciso do encontro de Sarai com Karou para que isso aconteça: "Se entre todas as crias dos deuses espalhadas por aí, em todos os mundos, com todos os seus dons, haveria um que? Não sei. ? O que poderia ajudá-la? Seu corpo se fora. Como ela poderia viver direito de novo? ? Alguém que? fizesse novos corpos para almas que precisam deles? ? Teve de rir de si mesma. Era um dom altamente específico e improvável. ? Quais as chances?".
Taylor, eu rezo, FAZ ISSO, por favor! O "fim" desse livro deixou aberto para que tudo seja possível, e pensando bem, tudo é possível no seu multiverso?

O que eu posso dizer da escrita desse livro?! Taylor, mais uma vez, entregou uma escrita lindamente detalhada e envolvente, em que tudo não é o que parece ser? Acho que me tornei fã dessa mulher! Gosto do conceito de Taylor que os personagens são fluidos, não são totalmente bons ou maus, são profundamente humanos, com falhas, erros, medos, sonhos, ambições, mágoas, esperança, escolhas erradas, escolhas certas, é impossível você não entender o que motiva cada um dos personagens!

Além disso, achei incrível a relação de Kora e Nova (Koraenova), o desenvolvimento de cada personagem ? e o desfecho ? e como o amor prevalece não importa o espaço-tempo! Lazlo e Sarai, eu posso ser filho de vocês? Eu vou sempre guardar vocês nos meus corações, vocês se permitem sonhar em um futuro melhor e juntos, e, consequentemente, fazem com que eu queira esse mesmo futuro! Obrigado.

p.s.: minha fanfic na resenha de Um Estranho Sonhador faz total sentido aaaaaa eu quero morar nesse universo
p.s.: acho que a cor favorita de Taylor é lápis-lazúli ou tem um significado muito importante para ela


"E enquanto a grande águia de metal, o Astral, atravessava a noite e a névoa, eles se perderam um no outro, no mesmo lugar em que se encontraram."

Marcio 02/06/2021

O fim (ou não?) – assim espero.
Ok, vamos lá.
Laini, essa é uma carta de amor, eu sou completamente apaixonado por ti, mulher. Inacreditável tu ter criado tantos mundos com tanta clareza e profundidade, com culturas e raças discerníveis, com tantos personagens, com tantos mistérios, com tanto potencial e magia.
As tuas histórias são como baldes de tinta sendo derramados uns sobre os outros, misturando, espalhando, criando novos tons, colorindo com cores quentes e frias. São mundos tão longíquos mas tão próximos, como se eu pudesse estender a mão e tocar e sentir a magia florescente nas páginas. Tu não usa caneta, tinta, nem nada disso não, tu escreve com o coração mesmo, imprime ele nas palavras. Entre os parágrafos, as vírgulas, tudo pulsa com o teu encantamento e beleza.
Não é sobre guerras sendo travadas (pelo menos não guerras físicas), não é sobre política, é sobre quem somos e o que fazemos para nos tornarmos diferentes, melhores e, sempre, escolhermos lutar, não importa o quanto nosso objetivo pareça inalcançável. É sobre pessoas jogadas em um mundo que não as quer, tentando construir algo melhor com o que lhe foi dado. É sobre sonhos, batalhas internas, amores, família, identidade, humanidade. Essa história é sobre recomeços, perdas, memória e aceitação nascidos de cinzas, ossos e massacres. É a história de qualquer um que se sente perdido e precisa encontrar um lugar, uma pessoa ou um amanhã ao qual pertencer e luta por isso, todos os dias. È para todos que sonham e desejam, mas não se engane: "Desejos não se tornam realidade. Eles são apenas o alvo que você pinta em torno do que deseja. Você ainda precisa acertá-lo você mesma."

Agora, vem alguns possíveis spoilers.
Fiquei muito feliz quando surgiu a ponte que conecta as histórias de feita de fumaça e osso e um estranho sonhador. Mas nessa parte:
"Quanto aos Seis liderados por Thakra… quem poderia saber? Talvez tenham morrido há muito tempo, talvez ainda estejam por aí, muito longe, no infinito do grande Tudo. Mas essa também é outra história. "
Eu surtei, será que vem aí uma história mostrando o segundo grupo dos seis serafins? Eles podem ser a chave para o encontro entre uma história e outra!!
e aí, tem o final. Não estava preparado. Eu pensei que a Sarai seria trazida de volta com a ajuda da Pardal e da Nova. Pensei que a nova pudesse amplificar o dom da Pardal e ressuscitar alguém, sei lá. Não aconteceu, Sarai ainda é um fantasma. Depois a Laini solta essa bomba:
"Alguém que… fizesse novos corpos para almas que precisam deles? –Teve de rir de si mesma. Era um dom altamente específico e improvável. – Quais as chances?"
Duas palavras Ka e Rou. Quem mais? Quais as chances? Muito, muito prováveis Sarai.
Pensei que fosse rolar esse date do Thyon com o Ruza, mas a Laini gosta de brincar com o sentimento alheio :(( Só sei que ela escreveu um conto sobre eles dois, não sei se foi pra frente esse casal.
Era isso o que eu tinha pra dizer. Sim, as palavras têm poder e as palavras da Laini têm o poder de salvar. Me salvou.

Jenifer Tertuliano 24/07/2023

Eu achei isso tão maravilhoso.....
Eu juro que eu não estava esperando esse desfecho, essa resolução...
Tudo tão delicado, sentimental, respeitoso. Esse livro lida com a dor, a solidão, o medo e a raiva de uma forma tão bonita.
Recomendo muito.

Mateus.Caixeta 12/11/2021

Uma Grata Surpresa
Quando eu li "Um Estranho Sonhador", eu senti um sentimento que faltava algo. Nesse livro, agora eu percebo o que era, sério que livro BOM. No começo não colocava nenhuma fé, achei arrastado, mas isso não é um ponto negativo. Agora, quando passa dos 50%... puta merda, foi só tiro, porrada e bomba. A autora soube amarrar várias pontas soltas de forma primorosa, ainda deixando algumas, pro caso de existir um 3 livro (preciso desse 3 livro na minha mesa pra ontem). O que falar no desenvolvimento de personagem, nossa, melhor ponto do livro é justamente esse. Será que monstros merecem ser salvos? Ou eles devem ser mortos? O livro discute muito sobre isso e é perfeito. Duologia maravilhosa, fantasia bem feita, conclusão satisfatória, redenção bem vinda e relações melhoradas. Tudo do bom e do melhor, valeu cada página.

Lazlo: Puta personagem chato, não curto muito ele, nesse livro isso não mudou. Amém que ele fica de escanteio uma parte do livro, não chego a ter raiva dele, mas os diálogos dele me dão vergonha alheia.

Sarai: Brilhou, após o final do 1 livro, pensei que ela ia ser um "fantoche", ainda bem que não rolou. A personagem tem uma importância gigantesca, foi a chave em diversos momentos, mesmo a mesma se achando inútil. Tirando o romance dela com o... dito cujo, gosto muito dela.

Minya: AAAAAAAA sério, não dá pra não gostar dessa personagem. Uma das minhas personagens favoritas, a autora soube trabalhar muito bem com ela. Aliás, uma das cenas mais fodas (na minha opinião), foi ela quem protagonizou. Queria passar 30 linhas só falando dela, porém seria vários spoilers.

Enfim, vou parar por aqui por preguiça. Queria recomendar essa doulogia, se alguém quiser ler uma fantasia com um universo bem construído, tá aí a dica.

Ps: Quero um crossover entre Trono de Vidro e Um Estrnho sonhador (quem leu os dois, vai entender do que tô falando)

Jess 21/12/2021

Conseguiu me surpreender mais do que no primeiro livro. Responde muitas dúvidas sobre a história, mesmo que ainda tenha ficado um pouco confuso sobre certos assuntos. O desenvolvimento de alguns personagens é um ponto alto também. Nenhuma cena é de tirar o fôlego, mas algumas são realmente muito boas de acompanhar e te surpreendem de alguma forma.

Uma coisa que se destacou nesse livro foi a forma como uma certa personagem muito importante foi introduzida, que eu não conseguiria chamar de vilã. É uma coisa que eu não esperava. Apresentá-la, criar uma história na qual você consegue torcer para que ela consiga vencer e então colocá-la contra todos os personagens que você acompanha desde o primeiro livro, e mesmo assim não conseguir estabelecer um lado certo, pois entende ambos. É um conflito muito bem vindo.

Existe um mistério, no qual achei que foi mais bem desenvolvido nesse livro do que no anterior, e menos óbvio também, que me incentivou a continuar a leitura. E no início, achei que ficaria nisso. Tive um certo medo de que a história não fosse avançar e comecei a ficar tão cansada dela e dos personagens que apenas lia o mais rápido possível para que tudo terminasse. Felizmente, mesmo com a demora, o livro muda de forma e começa a ficar mais interessante. A introdução de uma nova história, ou a história de início, finalmente é contada e tudo começa a se encaixar. É uma maravilha.

É claro, o livro tem os seus altos e baixos. Porém, mais altos do que baixos, diferente do anterior. Me incomodou a mesma história sobre os personagens ser contada um milhão de vezes como se o leitor perdesse a memória no fim de cada capítulo. É como se a autora estivesse apenas escrevendo a mesma coisa só para criar um livro com mais páginas. E tive exatamente a mesma sensação a maior parte do livro. As cenas são extensas, longas e lentas. Novamente, nada muito interessante acontece até a sua metade.

Sem contar a existência de um milhão de preocupações reais e urgentes, mas alguns personagens apenas pensam em namorar ao invés de uma ameaça contra as suas vidas ou seus destinos.

Não foram os livros que eu achei que seria e tudo bem. É normal. Não odiei, mas também não se tornaram os meus favoritos. Espero um dia conseguir ler outros livros da autora e ter uma melhor impressão deles.

Rodrigo Silvestre 27/08/2020

MELHOR LIVROO
MELHOR CONTINUAÇÃO
MELHORES SURTOS LENDO
MELHOR UNIVERSO(S)
já estou com saudades...

Debbye 06/02/2021

?? A Musa dos Pesadelos ??
A Musa dos Pesadelos nos entregou uma conclusão surpreendente e digna; foi um livro devastador, dolorido e doce. E eu não posso deixar de desejar que, apesar de ser uma duologia, a Laini escreva outro livro dando novos vértices para essa história. 

Mais uma vez, eu digo que só consigo me imaginar daqui a cinquenta anos numa cadeira confortável em frente a uma lareira, com uma xícara de chá na mão, um gato no colo, e um livro da Laini Taylor do lado.

"Chega um certo ponto da esperança ou do sonho que ou você desiste, ou desiste de todo o resto. E se você escolher o sonho, se você continuar, nunca poderá desistir, porque é tudo o que se tornou."

Bia 30/03/2022

Essa duologia foi mágica pra mim. Cada página carrega uma beleza e originalidade únicas, e no final eu acabei encantada por esses livros.

A escrita é suave, poética e bonita. É super envolvente, transporta a gente pra dentro da narrativa e causa impacto e emoção ao final de cada capítulo. O universo é mais expandido nesse segundo volume e, por mais que seja meio doido, é bem legal e deixa a história mais interessante.

A construção dos personagens é digna de nota. O desenvolvimento que eles têm gera uma forte conexão e apego com basicamente todos, e a forma como cada um deles é único e singular me deixa fascinada. Eu senti um grande conflito de emoções em relação a alguns dos personagens (Minya e Nova essa é pra vocês), e percebi o quão a personalidade deles é muito bem explorada pela autora. Também achei que os personagens novos foram muito bem introduzidos. A maneira como a história da Nova e da Kora é contada aos poucos e como ela encontra com a dos protagonistas me deixou impressionada.

Um ponto ruim é que eu continuo não engolindo tanto o romance principal. É fofa a maneira como eles se amam e tal, mas acho que podia ter sido melhor desenvolvido do que foi e eles são meio melosos demais. Além disso, eu gostaria que tivessem mais momentos de alguns personagens, principalmente a Calixte, o Thyon, Ruza e Tzara. Por mais que tenham tido até bastante capítulos deles, eu queria que aprofundasse mais a união desse grupo e tivesse mais interação deles com os outros protagonistas.

Mesmo assim, foi emocionante acompanhar o desenrolar da trama e como tudo se concluiu. Acho que houve algumas coisas um pouco convenientes demais, mas na minha opinião isso não prejudicou tanto a leitura. Tive muitos sentimentos lendo, eu adoro como a autora consegue transmitir tão facilmente a atmosfera e as emoções da história pra gente.

Mas, pra mim, a coisa mais marcante desse livro com certeza é a beleza dele. Não é só sobre as mensagens que ele traz, não é só sobre os sentimentos dos personagens, não é só sobre a escrita. O ponto é que eu genuinamente nunca li uma fantasia tão linda. O mundo, a história, tudo. É deslumbrante e original e fantástico e peculiar, e é lindo.

É uma leitura excepcional, e, mesmo que algumas pequenas coisas não tenham me agradado tanto, ler essa duologia foi uma experiência inovadora e brilhante.

YisraelC 17/01/2021

Emocionante!
Uau, que livro incrível. Amei como a autora expandiu o universo criado no primeiro livro. E amei conhecer as irmãs Kora e Nova, me emocionei com elas. Confesso que fiquei surpreso com o andar da história e o rumo que a autora deu para ela, adorei.

Queria Estar Lendo 11/02/2023

Resenha: A Musa dos Pesadelos
Mais um livro para a lista de: amei tanto que não sei resenhar. Depois de muito enrolar porque eu não queria terminar essa história e ficar sem livros da Laini Taylor, finalmente li A Musa dos Pesadelos. E essa leitura destruiu meu coração em todos os melhores sentidos possíveis.

A resenha vai conter spoilers de Um Estranho Sonhador.

Começando imediatamente onde o primeiro volume parou, Sarai está morta. Mas seu fantasma foi salvo por Minya, e Minya está furiosa. Um embate está prestes a começar entre ela e Lazlo, que chegou até o serafim de Mesarthim e se descobriu uma cria dos deuses.

O conflito que se inicia ali entre eles, com Minya buscando vingança contra as pessoas de Lamento, e Lazlo tentando apaziguar a situação, é grandioso. E é um presságio do que está por vir. Uma das crias dos deuses quer caçar e destruir aquele que causou o massacre, anos atrás; e ela tem controle sobre Sarai, o que pode significar controle sobre Lazlo e seu poder também.

Em Lamento, a incerteza é aterrorizante. Soldados se preparam para o que pode estar por vir, e as pessoas tentam fugir antes que a fúria que repousava sobre eles agora caia sobre eles.

A Musa dos Pesadelos é um livro tão bom, tão maravilhoso, tão sombrio e terrível em sua beleza, que é quase impossível explicar todos os sentimentos que evoca. Laini Taylor mais uma vez mostra que é uma das autoras mais poderosas da literatura fantástica, com uma poesia única em sua narrativa.

O segundo e último volume dessa duologia é carregado em consequências. O que nos apresentou em Um Estranho Sonhador agora assombra cada um dos seus personagens. Esse é um livro sobre vingança, sobre amor e sobre perda.

"Então tudo acabou. Ou talvez não. Aqueles que sabem não podem nos dizer, e aqueles que nos dizem não sabem."

Os múltiplos pontos de vista que a narrativa acompanha deixam a história muito fluída, do tipo que te dá todas as nuances possíveis sobre cada situação. A Musa dos Pesadelos atravessa as escolhas dos seus personagens, e os coloca em um tabuleiro instável que pode resultar em guerra ou em paz. Tudo depende do que eles vão fazer agora.

A história em si se move sobre a incerteza, e tem uma quebra muito interessante ao nos levar para um passado até então misterioso. Lá, conhecemos Nova e Kora, irmãs que vivem uma vida terrível em um lugar cruel. Prestes a serem vendidas para casamentos, elas esperam pela chegada de uma nave e dos deuses que talvez possam salvá-las e tirá-las dali.

Mas, como já sabemos, os deuses são cruéis. E é com essa crueldade que a história das duas é partida ao meio; esperança e medo e angústia movem esse ponto do livro, e incerteza também. Não dá para saber exatamente para onde Laini Taylor está querendo nos levar com aqueles flashbacks, mas dá para sentir a crescente de importância deles.

A Musa dos Pesadelos vai partir seu coração em muitos pedacinhos. E você vai amar o livro por isso.

"Desejos não se tornam realidade. Eles são apenas o alvo que você pinta em torno do que deseja. Você ainda precisa acertá-lo você mesma."

Lazlo e Sarai seguem a paixão da minha vida. Eles são maravilhosos, únicos, tão especiais em cada cena. Lazlo e seu destemor; Sarai e seu coração grandioso. Os dois são parte um do outro, e é tão lindo o quanto o amor deles ressoa pelas páginas, pela história e por tudo que vivem.

Assim como Karou e Akiva, aqui Laini Taylor desenvolve um casal perfeito em suas imperfeições, com tantos detalhes e nuances que é quase fácil acreditar que existem em algum lugar por aí. Um deus sonhador e uma musa dos pesadelos.

Gostei muito da evolução deles dentro da trama, também. Agora que entendeu quem é, parte da cria dos deuses, com um poder que até então só um deus cruel havia carregado, Lazlo está mais forte. Mas igualmente gentil e atencioso. Ele está determinado a usar a magia que descobriu para proteger, e não para destruir.

Sarai, presa a uma forma fantasmagórica, não deixa de viver. Mesmo que seja uma vida ilusória. Ela tem Lazlo ao seu lado, seus irmãos de criação, e está pronta para confrontar Minya e se sacrificar, caso seja necessário, para proteger quem ama. Para proteger quem nada tem a ver com o horror dos deuses do passado.

"Quanto aos Seis liderados por Thakra… quem poderia saber? Talvez tenham morrido há muito tempo, talvez ainda estejam por aí, muito longe, no infinito do grande Tudo. Mas essa também é outra história."

A história é deles, sobre eles e reverbera ao redor deles. São as peças principais, mas não as únicas. Seu amor é o ponto chave da história, mas há muitos outros além dele. O romance, aliás, chef's kiss. Laini Taylor é a rainha em escrever poesia em forma de romance.

As outras crias dos deuses, até então confinadas no anjo, muito oferecem para a história. Sparrow, Ruby e Feral são maravilhosos, muito meus filhos preciosos. Os embates entre eles são divertidos, trazem um tom leve para a narrativa; Minya, por outro lado, nossa. Como a história com ela foi pesada.

Enquanto o amor de irmãos, ou o amor romântico, move a trama em direção à esperança e recomeço, Minya carrega essa história com rancor e ódio. Uma raiva tão lasciva que amedronta e também nos enche de curiosidade para saber de onde isso começou. Sabemos quem ela é, e o que viu. Mas qual foi o instante em que ela deixou de ser uma garotinha e se tornou um monstro?

Em Lamento, Eril-Fane e Azareen tem que lidar com toda a incerteza do que está acontecendo lá em cima. É a perspectiva humana de um horror que já viveram, quando os deuses ainda estavam vivos. Os filhos deles estão lá, e podem derrubar sobre Lamento toda a sua ira, como aconteceu antes.

Mas também tem a dúvida; será que eles são mesmo como os deuses de antes? Ou o fato de terem parte humana faz deles menos... monstruosos?

Além deles, outros humanos ganham destaque - e o que mais me surpreendeu e conquistou foi, surpreendentemente, o Thyon. Não esperava nada do alquimista, mas recebi um crescimento notável e uma participação essencial dentro dessa segunda parte da história. Quem diria que esse garoto ranzinza e mauricinho me faria amá-lo por uma simples ação!

"A mente é boa em esconder coisas, mas há algo que não é capaz de fazer: apagá-las. Só é capaz de ocultá-las, e coisas ocultas não desaparecem."

Não sei como explicar o quanto toda essa questão com os deuses e os humanos me estraçalhou. O ciclo da vingança é muito forte no livro, sim, e as consequências dele também. E o ciclo do ódio, igualmente. Você, assim como Sarai e Lazlo e outros personagens, busca por um ponto de paz. De tranquilidade. De recomeço.

Laini Taylor faz um trabalho brilhante equilibrando a incerteza com a eminência do que está por vir. Como ela conectou a história dos deuses aos serafins, toda a questão dos poderes e de como funcionam, toda a grandiosidade da fantasia desse mundo - e de outros - é de encher os olhos.

A Musa dos Pesadelos é uma obra prima. Outra, no caso da carreira da autora. É um fechamento (ou talvez não) brilhante para esse universo de deuses azuis, poderes grandiosos, sonhadores estranhos e musas de pesadelos sem fim.

site: https://www.queriaestarlendo.com.br/2023/02/resenha-musa-dos-pesadelos-laini-taylor.html

Duda Schivel 08/05/2021

QUE PERFEITO
eu juro que to tão boba com esse final que nem sei direito o que dizer

no primeiro livro eu tive muita dificuldade, com a escrita da autora que eh muitomuito floreada e eu não imaginava o nível disso, mas também na complexidade da história, passei mais de 50% do livro sem entender nada

agora, nesse livro, eu ja tava entendendo tudo e tava muito mais preparada pra escrita da autora, então isso não atrapalhou minha leitura tanto quanto no primeiro. esse livro entregou TUDO o que eu queria, não posso reclamar de nada, em alguns momentos eu fiquei ate meio chocada pq cara que viagem ? mas isso foi de uma forma muito positiva, eu realmente amei essa historia e acho q vou ir atras de outras obras da autora, recomendo muitooo essa duologia incrível