CinMeireles 28/01/2023
Quando eu li esse livro pela primeira vez, mais ou menos aos 6 anos, ele me causou fortes impressões, mas não gostei do final. Só que eu não lembrava o porquê.
Relendo agora, eu lembrei.
Existem algumas pequenas coisas que me desagradaram na história, mas essas não são relevantes. O enredo é muito bom, a escrita é ótima, te dá vontade de continuar lendo. A caracterização dos personagens é coerente. O desenvolvimento da história flui bem. Ou seja, tudo ótimo... Até que o autor resolveu que o final não era o final, e que haveria mais alguns capítulos descrevendo o desfecho de Tistu, o personagem principal.
Basicamente, existem dois "finais". A história principal acaba de forma satisfatória. O problema é resolvido, há um desfecho para os personagens, tudo lindo. Mas ao invés do livro parar aí, há mais dois capítulos contando o que aconteceu com Tistu. E esses dois capítulos não tem NADA A VER com a história. Os personagens apresentam atitudes incoerentes, e o autor insere elementos novos que não fazem nenhum sentido no contexto. Em suma, parece ser um final escrito muito depois da história principal, ou devido a alguma ideia de última hora que surgiu sabem os deuses porquê.
Sei que existe um público que praticamente idolatra esse livro e o compara ao Pequeno Príncipe, mas mesmo que o final fosse bom, não acho que essa comparação seja justa. A história é boa, bonitinha e delicada, mas é apenas isso. E, para mim, o final matou o livro - livros bons com finais ruins me irritam muito mais do que livros inteiramente ruins.
Trinta anos não foram o suficiente para mudar minha opinião sobre O Menino do Dedo Verde. Não é um livro que detestei, mas definitivamente não o recomendo.
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