Isabela Comenta 03/05/2021
Natascha Kampusch, aos 10 anos foi sequestrada e mantida em cativeiro. Sua própria narrativa. Sua vida contada por ela mesma.
Um livro autobiográfico, que começa com a narração de Natascha sobre sua infância, sua família e a relação dela com todos e com si mesma. Após algumas poucas páginas, chegamos ao momento ao qual ela é sequestrada. E por fim (nas últimas páginas), sua fuga e os acontecimentos que decorreram dê.
Natascha consegue nos trazer para uma visão muito aberta da situação, porque ao mesmo tempo em que narra os horrores que viveu no cativeiro com o sequestrador, ela nos transporta para flashes do passado e nos informa do presente (após sua fuga). E com esses detalhes ela consegue nos fazer com cada página sentir um pouco do que ela sentiu.
Natascha é extremamente forte e inteligente. Mas sério, ela é EXTREMAMENTE forte. Ela é REALMENTE forte, tanto com o que viveu com o sequestrador, tanto como ela viveu consigo mesma durante todos os anos e como conseguiu viver com as consequências da fuga.
Sobre o sequestrador...a Natascha é muito verdadeira em sua narração e por isso não consigo dizer aqui com clareza sobre... Nem Natascha conseguia definir, por isso destaco sua fala:
"As coisas não são totalmente pretas ou brancas. E ninguém é totalmente bom ou mau. Isso também vale para o sequestrador."
Natascha precisava contar sua história, porque ela contando ou não, a mídia já havia contado uma.
Ler este livro é entender a importância de "ouvir" a vítima. Não é só um livro sobre a coragem de uma garota austríaca sequestrada aos 10 anos, mas sobre SUA história contada pela SUA voz.
### [Vale alertar aos possíveis gatilhos presentes no livro.] ###