A paixão segundo G.H.

A paixão segundo G.H. Clarice Lispector




Resenhas - A Paixão Segundo G.H.


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Tame 18/05/2020

A subjetividade
Algumas vezes nos separamos com um livro onde a sua subjetividade é tão implícita, mesmo que por natureza todos livros são subjetivas; mas se tratando aqui de um história tão intimista e instrospectiva cabe ao leitor tirar dele sua compreensão mesmo que tenha pontos chaves que tem significância geral ele ainda vai falar mais com o leitor o que se tirou dele do que uma obra finita e com possibilidades de interpretação limitadas. Gosto de pensar que o livro fala sobre a busca e compreensão do eu lírico onde tende a buscar a significância do homem e da vida no modo mais pré histórico e tentar entender as substâncias mais primitivas do ser humano, e estar em confronto com o ser diferente de si nós faz tecer em nosso interior quais os elementos que nos diferenciam afinal. Creio que a paixão e o amor são uma das substâncias mais primitivas do ser humano e muitas vezes o confrontar é confrontar com nós mesmos.
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Danielle.Brito 24/05/2020

“A Paixão segundo G.H.” é um livro de autoria de Clarice Lispector (1920-1977), autora nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira. Hesitei por bastante tempo em ler algo de Clarice por considerar o estilo da escrita dela complexo, desde quando li “A Mulher que Matou os Peixes” ainda criança. Como abracei um desafio literário em 2020, me determinei a ler algo da autora, devido este ano ser comemorado o centenário de seu nascimento, sua importância para a literatura nacional e porque fevereiro é o mês do desafio dedicado a obras de autoras mulheres.
A história de “A Paixão segundo G.H.” gira em torno de uma mulher de classe alta, nomeada na obra apenas por suas iniciais “G.H.”, moradora de uma cobertura no Rio de Janeiro, que em uma manhã se vê sozinha, pois por algum motivo não mencionado no livro, demitiu a empregada doméstica. Ela então decide arrumar o quarto de empregada, imaginando que o ambiente esteja sujo e desorganizado. Para sua surpresa, o quarto está limpo e bem arrumado.
Ela verifica o ambiente e encontra dentro do armário uma barata, a qual, diante do susto inicial, acidentalmente esmaga contra a porta do móvel. A partir deste momento a personagem entra em uma epifania, na qual se utiliza de metáforas para problematizar diversos “paradoxos dicotômicos”, como por exemplo: certo e errado; bem e mal; paraíso e inferno; crime e punição; Deus e o Diabo; entre outros.
Ela traça um monólogo diante da barata morta, que se estende pelas 180 páginas da obra. Durante o monólogo, ela faz reflexões que começam com um reexame do sistema de classes (contradições entre a realidade dela e da empregada, do lugar onde ela mora e das favelas que permeiam seu prédio) e passam pela humanização que ela faz da barata (e pela “baratização” que faz de si), permeando a narrativa com questões filosóficas, conflitos pessoais, barreiras e choques sociais.
Em determinado momento da narrativa, G.H. decide comer a barata morta! Este ato extremo da personagem foi para mim uma espécie de expiação, no qual ela sai de sua bolha social para se unir a um ser que ela considerava inferior a ela. Por meio da barata Clarice representa tudo o que causava estranhamento e repugnância em G.H.
Penso que esta e outras obras de Clarice Lispector permitam diferentes interpretações por diferentes leitores e esse é o grande fascínio de sua escrita. É uma experiência pessoal e individual.
Antes de iniciar a leitura, somos advertidos pela autora em uma mensagem “a possíveis leitores”, na qual ela diz: “Este livro é como um livro qualquer. Mas eu ficaria contente se fosse lido apenas por pessoas de alma já formada. Aquelas que sabem que a aproximação, do que quer que seja, se faz gradualmente e penosamente atravessando inclusive o oposto daquilo que se vai aproximar. Aquelas pessoas que, só elas, entenderão bem devagar que este livro nada tira de ninguém. A mim, por exemplo, o personagem G.H. foi dando pouco a pouco uma alegria difícil; mas chama-se alegria".
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Helena.Jablonski 24/05/2020

Livro genial. Clarice consegue, como sempre, transformar a vida corriqueira numa obra quase que filosófica. É daquelas leituras que merecem ser repetidas diversas vezes ao longo da vida.
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grs.neto 04/06/2020

Clarice Lispector escreve o impossível.
A leitura é densa e requer bastante atenção. O livro é pura epifania. A única forma de sair dessa leitura sendo a mesma pessoa, é não entendê-la. 10/10
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Lorenza.Borba 04/06/2020

Como essa mulher conseguiu tirar tudo isso apenas do encontro com uma barata eu não sei, só sei que muita coisa não entendi.
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Carol 09/06/2020

quebrara-se realmente o meu invólucro, e sem limite eu era
Com certeza um livro que me fez sair da minha zona de conforto.
Não é uma leitura fácil, é preciso estar bem envolvido, mas depois que te prende é impossível não entender/ser a G. H.
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Dave 11/06/2020

Nem sei o que dizer...
Só sentir.
Tô exausto.
E grato.

Clarice realmente consegue te levar pra outro lugar. Outro campo. Outra perspectiva.
Outro padrão.
Ou... à falta de padrão.

A falta é tangível, afinal.
Mais que tangível, a falta é necessária.

Melhor ficar por aqui.
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Henrique Fornasari 16/06/2020

Introspectivo e reflexivo.
Ainda não consigo colocar em palavras o que sinto ao ler Clarice. É um sentimento único que só ela me proporciona.

A cada passagem do livro é impossível não se identificar, é uma obra para todos. Diz muito sobre a vida, morte e pós morte.

É incrível como um acontecimento leva à personagem uma grande epifania, e quebra sua vida enfadonha em todos os sentidos.

"Não é para nós que o leite da vaca brota, mas nós o bebemos. A flor não foi feita para ser olhada por nós nem para que sintamos o seu cheiro, e nós a olhamos e cheiramos. A Via Láctea não existe para que saibamos da existência dela, mas nós sabemos..."
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JRangel 24/06/2020

Simplesmente... Clarice!
Ao mesmo tempo que fiquei maravilhada, o nojo tomou conta. Afinal, uma dieta dessas não é tão comum nesta parte do mapa. Fora isso, perfeito. Só Clarice pra se perder e achar discussões interessantíssimas.
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Nicole Gonsales 28/06/2020

Reflexões
Foi uma leitura que na metade se tornou densa demais e eu tive vontade de abandonar, mas valeu a pena terminar, pois o livro trás algumas reflexões e ao terminar você fica refletindo sobre a leitura.
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Philippe.LeAo 02/07/2020

A Paixão Segundo GH
transgressão existencialista às citações soltas (muitas vezes não vinculadas a sua escrita) de facebook. Não é por acaso, Clarice é uma eterna aventureira do interior, a busca do ser é quase instintivo na autora. Contudo, essa busca se da pelo ser que está sendo, o entendimento do eu como algo que não se pode entender o explicar.

A Paixão Segundo G.H conta a história desta mulher em profundo conflito existencial. Sua aventura épica dentro de sua própria cabeça ? uma aventura no consciente e inconsciente contado em primeira pessoa ? vislumbra os vazios de sua essência em busca de uma transgressão humana. G.H busca ser além do que é.

Em meio aos conflitos, G.H é motivada a limpar sua casa depois que sua empregada resolve não aparecer mais. Por algum impulso instintivo, a personagem resolve começar sua limpeza pelo quartinho da empregada. Durante o processo resolve abrir o armário e, ali, no meio de sombras, vislumbra uma barata. Este ser abominável que, até mesmo G.H, sente escarnio, nojo profundo.

Eis que surgem algumas das características mais marcantes da autora. O foco microscópico cria algumas das partes mais hilárias do livro. Clarice vai descrevendo a barata com uma ironia bastante peculiar, as antenas, as perninhas se mexendo e o líquido branco que vai se amarelando com o tempo. Com o desenvolvimento da narrativa, essas microscopia irônica deixa de ser engraçada e vai se tornando indigerível, incômodo. Clarice é incômoda desde os acontecimentos até sua escrita.

O encontro com a barata aponta, também, a autora dos acontecimentos banais que desmoronam os personagens. Apesar dos conflitos existenciais já existirem em G.H, o encontro com o ser asqueroso provoca um sentimento que ínsita a quebra cotidiana e o contato com o estranho. De maneira internalizada a barata, nojenta, aflora em G.H a busca pelo seu ser sendo e a quebra de seus medos que não a faz sentir, seguir, transgredir. G.H precisa que aquele ser apavorante faça parte dela.

Ao fazer a barata ser pertencente a si, G.H tem o intuito de desnudar-se de uma máscara moral que a impede de entrar em contato com as experiências existenciais mais profundas em prol de uma segurança cotidiana. G.H troca os prazeres, as vontades e suas potências pelo que é convencional, naturalmente imposto.

A Paixão Segundo G.H é um livro intenso, indigerível, incômodo que, porém, não da vontade de parar de senti-lo. Surpreendente. Clarice transforma uma história banal e nojenta em um épico do inconsciente e das vontades humanas.
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Camila Mantoanelli 03/07/2020

Super indico
Livro maravilhoso, intenso, dramático. Com certeza entra na minha lista de melhores livros da vida.
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beckysoul 06/07/2020

A paixão segundo G.H
A paixão segundo G.H foi minha primeira obra da Clarice Lispector e, posso afirmar que, de início, me causou uma certa estranheza o seu modo de escrita. Mas, no decorrer da leitura pude observar o quão magnífica a autora. Não é uma leitura tão fácil para os que não estão acostumados com o seu estilo de narrativa, mas, assim que você compreender que ler Clarice se dá mais pelo sentir do que pelo entender de fato, então poderá reconhecer a grandiosidade deste livro, que, quanto mais relido for mais irá gerar novas sensações ao leitor.
Leiam Clarice! De preferência comecem por livros mais simples, como Laços de família, para a partir daí iniciar os mais complexos como a paixão segundo G.H.
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Carolina Del Puppo 06/07/2020

Um livro inacreditável
Nunca vou encontrar palavras o suficiente para descrever esse livro, nenhuma palavra vai ser suficiente. Uma inacreditável epifania, esse livro é quase um buraco negro, te conduz a entrar em profundas reflexões, e é difícil sair sem ter sofrido alterações no modo de pensar.
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Camaradalopes07 06/07/2020

Ótimo!
O livro é maravilhoso. Adorei cada momento com ele. Tive uma epifania igual a narradora-pesonagem. Vale muito a pena conhecer um pouco da literatura da Clarice Lispector e sua escrita.
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