Evilly 16/04/2023
A paixão segundo G.H
Acredito que tenha sido um erro meu ter iniciado a leitura no mundo de Clarice Lispector com este livro tão desafiador e conturbado.
De acordo com as minhas pesquisas, a autora, Clarice, iniciou este livro após uma experiência com LSD, que resultou em uma perspectiva completamente alucinógena. Talvez seja por isso que este livro seja tão...intricado¿
A personagem principal, G.H, sempre foi uma mulher repleta de privilégios. Sempre definindo e organizando as coisas em seu devido lugar.
Após G.H demitir sua empregada, da qual ela não gostava muito, ela decidi entrar em seu antigo quarto. G.H, esperava um quarto desordenado, deteriorado. Mas, logo quando entrou, se deparou com algo completamente inesperado por ela. O quarto estava limpo e organizado. E nele havia algumas pinturas na parede, aparentemente feitos por Janai, a empregada.
E na iminência do ocorrido, ela encontra-se com uma barata que estava no guarda-roupa e, G.H, que nunca havia visto uma barata antes, se assusta.
Assim, inicia-se todo um repertório de confusão, onde a vida dela gira em torno da barata, como se ela em si fosse a barata.
Desde o início da leitura já conseguimos perceber que, embora a personagem tenha tudo na vida, ainda havia um vazio dentro dela de não saber definir quem ela é. O que ela é, ela sempre soube definir, mas ela nunca havia desvendado sua própria alma. Seu próprio valor.
Ela mergulha tanto nessa ideia que acaba achando que é uma espécie de "Pecado Divino" conhecer a si mesma e que está condenada ao inferno, a perdição.
Acabei dando uma nota baixa porque é um livro complexo de entender, até a página cem eu estava conseguindo acompanhar, mas depois disso desandei...
Essa não foi nem metade da minha pouca, mas, singela interpretação. Essa foi a resenha mais difícil que eu já escrevi.