A paixão segundo G.H.

A paixão segundo G.H. Clarice Lispector




Resenhas - A Paixão Segundo G.H.


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Tábata Kotowiski 14/04/2024

G.H. decide limpar o quarto de empregada em seu apartamento, encontra uma barata e dá uma viajada, resultando numa série de reflexões existenciais. G.H. usa cada objeto, cada poeira, como gatilho para essas reflexões. Clarice dificulta a vida de nós, reles leitores (falo por mim, pelo menos) não seguindo uma narrativa linear, fazendo muitos questionamentos, sem oferecer respostas definitivas.

O enredo é fragmentado, obscuro. Me senti perdida em meio as divagações filosóficas e as metáforas abstratas. A narrativa é excessivamente introspectiva, com monólogos que se perdem na sua própria profundidade. Parece que o leitor é alienado e não envolvido na leitura. Do tipo, tô tendo uma crise existencial por aqui e filosofando sobre o assunto, se quiseres entender, se vira nos 30 porque não vou desenhar!

E tudo por conta de uma barata! Quem se questiona tanto ao ver uma barata? Fiquei indignadíssima com isso. rsrsrs

Moral da história: Barata também é filosofia (já diria Kafka).

Moral da minha história: Não tenho a alma formada.
Ondas Superficiais 15/04/2024minha estante
Gente, que viagem é essa kjkjkjkjk




tainota 11/04/2024

O gosto da vida, que é um gosto quase nulo
Me encontrei diversas vezes nessa leitura, embarquei em toda a viagem que g.h nos conduz e pude provar um pouco do gosto do nada que é a vida, que não pode ser dita, senão perde em si o que é

estar lendo lacan ao mesmo tempo é muito interessante porque são leituras que se complementam, ambos falam, de formas diferentes - mas igualmente difíceis - como a linguagem é uma faca de dois gumes, é a nossa ferramenta pra tentar chegar ao objeto mas que sabemos que nunca chegaremos

pensei muita coisa lendo esse livro e muita coisa pra falar na resenha, mas foi tudo se perdendo, sem contar a minha dificuldade em falar mesmo, mas que, aos poucos, seguro na mão de clarice e ela me guia

? Adio a hora de me falar. Por medo? E porque não tenho uma palavra a dizer.
Não tenho uma palavra a dizer. Por que não me calo, então? ?
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Quincas Borba 11/04/2024

"É dificil perder-se. É tão difícil
Que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo..."





"A Paixão Segundo G.H" é um livro escrito por Clarice Lispector, lançado em 1964. Na história, seguimos uma escultora que se identifica como G.H, que segue uma série de questões sobre sua identidade e a humanidade em geral.

O que é esse livro? Quem é G.H? Quem sou eu? Quem somos nós?
Esse é um livro cheio de perguntas que não têm respostas, nem sequer uma explicação. Tampouco é um livro que serve para ser entendido; claro, você pode tentar entender, mas eu não recomendaria muito. Como a própria Clarice sugeriu, você deveria sentir; você deve sentir sua mão segurando a de G.H enquanto ela viaja dentro de sua própria consciência e aos tempos antigos.
É impressionante o poder das palavras. Esse incrível monólogo de 180 páginas é uma busca de G.H sobre ela mesma; mas, o que é G.H? E por quê seria necessário atravessar milênios de história? Ela esteve presente lá? E por quê ela comeu a barata?
O que é a barata?
Bem, como havia escrito antes: perguntas sem respostas; mas, um livro sentimental para ser sentido. Se você conseguiu se identificar em algum momento na história com os sentimentos de G.H, então você "entendeu" o livro.
Foi como Clarice disse em sua única entrevista televisionada: um professor formado em literatura leu o livro quatro vezes, e disse não ter entendido do quê se tratava; já uma garota de dezessete anos disse que havia entendido, e relia e relia o livro. Posso não ter tido uma epifania tão poderosa quanto a de G.H após a vista do cadáver da barata, mas me senti junto dela em todos os sentidos durante seu monólogo.
É uma obra realmente impressionante.
A escrita de Clarice é simples e elegante. As metáforas, as descrições, os benditos fluxos de consciência, tudo se encaixa. Porém, novamente reitero: sinta, não busque entender.
Porque se tentar entender, talevz terminará tão confuso e tão perdido quanto G.H.
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giovanna 11/04/2024

"Eu é que larguei a mão porque agora tenho que ir sozinha".
A revelação que acomete a G.H. é passada para nós tal como ela é: fatal, fluida, sensorial. Esse livro é uma ida sem volta. Não há como conhecer Clarice pressentindo uma compreensão lógica, sequencial e direta. É preciso divagar. Estar preparado pra tirar, de um conjunto de palavras que não parece ter sentido, um milagre. Seus livros, pra mim, parecem sempre alcançar uma realidade que somente é. A viagem de G.H. se direciona ao que simplesmente é. Ao essencial, princípio de tudo. Suas descobertas me levaram a descobrir muito também.
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Bianca1771 10/04/2024

Este livro foi uma homenagem a Franz Kafka?
Quem já leu "A metamorfose" não pode deixar de notar uma certa semelhança, a barata.
Quase o livro inteiro se passa dentro de um quarto, o quarto da empregada. Em busca de algo para se distrair, GH decide organizar seu apartamento, começando pelo quarto da emprega. GH diz que o fato de organizar as coisas a deixa se sentindo de certa forma mais completa, e eu entendo perfeitamente essa Analogia.
Achando que o quarto da empregada estaria desorganizado e sujo, ela se surpreende por encontrar o contrário, o quarto estava intacto.
Este cômodo rendeu belas páginas sobre sentimentos complexos e analogias difíceis de entender, que sempre estão presente nos livros da clarice. Voltando ao título da resenha, este livro foi uma homenagem a Franz Kafka? A semelhança envolvendo a barata encontrada no quarto e todas as ideias envolvendo ela.
Você não entende a história, você sente ela.
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Pacífico 09/04/2024

That?s enough of C. L. for today
Li esse numa dobradinha com Metamorfose, do Kafka (entendedores entenderão) mas fui mais na onda do filme que tá pra lançar em maio. É um livro com capítulos curtos (gosto muito!!!) e que a frase que termina um é a mesma que começa o próximo (adoro narrativas bem ancoradas). Amo por que em vários momentos me vi divagando pensando em várias coisas pra além do texto e fiz isso, apesar de inconscientemente, sem a menor culpa. Acho que ler Clarice também é pra isso, visitar outros assuntos e tecer vias transversais de entendimento. Mais uma vez muito grato por ter nascido brasileiro ou mais que isso, falar brasileiro pra ler Clarice na íntegra
Pacífico 09/04/2024minha estante
OBS.: leiam livros das bibliotecas públicas!!!




nivylarue 08/04/2024

Sem comentários
A protagonista-narradora que despede a empregada doméstica e decide fazer uma limpeza geral no quarto de serviço, que ela supõe imundo e repleto de inutilidades. Após recuperar-se da frustração de ter encontrado um quarto limpo e arrumado, G.H. depara-se com uma barata na porta do armário. Depois do susto, ela esmaga o inseto e decide provar seu interior branco, processando-se, então, uma revelação. G.H. sai de sua rotina civilizada e lança-se para fora do humano, reconstruindo-se a partir desse episódio. A protagonista vê sua condição de dona de casa e mãe como uma selvagem.

Como poderia eu, uma mera mortal sem entendimento de nada, alegar qualquer coisa sobre essa obra? Eu não poderia.
Não sabia muito sobre o livro e muito menos sobre como funcionava a escrita de Clarice Lispector, mas podia imaginar coisas que iria me deparar em suas obras, mas nem os meus pensamentos mais profundos e mórbidos seriam capaz de chegar a grandiosidade de reflexões viscerais que são os livros dessa mulher.

Não se pode ler Clarice Lispector, pois suas palavras não iram lhe entregar as respostas da reflexão da vida ou as resoluções para qualquer coisa. Você necessita sentir suas palavras, pois é isso que Clarice faz.
A paixão segundo G.H apenas vai te causar mais questionamentos e devaneios. O livro é esplêndido e esta alem de uma compreensão ou interpretação textual. Não se da para ter uma mísera perspectiva do que Clarice quis dizer com esse livro.

A perspectiva sofrida sobre a morte foi algo que mais me encantou. A dificuldade da aceitação de algo que estamos todos destinados. Esse livro me arrancou as palavras de uma forma impressionante. Eu não seria capaz de descreve-lo.
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Bi 08/04/2024

Complexo e simples ao mesmo tempo. Um livro para se ler com calma e meditar sobre as reflexões da GH.
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Boz 07/04/2024

Obra-prima
Clarice é a maior escritor(a) da língua portuguesa de todos os tempos. Sou isso!
Nada mais será como antes na vida de quem lê essa mulher!
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Felipe 05/04/2024

Não foi o livro da Clarice que mais gostei de ler. Tento entender seu status de obra-prima pensando um pouco no impacto em sua época. Ele começa e vai muito bem até a metade, depois cai num torvelinho pouco interessante e volta a ganhar um ?frescor? nas últimas páginas. É para ler devagar, aberto à complexidade de reflexões realmente profundas, que podem ser transformadoras.
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Cakichi 04/04/2024

"E eis que a mão que eu segurava me abandonou. Não, não. Eu é que larguei a mão porque agora tenho que ir sozinha. Se eu conseguir voltar do reino da vida tornarei a pegar a tua mão, e a beijarei grata porque ela me esperou, e esperou que meu caminho passasse, e que eu voltasse magra, faminta e humilde: com fome apenas do pouco, com fome apenas do menos."

Virou facilmente o meu top 1.
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Junior 04/04/2024

"Quando se realiza o viver, pergunta-se: mas era só isto? E a resposta é: não é só isto, é exatamente isto."

É impressionante como Clarice consegue fazer a gente se identificar mesmo viajando completamente na escrita. É lindo e absolutamente marcante. Não entendi nada, apenas senti.
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elis166 03/04/2024

Eu também adoro, Clarice
Acho incrível como a Clarice simplesmente é, das diversas maneiras possíveis e impossíveis. Que leitura, que livro. A paixão segundo G.H. é simplesmente de uma profundidade, de uma quantidade sem igual de camadas, realmente de uma sensibilidade. Ao ler eu fui percebendo que eu não precisava procurar saber o que era isso ou aquilo, tentar ?entender? o livro, bastava sentir, o que é e foi inevitável. Clarice de fato é um sentimento.

eu não entendo, mas eu adoro.
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Lucas.Silva 01/04/2024

Esse livro é extremamente sensível. Como muitas outras resenhas devem dizer, não é uma obra para ser entendida, mas sentida. E eu fiz isso, senti-a com todas as minhas forças. Ler esse livro lentamente, de preferência falando em voz alta cada palavra, é uma experiência maravilhosa. Sentir na pele as questões de G.H. sobre o que ela é, o que ela não é, o que são as coisas, o que é o mundo etc.? tudo isso é de uma enorme potência! Espero que outras pessoas tenham o prazer de ler as reflexões resultantes de uma personagem com um quarto arrumado e uma barata.
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