Caroline Meirelles 16/05/20222 em 1AVISO DE GATILHO (com certeza eu vou esquecer alguns): automutilação, tentativa de suicídio, estupro (de menores), violência contra menores (incluindo homicídio), vício em jogos, fobias, ataques de pânico (e muito conteúdo sobre medos, então, se você tem alguma fobia e tem medo de engatilhar algo, não leia o livro).
Esse livro tem uma premissa diferente de outros livros YA que eu já li; trata de fobias, ansiedade, saúde mental, etc. Basicamente, a personagem principal e toda sua família tem diversas fobias e ela acredita que eles vão morrer por causa dos seus medos (por exemplo, uma pessoa tem fobia de água e, então, vai morrer afogada). Assim, ela tem uma lista com seus medos e evita todos. Toda a família dela tem fobias e a autora consegue mostrar a forma como o medo dessas pessoas se manifesta e é muito diferente de ler.
Eu tenho muito medo de algumas coisas, então me identifiquei com alguns momentos do livro. Acho que isso está na sinopse, mas em algum momento a principal começa a desafiar essa lista de medos dela e se forçar a enfrentá-los. Nessa parte, o ritmo do livro foi ficando mais lento (e repetitivo) e, por isso, eu tive um pouco de dificuldade de continuar lendo, tive que me forçar a ter um ritmo de leitura, porque alguns capítulos eram bem arrastados.
Pra mim, o ponto alto do livro foi a história do avô da principal, que basicamente foi quem começou essa "maldição" da família deles. Às vezes parecia que dois livros estavam sendo escritos ao mesmo tempo; a autora não soube amarrar muito bem as duas histórias, ficou meio solto, mas a parte do avô foi, de longe, a melhor. Queria que a autora tivesse introduzido antes essa história também pra dar tempo do leitor se acostumar com a mudança da narrativa, ficou rápido demais. O livro vai de lento a rápido o tempo todo, mas escrita da autora é muito boa.
Eu também não senti uma conexão forte com a personagem principal; senti bem mais com os secundários. Toda essa família precisava URGENTEMENTE de terapia. Fiquei feliz que pelo menos o irmão consegue uma ajuda com terapia, mas todo mundo ali deveria se tratar. Também não gostei de algumas frases do livro sobre aceitar que as pessoas te machuquem porque você ama elas... amiga, não é assim não.
Eu senti muita dó especialmente do Eugene, porque ele foi tão negligenciado por todos (inclusive pela principal). Eu fiquei com muita raiva da principal vendo que ele se machucava e simplesmente não fazendo nada, nem falando com ele, ninguém realmente ajudou ele ou tentou ajudar ele. Em certo ponto, até mesmo achei que a autora era contra terapia, só mudei de ideia com uma explicação dela no final.
No geral, eu não senti que é um livro modelo para ler sobre saúde mental, muitas coisas me deixaram incomodada e o desenvolvimento dos personagens é meio... meh... (tipo ninguém fez nada pelo Jonah e pela irmã dele...?, Hephzibah também não teve desenvolvimento nenhum...), mas okay. Pareceu que, no final, tudo ficou bem, porque a principal ficou bem e o resto que fooda kkkkk