Karen | @encontradanoslivros 14/12/2021
Uma jornada por uma mente em caos
A família de Esther é amaldiçoada, ou pelo menos é essa a história que seu avô conta e que Esther acredita veementemente desde criança. Segundo seu avô, ele conheceu O Homem Que Seria a Morte, e desde então a família dos Solar está destinada a morrer por causa dos seus maiores medos. E como Esther não acreditaria, uma vez que sua mãe tem tanto medo do azar que entrou em um loop de jogar em cassinos? Uma vez que seu pai não sai do porão de casa a 6 anos devido ao pânico do mundo de fora? Uma vez que seu irmão, Eugene, tem tanto medo do escuro que todas as tomadas da casa são presas com fita isolante para nunca serem desligadas?
Esther não sabe qual é seu maior medo ainda, mas carrega consigo uma lista de potenciais medos para nunca se aproximar dessas coisas/situações e acabar encontrando A Morte. Porém, ao reencontrar Jonah, seu amigo de infância, que se recoloca em sua vida novamente após furtar seus 55 dólares e suas balinhas de fruta (pois é), é convencida pelo garoto de que juntos ela poderia encarar cada item de sua lista.
Resumir esse livro em uma sinopse não é uma missão fácil porque, de verdade, ele é muito mais do que tudo que já contei ali em cima. "Uma lista (quase) definitiva de piores medos" é uma surpresa de leitura, começamos o livro com um toque de humor sarcástico e você quase pensa que vai ser assim, até se ver em lugares tão profundos enquanto lê a ponto de fechar o livro para respirar fundo e continuar.
Diria que é uma jornada mergulhada em transtornos psicológicos e em uma mente ansiosa e depressiva, escrito com firmeza e sem rodeios - e de uma forma completamente simples de compreender toda a complexidade de pensamentos e momentos tão dolorosos. A autora faz um trabalho inacreditável.
Simples, rápido, profundo e necessário. Recomendo (mas se atentem aos gatilhos).
PS: essa resenha também está no meu instagram @encontradanoslivros