Guynaciria 18/01/2022Maria Firmina dos Reis, foi uma mulher a frente do seu tempo, chegando a criar uma escola mista, que até então não existia no país.
Esse e o seu primeiro romance, publicado originalmente na Revista Maranhense.
É uma pena que suas obras tenham sido esquecidas por tanto tempo, sendo redescoberta em um sebo a pouco tempo.
Por ser mulher, descendente de uma escrava alforriada, de uma inteligência ímpar, ela não obteve em vida o reconhecimento que merecia.
No livro "A escrava", ela deixa claro o seu papel ativo nas causas abolicionistas, nos fazendo enchergar a triste situação em que se encontravam as pessoas escravizadas.
Pessoas essas desprovidas de qualquer direito. Que podiam ser machucadas física e emocionalmente, seja através de chicotadas e trabalho forçado extenuante, ou até mesmo, se vendo privados de seus entes queridos que lhe eram arrancados do convívio familiar e vendidos como se fossem simples posses.
Esse foi o caso da escrava da história, que enlouqueceu após ter seus filhos gêmeos de 8 anos vendidos, nunca mais os vendo.
Antes disso sua mãe também havia se entregue a loucura, ao ser enganada pelo seu dito senhor, que entregou uma carta falsa de alforria a sua filha, recebendo em troca todo o dinheiro que o pai da mesma tinha sofrido para juntar, com o intuíto de obter a a liberdade de sua amada filha.
Como podem ver, não existiu limites para a crueldade dos donos de escravos e seus capatazes.
Essa é uma obra intensa, apesar de suas poucas páginas.
Vocês já leram algo da autora? Sabiam que ela é a única mulher que teve seu busto acrescentado entre os autores homenageados na Praça do Pantheon em São Luis do Maranhão?