Tuca 07/09/2020Como o ser humano pode ser tão cruel a ponto de tratar seu semelhante como propriedade? Escrito poucos meses antes da lei Áurea, por uma autora negra e nordestina, “A escrava” é um conto de caráter abolicionista. A história de Joana, uma senhora escravizada durante toda a vida, é exposta pela narradora a uma sala cheia de pessoas da alta sociedade de forma a tentar chocar aquele público tão acostumado a essa prática que hoje enxergamos como bárbara, desumana e absurda e convencê-los a abominar o cativeiro negro.
“Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e sempre será um grande mal.”
Não existe um único retrato de Maria Firmina dos Reis, e ela foi redescoberta apenas em 1962 quando um historiador encontrou seu livro “Úrsula” (1859) em um sebo do Rio de Janeiro. “A escrava” (1887) foi originalmente publicado na revista maranhense (vol.03), e nele Maria Firmina conseguiu esparramar todo um desejo de luta interno com suas palavras. Ela esbanja revolta não somente pela dor de Joana, como também pela de Gabriel, Carlos, Urbano e todos os escravos por eles representados. Foi com sua escrita, que Maria usou sua melhor arma para contribuir com o abolicionismo, e foi com ela também que mesmo tendo sido esquecida por anos, ela volta a ser lembrada como grande autora brasileira e eternizada em sua literatura.
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