Lerissa K. 26/01/2016
Este foi o livro mais longo que li em 2015 e também a leitura que eu levei mais tempo para concluir, embora esse fato não tenha nada a ver com a quantia de páginas que o livro possui. É uma história longa, pode-se dizer a "história de uma vida" e, por isso, acaba sendo, em momentos diferentes, lento, empolgante, divertido, romântico e até cheio de suspense. Mas é uma história que vale a pena ser lida, pois é a história de uma jovem forte, que venceu e superou todos os obstáculos que se puseram em seu caminho.
Sira Quiroga é, como já se disse, uma jovem forte, uma lutadora e O Tempo entre Costuras conta sua história, sua trajetória ao longo de uma mudança de vida repleta de percalços e problemas. No começo da história, Sira, uma moça da década de 30, é uma jovem inocente que vive com sua mãe em Madri, na Espanha. Sua mãe auxilia no trabalho do ateliê de costura de D. Manuela e Sira, ajudando em pequenas coisas, aprende um pouco também.
Tudo estava bem, até o dia em que um tal de Ramiro surge na vida dela. Sira, ainda inocente, logo cai nos encantos do aventureiro e este consegue convencê-la a deixar sua vidinha para trás. É então que Sira parte para Marrocos, terra africana, pouco antes da guerra dominar a Espanha. Ela deixa tudo para trás, sua mãe, seu antigo namorado e sua pequena vida e parte em direção a uma vida nova, cheia de luxo e glamour.
Porém, tudo logo acaba e a vida luminosa de Sira se escurece. Ela é abandonada por Ramiro, grávida e infeliz, roubada, sem eira, nem beira e sem conhecer nada nem ninguém. E, como se não bastasse, ainda é cobrada por uma tremenda dívida no hotel luxuoso em que vivia e também acaba perdendo o bebê. Mas Sira recebe uma nova chance, o delegado que a tinha sob custódia deixa-a na pensão de D. Candelária. Esta é uma comédia, uma ótima personagem e é quem tira Sira da lama.
"Um dos efeitos da paixão louca e obcecada é que anula os sentidos para perceber o que acontece à sua volta. Corta rente a sensibilidade, a capacidade da percepção. Obriga-nos a concentrar tanto a atenção em um ser único que nos isola do resto do universo, nos aprisiona em uma couraça e nos mantém à margem de outras realidades, mesmo que transcorram a dois palmos do seu nariz. [...] Por isso, tive de aprender a viver sozinha, a pensar em mim e a lutar para que o peso de sua ausência fosse se tornando, pouco a pouco, menos desolador. Como dizia o folheto das Academias Pitman, longo e escarpado são os caminhos da vida."
[...]
O enredo do livro é muito bem feito e os acontecimentos da história estão bem costurados entre si, com uma linha bem apertada, dando pontos aqui, arrematando ali. A vida de Sira é interessante, não é um mero conto de fadas em que tudo acaba bem. É uma história cheia de quedas, dores e cicatrizes, mas também de força própria e determinação.
A história, apesar de ser um pouco lenta em alguns momentos, também passa por uma transição. Começa com uma narração simples e vagarosa, por assim dizer, mas, em seu decorrer, vai se enchendo de acontecimentos e situações cada vez mais cheias de ação e suspense e, ao se encaminhar para o final, a vida de Sira é eletrizante e você acaba se prendendo, enfim, à história.
Em muitos momentos o leitor se pergunta: E agora? O que vai acontecer? Como que isso vai acabar? E a história também guarda um amplo leque de surpresas em seu decorrer.
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