Paixão simples

Paixão simples Annie Ernaux




Resenhas - Uma Paixão Simples


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Claudia 21/04/2023

Você já se apaixonou?
Se sim, esse livro vai fazer muito mais sentido para você. Annie com uma linguagem crua expressa a loucura de uma paixão, a obsessão, a dor e o prazer.
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jota 24/04/2023

BOM: um relato um tanto frio e seco de uma paixão, daí que foi uma paixão simples?
Lido em 23 de abril de 2023.

Paixão parece uma coisa complexa, porque pode tirar as pessoas dos trilhos, especialmente se o objeto da paixão, como ocorre aqui, tem pinta de Alain Delon, é diplomata da Europa oriental, aprecia boas roupas e carros caros e sobretudo é bom de cama, senão Ernaux não teria se apaixonado perdidamente por ele.

Mas se ela narra os encontros com o amante como se não fosse haver amanhã, a ausência dele e a espera de seus telefonemas como um suplício, se não toma banho um dia para conservar o esperma dele no corpo, por outro lado não se esquece de lembrar o leitor que é uma mulher educada, inteligente, economicamente independente etc. que não vai sair por aí cometendo porralouquices, só entre quatro paredes.

Então, viver uma paixão é uma coisa avassaladora, mas depois, olhar para trás e analisar o que se passou com uma lente de aumento que os escritores guardam na gaveta, é outra, daí que tudo aquilo que se assemelhava a um mundo de desejo, sexo e prazer, pode não passar mesmo, como diz o título do livro, de uma paixão simples. A ser substituída por outra paixão, ou não. Porque se Delon é um só, Ernaux também é única.

Gostei mais de O Lugar, editora Fósforo, 2021.
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Letícia 24/04/2023

O maior luxo é a chance de viver uma paixão
Annie Ernaux é uma das minhas autoras preferidas, mas não pensei que Paixão Simples pudesse me impactar tanto quanto Os Anos, O Lugar ou O Acontecimento. Que grata surpresa foi chegar ao fim deste pequeno tesouro e perceber que, sim, Ernaux sempre me mobiliza e me afeta profundamente.

?Descobri do que podemos ser capazes, ou seja, de tudo: desejos sublimes ou mortais, falta de dignidade, crendices e condutas que eu julgava insensatas nos outros umas vez que eu própria não as havia experimentado. Sem saber, ele estreitou minha conexão com o mundo.?

Gosto especialmente de como a autora aborda a questão da memória. Aqui, além de retomar a ideia de tempo palimpsesto apresentada em Os Anos, ela reflete sobre a repetição como forma de elaboração do luto e de como é tênue a linha que separa a rememoração da loucura.

Também gostei bastante de como ela retoma O Acontecimento em determinado trecho, algo que eu não esperava. E, claro, ela amarra isso tudo com perfeição.

?Ora, mas não escrevi um livro sobre ele, nem sobre mim mesma. Apenas expressei com palavras - que talvez ele nem leia, e que não são destinadas a ele - o que a existência dele, por si só, me trouxe. Um tipo de dom reverso.?
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olivromefisgou 30/04/2023

Mais Annie Ernaux, sim Senhor!!! O despudor agora é sobre sua paixão por um homem casado. Eu até achei que o livro tava um pouco morno, mas no final ela nos dá uma prova do porquê o Nobel foi realmente merecido. Que venham os próximos!!! Estou terminando ?Je ne suis pas sortie de ma nuit? e já adianto que é maravilhoso!
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Victor.Hermê 09/05/2023

O mais interessante desse livro é como a autora descreve várias fases e estados da paixão ? obsessão, sensação de abandono, esperas angustiantes pelo outro, finalmente, o gozo do reencontro, a aceitação do fim óbvio de um amor secreto.

São 70 páginas em que Annie Ernaux mostra como estar apaixonada mudou sua rotina até nos pequenos detalhes. Podemos ver isso nessa citação:

"Uma vez, no cabeleireiro, encontrei uma mulher que falava como uma matraca, e todo mundo lhe respondia normalmente até o momento em que, com a cabeça deitada na bacia, ela disse: ?estou tratando dos nervos?. No mesmo minuto, imperceptivelmente, os funcionários começaram a se dirigir a ela com uma distância contida, como se aquele desabafo fosse a prova da sua perturbação. Eu tinha medo de também parecer anormal se dissesse: ?estou vivendo uma paixão?."
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Diego.Fernando 13/05/2023

Profundo e doloroso
Esse livro entra pro hall dos mais tristes que já li, a história pode ser ficcional ou real da própria autora, que seja, a única certeza que tenho é que ela é em parte autobiografica para boa parte de nós
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Jasmine 21/05/2023

Algumas impressões de Paixão Simples, de Annie Ernaux
O que Ernaux narra em Paixão Simples une os significados de repetição, reconstituição, recuperação e salvação. Aqui, sua escrita dirige-se a outro tempo, para salvar o sentimento e o prazer que só foram concebidos naquela circunstância e que só se torna possível pela escrita, por nela manter o real e a sustentação da vida. Noutras palavras, uma escrita que salva a si mesmo preservando a memória e fazendo da repetição um lugar seguro e infinito.

É bonita a expressão de respeito com que preserva a identidade da pessoa que figura como seu personagem, mas ela mesma diz flutuar como a personagem que nenhum romance lhe permitiria, através de um sentimento de incredulidade que distingue passado e ficção. Esta personagem ama um estrangeiro, um estranho e, desde o início, consciente das barreiras culturais que impedem o entendimento mútuo tão importante para uma relação amorosa. Mas, graças a ele, ela se aproxima de si mesmo quando quase se confunde com o outro, na última fronteira, com a clara visão do outro lado.

O que Ernaux constrói em Paixão Simples também anuncia a liberdade da escrita feminina, a continuação segura do que se escreve impunemente, como se vivêssemos, nós, mulheres, num mundo que não nos exige explicações e onde o único comprometimento aceitável seria aquele de respeitar o desejo, ouvir o sonho e respeitar quem somos, ainda que o futuro revele uma desimportância sobre o que hoje faz sentido .

Viver uma paixão é um luxo, na mesma proporção de ter uma vida intelectual, conclui Ernaux. ?Simples?, como uma possibilidade, para que não tenhamos medo ou evitemos vivê-la, malgrado o risco de nos perdermos ou de nunca mais viver sobre a superfície.
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Icaro 27/05/2023

Ótimo como sempre!
Estava com saudades da Annie. Adorei o livro, muito intimista e com uma visão de limite da paixão incrível. A capacidade dela para escrever simples e de forma tão profunda é surreal.
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Bruno.Dellatorre 23/07/2023

Seco
Gosto de como Annie Ernaux, de uma forma super afastada e impessoal, detalha o cérebro de um apaixonado, a anatomia do amor, a ansiedade do amor e essas coisas - sem um pingo de sentimentalismo. Tudo na base da honestidade e da secura. Me identifiquei várias vezes (não só por estar apaixonado, acho que eu e Annie pensamos parecido em muitas ocasiões)
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Jonathan Vicente 17/06/2023

Nobel de Literatura
A abordagem apresentada pela autora em todo o conceito do livro é de muito prazer e emoção, a paixao apresentada pela autora que de certa forma mostra em todo o livro uma abordagem erotica porem de forma soft e apaixonante. Gostei demais!
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RobsBia 25/06/2023

Esse livro me lembrou o quão assombroso é viver uma paixão dilacerante. Esquecer da sua essência, maquinar sua vida em torno de alguém, uma espera infinita, de data indefinida. Sentir mais dor e sofrimento do que aproveitar o momento. Se libertar e não se enxergar mais naquele cenário. Ainda bem que passa. Que dor.
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Mih 28/06/2023

Certamente um dos meus favoritos da Ernaux
"No entanto, quando comecei a escrever, era para continuar nesse tempo, em que tudo seguia o mesmo caminho, da escolha de um filme à escolha de um batom, e esse caminho era sempre em direção a uma pessoa. (...)
(Ainda agora, reler as primeiras páginas tem a mesma natureza dolorosa que olhar e tocar o roupão turco que ele vestia em minha casa e tirava no momento em que tinha de voltar a vestir-se para ir embora. Há uma diferença: estas páginas vão sempre manter um sentido para mim, talvez para outras pessoas também, enquanto o roupão, um dia deixa de evocar o que quer que seja, e eu hei de metê-lo numa trouxa de trapos. Se escrevo isto é porque com certeza tento salvar também o roupão.)"
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Bela 01/07/2023

Primeiras impressões
Escolhi Paixão Simples para ser minha introdução às obras de Annie Ernaux e confesso que tinha expectativas altas por conta do Nobel de Literatura.
Porém o que encontrei não foi impressionante. São relatos muito bem escritos de sua breve paixão por homem estrangeiro e casado, mas que não me pareceram profundas reflexões.
Acredito que vale a leitura, pretendo inclusive ler mais livros dela, porém não sei se esse é a melhor escolha para uma introdução ao mundo de Annie Ernaux. É uma leitura rápida, nada complexa (o que é ótimo) e pouco específica, tanto que chega a ser generalista e quase monótona.
Destaco uma passagem que gostei e que resume o livro: ?Descobri do que podemos ser capazes, ou seja, de tudo: desejos sublimes ou mortais, falta de dignidade, crendices e condutas que eu julgava insensatas nos outros uma vez que eu própria não as havia experimentado. Sem saber, ele estreitou minha conexão com o mundo.?
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Pedro.Gondim 17/07/2023

Uma paixão verdadeiramente avassaladora
?O tempo da escrita não tem nada a ver com o tempo da paixão.? (p. 47) .
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aline203 19/07/2023

É como dizia Marília Mendonça: "E o preço que eu pago é nunca ser amada de verdade (...) Amante não tem lar..."

Fico boba como os livros de Annie Ernaux são curtos mas tem tanta informação e são tão objetivos e fortes. Cada livro é um tapa na cara.
Tem uma escrita fluida e te chama para dentro da conversa.
Adorando cada um deles.
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