A mão esquerda da escuridão

A mão esquerda da escuridão Ursula K. Le Guin...




Resenhas - A Mão Esquerda da Escuridão


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Mirna.Porto 09/08/2020

A mão esquerda da escuridão é às vezes instigante e às vezes maçante, mas é também com certeza um trabalho incrível de ficção científica. Ursula K. Le Guin imaginou e criou um planeta, uma sociedade e uma espécie com um riqueza impressionante de detalhes. É uma obra interessante mas o ritmo lento de narrativa pode não agradar a todo mundo.
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Lucianalg 17/08/2020

Longa jornada
Após ler Os despossuídos acreditava que iria ler algo tão bom quanto, mas achei um pouco cansativo.
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Erica 19/08/2020

Fui esperando uma super ficção científica e me deparei com um travel diary sem graça...
Começou bem, mas dá metade pra frente, que coisa arrastada!
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blacktonks 20/08/2020

No primeiro momento achei o livro levemente tedioso e até chatinho, mas bastou a história "tomar forma" que não consegui largar o livro.
Tendo ideia do período que foi escrito e tudo que contém nele, todos os debates acerca de pátria, sociedade, tramas políticos e gênero, me deixa pasma sobre a pouca popularidade dele.

A leitura, quando se pega o ritmo, fluí de maneira gostosa e intensa. Quando você menos perceber já está entrelaçado na aventura do terráqueo Ai e seu amigo (amigo com bastante ênfase) Harth.
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Eduardo.Staque 21/08/2020

Interessante, intrigante, mas cansativo e arrastado.
Uma sociedade não muito evoluída, mas mais desenvolvida, diferente, porém igual.
A visão da autora nos faz questionar se as nossas diferenças físicas entre os gêneros são necessárias para a construção de nossa sociedade.
Aqui vemos que o comportamento é o que define a pessoa, definitivamente o que ela é em si, não sua casca.
Muito interessante ver como eles se comportam, como veem seu mundo, seu país e uns aos outros; suas preocupações ou não-preocupações que fazem desse mundo fictício muito interessante de se ler e querer saber mais.
Porém essa curiosidade não é saciada, pelo menos, eu me senti assim.
A diferença entre os humanos é muito falada, mas parece que não faz diferença para a narrativa em si, pois se não nos fosse informado dessa falta ou ambiguidade no gênero deles, não afetaria em nada na trama.
Pode ser que eu não tenha entendido muito do livro, pois é um livro complicado mas não muito, já que o que me atrapalhou foram as palavras alienígenas e seus significados que até agora, depois de ler, eu ainda tento entender e juntar com o contexto em que são usadas.
A melhores coisas aqui são os mitos desse planeta. Mesmo que essa sociedade não se apoie muito e não seja religiosa (pelo menos não comparada com a nossa), os mitos acabam influenciando em suas decisões e comportamento coletivo.
E essa é a parte interessante.
Os personagens são desenvolvidos o suficiente para a história andar, mas não muito aprofundados: eles apenas "são". Suas relações acabam sendo estranhas, talvez para nós que temos nossas diferenças físicas explicitas o que facilita o dialogo, interpretação, ação e reação, o que aqui nesse livro fica muito do "será que foi isso que acontecei?", ou "será que eu entendi certo essa resposta ou essa pergunta?".

Pode ser que essa tenha sido a intenção da autora, fazer com que tenhamos esse tipo de dúvida sobre o que está na nossa frente, assim como Genly ficava pensando.

O bom, é que a autora também nos dá a resposta: o que está na sua frente é um ser, completo e pleno, ele é o que é, ele é o que precisa ser ou o que quer ser, apenas é.

E essa é a maior reflexão que pude tirar, e que valeu toda a leitura cansativa e arrastada do livro, assim como foi a viagem de nossos personagens principais, principalmente de Genly Ai para entender exatamente isso.
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Siqueira 21/08/2020

Bom
Abordagens interessantes, personagens bem construídos mundo totalmente novo, uma boa leitura nota 6.
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Debora 25/09/2020

Difícil de captar todos os subtextos
Ao terminar a leitura de A mão esquerda da escuridão o que sinto é que esta obra tem tantos meandros e subtextos que uma leitura só não permite sua compreensão. Pelo menos não para quem, como eu, não é acostumada com ficção científica, talvez.
Me interessam muito as discussões sobre dualidade presente na obra, Yn e Yang, macho/fêmea, luz/escuridão.
Contudo, pra mim foi difícil, e chato, acompanhar as tramas e meandros nos quais esta discussão se dão. Fico com a sensação que a obra podia ter umas 50 páginas a menos e algum dinamismo a mais.
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Mi 27/09/2020

O tema do livro realmente é muito interessante. Trata-se de um enviado a um planeta extraterrestre de forma diplomática e que encontra nele vários obstáculos políticos e aos poucos vai entendendo a diferença de gênero dos seres daquele planeta. Porém é um livro de 1969 e a abordagem da autora em muitas vezes é machista. Mas vale manter sempre em mente que trata-se de uma narrativa de outra época e que merece sim a discussão. Apesar do tema ter me encantado, achei uma leitura muito lenta. Mas valeu a experiência.
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Juscelino L 26/10/2020

Tão frio que o Alasca chora
O título é uma brincadeira ao fato de que no planeta Inverno (onde se passa a historia) o clima é muito frio e em certas passagens o personagem principal, que é um terráqueo, logo não é muito acostumado ao frio extremo, comenta que la faz -40°C, é frio pra doer a alma hehe.

Mas quanto ao livro, achei uma ótima ficção cientifica, a autora consegue criar um universo único e complexo neste livro, sem duvida sensacional.

Porém, devo afirmar que achei várias passagens da obra difíceis de compreender, mesmo a autora tendo o cuidado de tomar didática certos pontos da narrativa e inserir melhor o universo em que estamos. Assim, só me empolguei mesmo no terço final da obra.

Separei uma passagem do livro, que me caiu também como sentimento ao ler ele:
?Seu dialeto era marcante, e ele utilizava muitos nomes de pessoas, lugares, costumes e ferramentas cujo significado eu desconhecia, então raramente chegava a entender pouco mais do que a essência de suas reminiscências.?
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Laura Brand 27/10/2020

Nostalgia Cinza
Um clássico é um livro que ainda não terminou de dizer aquilo que tinha para dizer. Essa máxima de Ítalo Calvino poderia ter sido pensada para o livro A Mão Esquerda da Escuridão. Um clássico da literatura nerd, escrito por uma mulher nos anos 60 e considerado um dos livros mais importantes da década. Saiba mais sobre esse clássico da ficção científica na resenha de A Mão Esquerda da Escuridão!

A Mão Esquerda da Escuridão é um livro diferente de tudo o que já li, tanto dentro da ficção científica quanto na literatura em geral. A androginia é abordada de forma bem interessante e extremamente criativa, deixando o leitor curioso ao longo de todo o texto. Além da própria narrativa ser bem prazerosa, gostei bastante as reflexões levantadas pela autora por meio do olhar dos personagens. Uma delas, a respeito da própria androginia, ficou comigo ao longo de toda a leitura: “eles não são neutros. São potencialidades”.

É interessante citar uma fala de Neil Gaiman, já no prefácio, porque situa bastante o leitor e mostra o que esperar do livro: “Li A mão esquerda da escuridão aos 11 ou 12 anos, e isso mudou o modo como eu olhava o mundo. Até então eu tinha certeza de que havia garotas e garotos, homens e mulheres, e eles satisfaziam os papéis que lhes foram atribuídos, porque era simplesmente o modo como as coisas são: as diferenças entre os sexos eram reais e imutáveis. Depois de ler este livro, papéis sexuais, suposições de gênero, o modo como nos relacionamos uma com os outros como homem ou mulher - todas essas coisas pareceram subitamente arbitrárias.”

Dentro da universalidade de A Mão Esquerda da Escuridão podemos observar a divisão política e a polaridade de culturas e pensamentos, a tentativa de se encaixar em uma sociedade que se torna hostil por meio da diferença entre os povos, os conflitos e dramas familiares, e a busca por conexões e laços, independente do lugar. A Mão Esquerda da Escuridão também é a história de um estrangeiro tentando se adaptar a um mundo culturalmente e biologicamente diferente, dividido em dois governos e com uma tensão palpável e latente, um panorama extremamente atual.

O livro aborda de forma interessante como nos relacionaríamos com os outros sem a barreira de gênero imposta por uma sociedade binária. Um mundo sem rótulos, mas que mantém algumas das estruturas inerentes à condição humana e/ou de indivíduos pensados de forma semelhante aos humanos.

Além disso, é interessante observar como, mesmo em um mundo onde a ideia de masculino e feminino cai por terra, ainda existem conflitos familiares, disputas de poder e desavenças, mas como isso tudo pode acontecer sem a influência da visão binária de gênero. A partir daí, os conflitos surgem mais como uma questão relacionada à diversidade de comportamentos e pensamentos, o que sinto particularmente como um refresco em meio a tantas histórias pautadas por visões binárias e estereótipos nocivos às discussões do século XXI. Como é mencionado no livro: "julga-se ou respeita-se uma pessoa apenas como ser humano. É uma experiência espantosa".

A sensação de movimento é constante ao longo de toda a leitura. Isso porque a narrativa se passa em vários lugares, estamos constantemente nos movendo com os personagens, migrando de um lugar para o outro e viajando pelo tempo de acordo com flashbacks e flashforwards que a autora escolhe nos presentear para podermos viver a história com os personagens.

Mesmo tendo em mãos uma narrativa inteligente e completa, as histórias paralelas foram o que mais me interessou no livro. A jornada de Ali e Estraven, os dois narradores principais, é bem interessante, principalmente quando acontecem os diálogos a respeito das diferenças entre os indivíduos na Terra e em Gethen, ainda mais em relação à gêneros. Mas me sentia mais envolvida quando, entre esses capítulos, podia ter acesso a contos, mitos e histórias desse povo e desse mundo tão ímpar. Fiquei curiosa para entender mais sobre a mitologia desse planeta e suas ancestralidades.

Um dos pontos altos do livro é, sem dúvidas, o mundo polarizado de Gethen. A Mão Esquerda da Escuridão é um belíssimo passeio por paisagens inóspitas, digno de um excelente cli-fi. O cenário ganha muito espaço na historia e é basicamente o que conduz a narrativa. Sempre me interesso bastante por livros que conseguem trazer a atmosfera para perto do leitor e A Mão Esquerda da Escuridão foi uma surpresa muito agradável nesse sentido.

A não ser por alguns diálogos que tratam de forma estereotipada o que representa o feminino e o masculino (algo comum principalmente se pensarmos no contexto em que a história foi escrita e dentro do segmento literário no qual ela está inserido), o livro continua extremamente atual e é difícil lembrar que foi escrito há mais de 50 anos.

A Mão Esquerda da Escuridão é um marco da ficção científica e é, além disso, uma referência para a discussão de gênero dentro da literatura moderna. O livro tem como elemento mais marcante e como diferencial a androginia, mas ela não é o foco do livro. Assim como todo clássico, A Mão Esquerda da Escuridão traz universalidades que fazem com que todo leitor, não importa a época ou o lugar, se identifique de alguma forma.


site: https://www.nostalgiacinza.com.br/2020/10/resenha-mao-esquerda-da-escuridao.html
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Camila Garcia 29/10/2020

Não é qualquer pessoa que consegue te fazer questionar o mundo à sua volta falando de maneira simples.
E se eu não fosse mulher? Se eu não tivesse seios, útero, ou um ciclo hormonal bem definido... o que restaria de mim? Quanto de mim é assim porque sou mulher, e quanto de mim é assim porque sou, simplesmente, humana?
Eu não sei responder. Não acho que alguém saiba. Mas esse é o questionamento que permeia o livro A Mão Esquerda da Escuridão.
Um humano, homem, sai da Terra e vai desbravar um outro planeta, chamado Inverno. Em Inverno, claro, sempre faz frio — mesmo no verão, as temperaturas agradáveis são próximas de zero. Mas essa não é a única particularidade do planeta. Nele, as pessoas não têm um sexo definido.. essa é uma sociedade bissexual em sua mais pura forma: a cada 20 e poucos dias, elas entram em um período fértil e seu corpo escolhe, aleatoriamente, o sexo que vai predominar nos próximos dias, homem ou mulher. Em caso de gravidez, que acontece com qualquer humano, o corpo se adapta por mais tempo.

O personagem principal, terráqueo que é, estranha que as pessoas não são nem tão impulsivas, orgulhosas e competitivas quanto os homens que ele antes conhecia, nem tão delicadas, vulneráveis ou de humor tão flutuante quanto as mulheres. E como em Inverno não há diferenciação de sexo, a gente se pergunta o quanto da nossa sociedade ou personalidade se baseia nisso. Se todo mundo pode engravidar, a gravidez ou o parto deixam de ser tabu, ou demérito em trabalho, por exemplo.

De maneira geral, este é um livro de leitura leve, ritmo excelente. Não há grandes complexidades no enredo, o que é um baita elogio à Ursula, a autora. Não é qualquer pessoa que consegue te fazer questionar o mundo à sua volta falando de maneira simples.
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Leitura Singular por Natasha Dias 07/11/2020

Igualdade de gênero ao pé da letra
?Fardo e privilégio são compartilhados de modo bem igualitário; todos têm o mesmo risco a correr ou a mesma escolha a fazer. Portanto, ninguém aqui é tão completamente livre quanto um macho livre, em qualquer outro lugar. (?) não existe sexo sem consentimento, não existe estupro. Como ocorre com todos os mamíferos, exceto o homem, o coito só pode ser realizado por convite e consentimento mútuo; do contrário, não é possível. (?) não existe nenhuma divisão da humanidade em metades forte e fraca, protetora/protegida, dominante/submissa, dona/escrava, ativa/passiva. Na verdade, pode-se verificar que toda a tendência ao dualismo que permeia o pensamento humano é muito reduzida, ou alterada, aqui em Inverno.??
?
Após os recentes desdobramentos do caso Mariana Ferrer, imagine um mundo onde não existe a diferenciação entre feminino e masculino. Na verdade não existe homens e mulheres. Todos são Andrógenos e se moldam físicamente em homens ou mulheres no período de reprodução kemmer, de acordo com a sua vontade e as investidas do seu parceiro. Todos estão correndo os mesmos riscos logo não há medo, ou injustiça. Todos são iguais em Gethen, carinhosamente chamada de Inverno devido ao seu constante clima frio.? Essa característica do planeta norteia comportamentos dos seus habitantes e do mundo ficcional criado pela genial Ursula Le Guin em 1969.
?
A história se desenrola em primeira pessoa por dois narradores principais: Genly Ai, humano vindo da terra em missão diplomática neste planeta; e Estraven, político exilado do seu país após ir contra as decisões do rei Tibe e uma das únicas pessoas que acredita no humano. Além disso, podem ser lidos relatórios deixados pelo diplomata anterior a Ai, que descrevem costumes, mitos e a religião local.?
?
Política, questões de gênero, racismo, traição, e um universo que através do véu da ficção científica, traz questionamentos muito atuais e pertinentes.?
?
Se você curte esse tipo de literatura, considere leitura obrigatória.?
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André Hausmann 08/11/2020

Gostei da premissa da obra e da perspectiva da autora, principalmente se considerando a época em que ele foi escrito.
Apesar disso ele não me empolgou muito como eu esperava devido a quantidade de resenhas positivas aqui apresentadas.
Reafirmo, o livro não é ruim; mas achei em alguns pontos a narrativa um pouco lenta e em certas partes eu tive problemas em notar a mudança do narrador em virtude da forma de suas vozes estarem muito similares.
É um livro que vale ser apreciado e para mim, uma segunda leitura futuramente.
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Michele 10/11/2020

UM UNIVERSO PERFEITAMENTE CONSTRUÍDO
Quando um livro é bom não importa o número de páginas ou o quanto ele te tira da realidade do dia a dia.

Com A MÃO ESQUERDA DA ESCURIDÃO, de Ursula K. Le Guin, torci pra que o livro não terminasse e, como uma alienígena em outro planeta, eu conheci uma nova realidade.

Nesta obra, o terráqueo Genry Ai é enviado pelo Ekumen, uma espécie de ONU espacial composta por 80 planetas, com a missão de convidar o planeta Gethen a participar desse grupo. Somente após 2 anos, o enviado consegue se aproximar de uma importante liderança: o rei de Karhide. No entanto, por medo, Estraven, o primeiro ministro que havia intermediado o encontro, é banido.

A narrativa se desenvolve permeada de uma descrição muito profunda das particularidades políticas, geológicas, religiosas, linguísticas e fisiológicas dos gethenianos.

Uma das suas características principais é o fato de serem seres ambissexuais, ou seja, são todos iguais, abarcando ambos os sexos e gerando um profundo estranhamento no protagonista.

Por causa disso, esse povo se desenvolveu de forma muito diferente. Compreendem, por exemplo, as dicotomias como algo uno, um oposto não existe sem o outro.

Outro destaque é o fato de eles viverem em uma era glacial, provavelmente a causa de possuírem um espírito de solidariedade e sobrevivência muito mais desenvolvido.

A narrativa é feita a maior parte em 1ª pessoa por Genry como uma espécie de livro de registros; por Estraven, que escreve diários; e ainda intercalada por mitos locais e informações científicas.

Fiquei impactada com o final, sem me decidir se havia gostado ou não. Porém, alguém de fora da Terra (eu acho!) me enviou uma mensagem telepática que ampliou o meu entendimento. Assim, se você ler e passar por este mesmo conflito, lembre-se do título da obra.

Esta obra me apresentou o universo ficcional mais bem construído entre todas as leituras que já fiz na vida, o que faz de Le Guin uma das minhas mestras a ser venerada. Se bem que tenho dúvidas de que ela tenha inventado tudo isso, acho que algum enviado contou esta história a ela.

Convincente demais!
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