A mão esquerda da escuridão

A mão esquerda da escuridão Ursula K. Le Guin...




Resenhas - A Mão Esquerda da Escuridão


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Carla Verçoza 26/12/2021

Esta foi mais uma releitura de um livro favorito que fiz esse ano. E se manteve sendo favorito!
A forma como Ursula cria todo um novo universo, no planeta Gethen, é brilhante.
A primeira metade do livro pode ser um pouco mais lenta, pois há toda a ambientação e detalhes de construção e entendimento do planeta e seus moradores, mas eu não achei cansativo. Do meio pra frente a leitura cresce e praticamente não há pausas.
Os capítulos sobre a prisão, a fuga, toda a jornada, são bons demais, os dialógos dos dois personagens, os pensamentos, medos, o clima, tudo está lá com perfeição.
O livro levanta muitas questões, como poder, gênero (e além do gênero), relações políticas e humanas.
Sensacional!
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Eduardo.Staque 21/08/2020

Interessante, intrigante, mas cansativo e arrastado.
Uma sociedade não muito evoluída, mas mais desenvolvida, diferente, porém igual.
A visão da autora nos faz questionar se as nossas diferenças físicas entre os gêneros são necessárias para a construção de nossa sociedade.
Aqui vemos que o comportamento é o que define a pessoa, definitivamente o que ela é em si, não sua casca.
Muito interessante ver como eles se comportam, como veem seu mundo, seu país e uns aos outros; suas preocupações ou não-preocupações que fazem desse mundo fictício muito interessante de se ler e querer saber mais.
Porém essa curiosidade não é saciada, pelo menos, eu me senti assim.
A diferença entre os humanos é muito falada, mas parece que não faz diferença para a narrativa em si, pois se não nos fosse informado dessa falta ou ambiguidade no gênero deles, não afetaria em nada na trama.
Pode ser que eu não tenha entendido muito do livro, pois é um livro complicado mas não muito, já que o que me atrapalhou foram as palavras alienígenas e seus significados que até agora, depois de ler, eu ainda tento entender e juntar com o contexto em que são usadas.
A melhores coisas aqui são os mitos desse planeta. Mesmo que essa sociedade não se apoie muito e não seja religiosa (pelo menos não comparada com a nossa), os mitos acabam influenciando em suas decisões e comportamento coletivo.
E essa é a parte interessante.
Os personagens são desenvolvidos o suficiente para a história andar, mas não muito aprofundados: eles apenas "são". Suas relações acabam sendo estranhas, talvez para nós que temos nossas diferenças físicas explicitas o que facilita o dialogo, interpretação, ação e reação, o que aqui nesse livro fica muito do "será que foi isso que acontecei?", ou "será que eu entendi certo essa resposta ou essa pergunta?".

Pode ser que essa tenha sido a intenção da autora, fazer com que tenhamos esse tipo de dúvida sobre o que está na nossa frente, assim como Genly ficava pensando.

O bom, é que a autora também nos dá a resposta: o que está na sua frente é um ser, completo e pleno, ele é o que é, ele é o que precisa ser ou o que quer ser, apenas é.

E essa é a maior reflexão que pude tirar, e que valeu toda a leitura cansativa e arrastada do livro, assim como foi a viagem de nossos personagens principais, principalmente de Genly Ai para entender exatamente isso.
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@ciduart 27/03/2021

Sci-fi
Continuo tentando quebrar o gelo ao ler ficção científica, esse foi curioso, alienígenas e um terráqueo explorando planetas longínquos, me cansei algumas vezes por não entender os termos e as características dos personagens e dos locais. Porém a obra traz muita reflexão sobre patriotismo, poder, sexualidade, opressão.
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Rodrigo 09/06/2021

Uma obra antropológica
Mais do que ficção científica A Mão Esquerda da Escuridão é uma obra antropológica.

Temas socioculturais, tecnológicos, políticos e religiosos são tratados na obra com tamanha perfeição que nos faz imaginar como seria nossa sociedade se descobrisse que no universo existe um planeta tão diferente do nosso e ao mesmo tempo muito semelhante.

Imaginem vocês, uma terra onde os indivíduos são homens e mulheres ao mesmo tempo que não são nenhum? Qual o resultado de uma incrível jornada em um planeta dominado pelo frio constante? Ficaram curiosos? Recomendo a leitura...

O livro faz parte de um conjunto de obras chamado Ciclo de Hainish sendo o quarto a compor o Ciclo. Não existe ordem cronológica para as publicações, então, não tem problema começar por ele.

Um ponto negativo na edição foi a falta de um glossário com alguns termos utilizados no livro, também achei falta de um mapa do planeta em que passa a história, apesar de ter achado vários na Internet, acredito que iria agregar valor a edição da Aleph.
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Ariane 31/07/2023

Ursula K Le Guin realmente merece todo o mérito que a segue. A mão esquerda da escuridão é um livro de ficção científica que faz jus aos grandes nomes do gênero. Le Guin foi visionária ao descrever todo um planeta em muitos detalhes, assim como o plano político-economico de basicamente um universo inteiro. Foi de uma criatividade e ousadia incríveis. Pessoalmente, achei o livro arrastado. Só passei a ler com mais vontade um pouco depois do meio para o final. Mas, apesar da narrativa não ter me cativado tanto assim, Le Guin merece todos os loiros por sua obra e com certeza lerei mais livros dela.
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Daniel.Tschiedel 08/11/2023

Difícil de avaliar e dar uma nota
Pra começar, só a Introdução escrita pela autora, onde ela debate sobre o papel da ficção científica, já vale o livro.

Depois, esse universo criado por ela é super interessante, principalmente a questão do gênero, onde no planeta onde a história se passa, os humanos são andróginos e assexuados a maior parte do tempo, e apenas durante o período fértil, desenvolvem um dos sexos (masculino ou feminino) e efetivamente possuem desejo e relações sexuais (inclusive qualquer humano desse planeta pode engravidar dependendo do gênero que desenvolve a cada período fértil.

E é feito um contraponto ao humano alienígena e protagonista do livro, que é um homem cis terráqueo, o qual é tratado como um "pervertido", que está sempre no período fértil. Além disso, é demonstrado como a falta de um gênero definido faz com que todos sejam tratados igualitariamente quanto a esse aspecto físico.

Mas, pra mim, morre aí o lado positivo. A verdade é que todo o livro se desenrola em uma trama política chata e arrastada, e praticamente metade dele é dedicada a uma viagem do protagonista, isolada na natureza do planeta, onde por todas essas páginas a autora fica apenas descrevendo a paisagem. É uma lenga lenga em que o enredo não sai do lugar, e estamos falando de quase 120 páginas disso...

Por causa do que relatei acima, é difícil avaliar o livro. É um livro ao mesmo tempo brilhante e enfadonho.
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Priscila 25/03/2021

Lê Guin era alienígena
Fazia tempos que não lia ficção científica, e gostei muitíssimo da escrita da Úrsula. Nunca tinha parado de fato para pensar em como a sexualidade interfere na nossa vida como um todo. E que imaginação a autora tem! Acho que ela era uma alienígena.
Adson.Mamede 25/03/2021minha estante
Leia "Os Despossuídos". É sequência desse aí. Ursula é uma mestre na escrita.


Priscila 27/03/2021minha estante
Obg! Já tá no carrinho rsrs




Marcos Faria 01/04/2013

Existem dois grandes incômodos na leitura de “A mão esquerda da escuridão” (Aleph, 2008). O primeiro é a visão de um mundo em que os valores ocidentais se impõem naturalmente como único caminho válido mesmo para as potências vagamente orientalizadas ou sociedades comunistas. O segundo é a afirmação do masculino como neutro, marcando o feminino como outro (e um outro quase sempre desvalorizado, apontado como falho) mesmo numa sociedade hermafrodita (e no entanto paradoxalmente heteronormativa) como a do planeta Gethen. Ursula K. LeGuin disse, na introdução escrita em 1976, que seu livro era sobre o presente, não sobre o futuro. Um presente frio como o inverno permanente de Gethen.

Publicado originalmente no Almanaque - http://almanaque.wordpress.com/2013/04/01/meninos-eu-li-33/
Mariana 15/12/2014minha estante
Concordo com suas afirmações e achei especialmente interessante suas últimas frases, pois há tempos estou lutando para compreender por que apesar de toda a sua evolução, Ursula decidiu retratar a mulher como um ser indesejável.
As características que ela atrela ao sexo feminino são assustadoramente machistas e desagradáveis, não consegui encaixá-las com outras considerações do livro.
Se Genly é um ser que faz parte do Ekumen, e esse conceito é tão evoluído que mais de 80 mundos podem viver pacificamente sem leis estabelecidas, como pode um ser vindo de algo tão grandioso trazer essas concepções das mulheres, que inclusive são também parte desse mesmo Ekumen?




Thaise @realidadeliteral 19/05/2022

Leia as entrelinhas
Nesse livro conhecemos a história de Genly Ai, um terráqueo que é enviado ao planeta Gethen como emissário do Ekumen, grande tratado interestelar. Suas missão é convencer os habitantes gethenianos à se juntarem à esse tratado, porém ele esbarra em um enorme muro de desconfiança, descrédito e diferença cultural aparentemente irremediáveis. Acontece que os gethenianos são "ambissexuais", não tem sexo definido até o momento que entram no kemmer - período específico para relações amorosas - onde podem assumir a forma tanto feminina quanto masculina e isso faz com que questões sociais que na terra são típicas de um gênero não existem no Planeta Inverno.

Essa é a forma de Úrsula encontrou para criticar nossa sociedade patriarcal, pois os Gethenianos não tem tendências à guerrear, não gostam de armas, nem de disputas por poder, questões tipicamente masculinas. Mas apesar disso o romance causou um certo burburinho entre as feministas da época, e me causou um pouco de, como posso dizer, sentimento de "poxa Úrsula" pois ela escolhe tratar os Guetenianos com pronome masculino e por questões referentes ao relacionamento do livro que não posso contar senão será spoiler.

Tirando isso o romance merece toda a fama e prestígio recebidos, tendo vencido os prêmios "Nébula" e "Hugo" no ano de sua publicação a obra máxima de Úrsula k. Le Guin tem um poder que não sei explicar. Parece algo extraterrestre. O início do livro é um pouco lento, demorei para entender o que estava acontecendo, mas ao longo da narrativa você é envolvido na trama que num primeiro momento parece simples, mas contém tanta coisa nas entrelinhas que, dias após o término da leitura eu ainda me pego pensando nele e encontrando coisas novas para exaltá-lo. É isso, o romance cresce em meu conceito cada vez que penso nele.

Falando sobre extraterrestres andróginos de um planeta que ainda não saiu da era glacial ela nos faz refletir sobre muito da natureza humana, nossa dificuldade em aceitar o diferente, em tratar todos como iguais e nos despir de nossos preconceitos para enfim vivermos em harmonia. Eis aí a grande lição dessa leitura.

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Jessica1248 07/01/2021

Não parece o mesmo livro que as pessoas comentam
De tanto ouvir falar sobre esse livro ("um ótimo sci-fi sobre gênero e sexualidade, daqueles que você lê e muda concepções"), comecei a lê-lo com altíssimas expectativas. Infelizmente, me decepcionei bastante. A premissa é fantástica, a autora escreveu uma introdução incrível, a história tinha um potencial enorme... mas não encontrei no livro o que "foi prometido" (lembrando que isso tem mais a ver com as minhas expectativas do que com o livro em si).

O ponto é que esse é um livro sobre política (bem bagunçada) e sobre pessoas andando pra lá e pra cá. Existe sim a questão da ambissexualidade dos personagens, mas isso fica quase em segundo plano, aparecendo em alguns diálogos ou reflexões do protagonista (e nesses, eu pensava "isso, agora vai!", mas não ia). Eu esperava que fosse haver uma relação entre essa característica sexual e a política, a religião e o comportamento das pessoas, mas as coisas quase não se conectam.

O que Le Guin faz muito bem aqui é criar uma cultura. A autora escreve muito bem e foi bastante criativa, mas mesmo nos pontos positivos eu senti falta de algo. O livro tem muitas palavras desconhecidas que representam lugares, costumes e outras coisas do planeta Inverno, mas poucas dessas palavras são explicadas (eu preciso de um mínimo de orientação para me conectar com a história); por isso, em várias partes do livro eu me senti como uma criança sentada na sala ouvindo a conversa dos adultos, sem entender nada. Então acabei não me importando com os personagens e seus objetivos.

Apesar disso, acho uma leitura válida. Afinal, a autora criou uma história bastante original e ousada para a época, num gênero literário pouco aberto para mulheres. Mantenho as 3 estrelas porque os (poucos) momentos de reflexão foram interessantes e ainda é uma obra grandiosa, mesmo que eu não tenha apreciado muito bem.
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Helano 12/03/2021

Antropologia e ficção científica.
Por ser uma obra bastante aguardada por min, confesso que o começo deixou um pouco a desejar. Não tanto pela narrativa em si, mas por seu ritmo e, também, pela leve dificuldade imposta por um novo vocabulário.
Todavia, após esse começo um pouco extenuante, tem-se uma narrativa ímpar, com um universo singular e bastante bem construído. Os planetas, as raças, as relações, etc é tudo brilhantemente elaborado.
Creio que os pontos altos da leitura sejam, não a história em si, mas o modo como ela é descrita e as reflexões sociológicas que ela suscita. Nesse sentido, o leitor é conduzido a pensar em uma sociedade na qual o gênero não define condicionamentos sociais. Algo diametralmente oposto ao que se verifica na Terra, por exemplo.
Enfim, é um clássico do sci-fi. Não recomendo como primeira leitura para os não iniciados. Porém, deve estar na biblioteca de todos os amantes do gênero.
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spoiler visualizar
Victória 02/09/2020minha estante
Quero muito ler esse livro ?


Gustavogl 02/09/2020minha estante
Vale muito a pena. Já quero ler os Despossuídos logo


Victória 02/09/2020minha estante
Esse também está na minha lista ?




Juliana @julianaaf 23/01/2021

Vamos ser sincero, esse livro é dificílimo de engatar. São muitos nomes diferentes, um planeta diferente com uma raça humana também diferente. Ele só veio mostrar para o que veio depois dos 50%.

Dado o recado, Ursula escreveu um baita livrão! Uma ficção científica que relata o que há de mais humano em qualquer ser: o amor e a amizade. Vimos aqui dois seres bem diferentes e que no final, se mostram iguais.

A autora constrói diversas reflexões durante toda a narrativa, acerca principalmente do gênero e tudo que ele impõe. Enxergamos aqui uma sociedade livre de gênero e de imposições, seria esse o paraíso para as mulheres (?).

Enfim, um livro que me tirou totalmente da minha zona de conforto, mas que no final valeu a pena a minha determinação para prosseguir. Uma grande surpresa.
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Will 11/08/2021

Experiência única
Desde antes de começar a ler já estava muito empolgado pra essa história que prometia muita coisa diferente e interessante. Confesso que até a primeira metade não estava gostando tanto quanto imaginava, talvez porque estava esperando mais ação e menos trama política, mas logo percebi que não seria assim. Da metade pra frente, algumas poucas coisas começaram a acontecer, mas que impactavam muito, comecei a me importar muito mais com os personagens, me amarrei bastante na história e gostei demais, não sou alguém que chora muito mas mesmo assim o livro me tirou lágrimas que não estava esperando, a conclusão deixa o resto muito lindo e coerente.
Além disso, o livro propõe, indiretamente, muitos questionamentos sobre as relações é diferenças entre uma sociedade dividida entre sexos e outra que não é, me fez pensar bastante sobre como somos definidos por essas características e do quanto as convenções sociais definem muito nossa visão dos outros.
Enfim, é um livro sensacional, mesmo sem me agradar no começo, ainda virou um favorito por tudo que ele fala, propõe e mostra, uma experiência muito diferente de todas que já tive, simplesmente incrível.
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Juh 30/09/2021

Acho que não estava preparada para essa obra.
Já esclarecendo que eu entendi o poder revolucionário dessa obra, ainda mais pelas notas iniciais de grandes nomes, eles já deixaram isso bem claro. Não é uma ficção científica fácil, nela encontramos muitos termos e explicações difíceis, palavras inventadas, o que acaba quebrando a fluidez do livro. Destaquei várias passagens que me fizeram refletir mas não tirou o peso de concluir essa obra. É um livro bom que eu esperava que fosse se tornar uma das ficções favoritas e especiais da minha vida mas não foi isso que ocorreu.
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