O duplo

O duplo Fiódor Dostoiévski




Resenhas - O Duplo


189 encontrados | exibindo 76 a 91
6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 |


anna 25/06/2022

De qualidade mas um pouco entediante
Após o sucesso de Gente Pobre, O Duplo (1946) , segundo livro publicado por Dostoievski, não teve boa aceitação da crítica e do público. Enquanto Gente Pobre tratava de questões sociais, em o Duplo a valorização é dada ao existencialismo, e sendo mais específica, a um existencialismo patológico. Isso porque o personagem principal, Golyadkin, é portador do que hoje conhecemos por esquizofrenia. O livro se passa no processo de enlouquecimento dele, desde os primórdios sintomáticos (hoje intitulado como ?trema da esquizofrenia?, um estado de mal estar inespecífico, sensação de que algo ruim vai acontecer, medo, etc), até a crise psicótica em si. Apesar de esquizofrenia necessitar de 6 meses de sintomas para firmar diagnóstico, a temporalidade do livro é incerta. Não sabemos se é passado em 1 dia, semanas ou meses.

A explicação para o título do livro, ?O duplo?, faz parte da Síndrome de falsa identificação delirante. Tal síndrome subdivide-se quatro:
Fregoli, capgras, intermetamorfose e duplo subjetivo. Duplo subjetivo é o vivenciado pelo personagem: enxerga em outra pessoa sua imagem, com mesmo nome e características físicas, mas com personalidade distinta, como um impostor.
Não existe alguém que descreva a alma humana como Dostoievski, ficando claro também nesse livro. O autor tinha uma predileção para temas existenciais e psicopatológicos, descrevendo de forma exata fenômenos mentais.
Contudo, entendo boa parte da crítica a história. É um livro maçante em muitas partes, chega a ser entediante. E além disso é confuso, visto que o protagonista tem sintoma clássico da esquizofrenia: discurso desconexo/ ilógico. Ficando confuso pra quem lê.

A título de curiosidade, outras alterações psicopatológicas presentes: delírios persecutórios, agitação, alterações somáticas, ecolalia, desorganização comportamental, dentre outras.

Um livro que vale a pena para os estudiosos ou entusiastas da saúde mental.
MaywormIsa 26/06/2022minha estante
Que pena que é maçante, eu tive a mesma sensação em crime e castigo, apesar de essa questão da patologia me chamar atenção.




spoiler visualizar
comentários(0)comente



Gabriel.Larrubia 19/06/2022

Fiz uma leitura meio aos avessos. Li escritos da casa morta pouco tempo atrás então li meio que à luz daquilo... mesmo o Dostoiévski sendo outro. Vários livros dele sinto que são do tipo que pessoas não muito legais se identificam mas aí o próprio livro ridiculariza o personagem, mas ainda mantendo certa simpatia, porque talvez o Dosto se identifica neles? Quem sabe quem sabe. Senti que o livro falava sobre quem se fecha muito não só pra si, ignorando o que não lhe agrada, como também se fecham pro mundo, se recusando a enxergar as pessoas, suas virtudes e riquezas... Mas também vi tantas análises muito mais ricas! enfim enfim. Muito divertido o jeito que o protagonista se comunica. enfim tenho mais a falar mas vou falar sozinho aqui adeus
comentários(0)comente



Reader Za 28/05/2022

A solidão enlouquecedora
Um funcionário público, sem amigos, vivendo uma vida muito simples e sem grandes felicidades é o personagem principal de o Duplo, ou herói, como o próprio Dostoievski denomina.

Essa pessoa, em um esforço desesperado para ?melhorar de vida? e alcançar certa posição social, que no seu entendimento trariam para si felicidade e e bons relacionamentos, mete os pés pelas mãos diversas vezes de maneira cômica e em muitas outras triste.

E então a doença psicológica se revela, após um encontro com um potencial amigo misterioso, e o personagem vai ficando cada vez mais desnorteado, confuso, acoado por inimigos ( imaginários) e mais solitário e atrapalhado.

Como minha segunda obra de Dostoiévski, confesso que achei a leitura difícil, pois a escrita remete a confusão mental do personagem e de sua vida no geral.
Mas no geral gostei do livro exatamente por sair totalmente da zona de conforto dos romances tradicionais.
comentários(0)comente



Alex 07/05/2022

O eu contra mim.
Durante alguns meses me atormentei sobre a questão da duplicidade na mente humana, li uns livros sobre e filmes tbm, clube da luta, esse Duplo do Dosto, o homem duplicado do saramago, Willian wilson do E.A. Poe. Acho q todo mundo ja se sentiu assombrado por uma versão melhor de si mesma, nem q seja quando pensamos: " eu poderia ser melhor", ou então somos assombrados por aquele que nós somos verdadeiramente. Essa duplicidade está em tudo q nos cerca, e serve para olharmos a nós mesmo e nos aceitarmos como somos, não querer ser melhor doq os outros, e sim melhores doq fomos ontem, no final o mundo é cruel e bom, lindo e horrível, somos ruins e bons. Quando aceitarmos toda essa contextura de ódio e amor no amor, olharemos pro céu e veremos com todo coração que até Deus carrega seu duplo.
Jessi 12/05/2022minha estante
Quero muito ler esse!!




RhD 05/05/2022

Romance psicológico
Simplesmente incrível. Dostoievsky nunca decepciona. O psicológico do personagem é muito bem trabalhado
comentários(0)comente



Cris 28/04/2022

28.04.2022
Uma narrativa diferente, um pouco chata, mas que ao longo do livro passa a ser interessante. Conta sobre a vida de Golyádkin e seu duplo (uma projeção do que ele gostaria de ser). Vamos acompanhando o crescimento da paranóia do personagem que leva-nos a pensar se é realidade ou é um sonho. Vemos as decepções da vida acontecendo, de não ser promovido, de não poder se casar com Clara de quem gosta, de não ser reconhecido na sociedade, de não fazer parte de uma roda de amigos, de não saber dialogar, pois é muito introspectivo, não consegue desenvolver a fala em um conversa, é meio chato (aí que entra a narrativa diferente, muito repetitiva), mas que demonstra uma necessidade de autoafirmação por parte do personagem. E seu duplo é tudo aquilo que ele não é. Gostei.
Janaina Edwiges 28/04/2022minha estante
Ótima resenha, Cris! Parece ser uma história muito interessante.


Cris 28/04/2022minha estante
No geral eu gostei, mas a escrita não é fluida como nos romances. O que senti foi o acompanhamento da loucura do personagem Só lendo para sentir e chegar à conclusão se foi sonho ou se aconteceu. O final é subjetivo, meio parecido com o homem duplicado de Saramago. Cada leitor tem sua percepção.




Germana 22/04/2022

Um livro desafiador
Uma leitura muito difícil e desafiadora que irá o leitor da zona de conforto e traz para uma realidade diferente. Um livro maravilhoso que vale a pena conhecer.
comentários(0)comente



Thais Guedes 31/03/2022

Brilhante
Dostoievski retrata com mestria o mundo caótico da mente humana! A falta de habilidade social e de comunicação do personagem são transmitidos na escrita o que a torna, em muito momentos, cansativa e de difícil compreensão mas que deixam a obra ainda mais genial! Apesar de truncado e maçante em alguns momentos, não consegui parar de ler!
comentários(0)comente



Nyck 31/03/2022

A leitura foi extremamente cansativa e difícil em certos momentos (diferente de "Gente pobre"). O tom experimental da escrita junto à consciência desordenada do protagonista fez com que eu me perdesse por diversas vezes.

Esse livro é muito importe por mostrar um pouco do que o autor faria na sua fase madura, mas não é um bom livro para começar a ler Dostoiévski.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Vinder 27/03/2022

Ótima novela e com muitas interpretações possíveis, na minha opinião. História aparentemente simples, mas que se torna um emaranhado de ?situações psíquicas? que dá gosto de ler!
comentários(0)comente



Lívia 25/03/2022

O duplo
"Não gosto de meias palavras; a mísera hipocrisia me desgosta; abomino a calúnia e a bisbilhotice. Só ponho máscara quando vou a um baile de máscaras, e não a uso diariamente diante das pessoas."
comentários(0)comente



Errejota 24/03/2022

Brilhante e claustrofóbico
A história trata de um funcionário público que ocupa um posto baixo no nível hierárquico e que ganha apenas o suficiente para sobreviver e ainda manter um empregado em sua esidência, o que era comum na sociedade russa da época para aqueles que tinham alguma condição financeira.
O personagem se mostra angustiado desde o início da história e isso só vai se agravando no decorrer da narrativa. O que se percebe é que ele possui uma espécie de sofrimento mental ou transtorno mental que vai se agravando conforme a história evolui até o seu desfecho.
Ele se mostra muito inseguro e até mesmo paranoico. Acredita que seus colegas de repartição estão tramando contra ele e também sente uma intensa necessidade de agradar os outros.
No meio da história, após ser expulso de uma festa, o personagem encontra nas ruas de São Petersburgo um vulto que parece reconhecer e passa a segui-lo.
Para sua surpresa, o vulto entra em seu condomínio e, quando o personagem chega ao apartamento, depara-se com o intruso que é uma cópia fiel à sua, o seu duplo.
O surgimento do duplo marca o início do fim do personagem principal que passa cada vez mais a demonstrar angústia, vergonha, confusão e paranoia. O duplo inicialmente se torna amigo do personagem, mas logo depois passa a tratá-lo de forma hostil, cínica e desleal.
É claro que, tratando-se de um romance psicológico, essa impressão nós temos da narrativa do protagonista. O duplo representa tudo aquilo que o protagonista não é: é extrovertido, bem articulado socialmente e determinado. O fim do livro é previsível mas não deixa de ser surpreendente a chegada até o desfecho.
Os devaneios do protagonista e os diálogos das personagens são capazes de nos transmitir a situação de deterioração mental que ele passa.
A confusão e a paranoia do personagem criam um ambiente claustrofóbico e agoniante. Há uma adaptação para o cinema, mas é uma história baseada no romance, mas não fiel. E o final é diferente.
comentários(0)comente



Rhuan Maciel 23/03/2022

Emblemático e psicológico, nesse livro, diferente de seu primeiro, Dostoiévski adentra muito mais na mente de seu protagonista, esboçando seus conflitos internos e devaneios. Desde o início fica-se com um pé atrás quanto às experiências de Golyádkin, não sabemos o que de fato realmente aconteceu. Além da personagem ser extremamente inseguro e indeciso. Pois suas tomadas de decisões mudam muito rapidamente e inúmeras vezes ele possui a necessidade de justificar-se internamente quando toma alguma ação. Já no começo da história presenciamos isso quando, destinado a ir para o janta, (onde não foi convidado), decide-se mudar de rota em direção a seu médico. Também notamos um certo nervosismo nas diversas vezes em que repete o nome do interlocutor e quando gagueja. Por esses motivos sentimos pena e uma certa vergonha alheia, uma vez que essas características o fazem passar por constrangimentos enormes. Quando seu duplo aparece, de início, acha-se que terão uma amizade forte e duradoura, o que transparece pela solidão do protagonista que finalmente encontra alguém que o entende. No entanto, no decorrer da obra, seu duplicado revela a si próprio como "pérfido", "traiçoeiro" e "não confiável". Coloco entre aspas porque Golyádkin adquire uma certa inveja acerca das qualidades de um homem idêntico fisicamente a ele. Apesar de em alguns momentos Golyádkin segundo demonstrar essa sua verdadeira face. Portanto a história gira de acordo com a psique desse funcionário público, obviamente perturbado, com várias narrativas criadas em sua cabeça. Dostoiévski desenvolve um livro muito interessante, o qual é capaz de aflorar muitos sentimentos diferentes nos leitores. Absolutamente é um livro que vale demais ser lido, apesar de muita gente achá-lo cansativo, ele justifica-se por si próprio.
comentários(0)comente



189 encontrados | exibindo 76 a 91
6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR