Azev 17/03/2021
Livro com potencial ... mas falhou
Eu comecei por ler este livro com grandes expectativas, primeiro porque o resumo era muito bom, e porque algumas críticas que li eram bastante positivas. Contava com uma estória de ação e fantasia de ler e chorar por mais, mas me enganei. As personagens me pareceram vazias e insípidas, não consegui me afeiçoar a nenhuma delas, não sei porquê, talvez o autor não tenha investido o suficiente na sua caraterização. Senti que houve fraco envolvimento nesse aspecto ao longo da narrativa, Ablon e Shamira, ambos personagens principais, despertaram em mim o mesmo sentimento de desinteresse que as personagens menores, e isso é muito mau sinal numa narrativa: quando mais que um protagonista não interessa minimamente ao leitor.
Tirando isso, achei a narrativa muito arrastada e com capítulos entediantes e desnecessários, destaco os capítulos flashback da jornada de Shamira e Ablon ao longo da história, esses capítulos poderiam ter sido interessantes mas o autor se focou em pormenores aborrecidos e em enredos enfadonhos e demasiado longos, o final foi uma batalha épica com um plot twist que não me surpreendeu.
A parte que mais gostei foi sem dúvida o Inferno, aliás acho que o autor deveria ter-se focado mais nas personagens infernais e nos reinos místicos, e não tanto em viagens aborrecidas no passado e no presente (sim porque a viagem dele e de Aziel até Jerusalém foi também longa e cheia de detalhes enfadonhos). Enfim, a parte infernal e a última batalha meio que me deram as forças para terminar a leitura, caso contrário eu teria abandonado.
Só acho que os ingredientes para uma grande obra estão todos lá, as personagens místicas de todas as culturas e religiões, viagens por vários locais ao redor do globo, portais, a forma como os elementos místicos são explicados é simples e não deixa dúvidas. No entanto sinto que o autor se perdeu, e ao longo da narrativa simplesmente foi por um caminho que em nada beneficiou a estória ou os personagens, pode ter sentido um bloqueio criativo e ter decidido escrever páginas e páginas para encher chouriço, porque é à única conclusão que cheguei para justificar o rumo que as coisas tomaram, afinal se tirásse-mos as viagens chatas e os excessivos pormenores desnecessários duvido que o livro tivesse metade das páginas. Não sei se darei uma segunda chance a esta saga, fiquei desiludida e temo que o livro seguinte seja igual ou pior.