Helder 27/01/2010Outro tipo de Ken FollettEm 1914 a Alemanha está reforçando seu estoque de ouro e tornando-se um país forte. Inglaterra percebe que logo Alemanha vai querer ganhar mais territórios, e para isso irá lançar-se em guerra contra a França, parceiro político da Inglaterra. Como sabem que não podem ajudar a França sozinho contra o poderio bélico da Alemanha, decidem tecer um acordo com a Rússia, para que ela possa lutar junto a França e Inglaterra, contra a Alemanha. Como facilitador para este plano, Churchill recorre ao Conde Stephen, cuja esposa é tia do Príncipe Orlov, o príncipe russo.Em paralelo a isso, o movimento anarquista russo descobre este plano e decide que deve haver uma revolução na Rússia, e nada melhor para proteger o povo russo do que matar o príncipe em território inglês. Desta maneira a Rússia não se envolverá na guerra, e a realeza ficará enfraquecida. Surge então Feliks, um amargurado anarquista que de tanto sofrer deixou de ter sentimentos, desde afeição até medo. E ele viaja a Inglaterra com a missão de matar o príncipe. Porém nem um deles contava que estórias adormecidas no passado voltassem a se cruzar, trazendo impactos e mudanças para todos os envolvidos.
Acho que li o primeiro Ken Follett com uns 15 anos. Buraco da Agulha e Chave de Rebeca. Eram livros da mesma época em que foi escrito este aqui. Ano passado voltei a ler Ken Follett, agora com os Pilares da Terra e Mundo Sem Fim.
Os primeiros falavam de espionagem da Segunda Guerra Mundial. Os últimos falavam de épocas medievais.
O homem de St Petesburgo não se encaixa em nenhum dos dois estilos.
Aqui Ken Follett quis contar uma história passada no inicio do século XX, próximo a Primeira Guerra Mundial. Sua intenção foi claramente descrever o período, onde o mundo estava começando a lidar com pequenos progressos como os automóveis e a emancipação das mulheres que buscam a permissão para votar. Nisso ele aproveita para criticar as etiquetas da época. Existem cenas ótimas, como quando Charlotte é obrigada a ir almoçar na casa da duquesa e começa a comparar o quanto a vida das classes abastadas é frívola. Em outra, quando Stephen encontra Churchill no clube, Follett descreve todos os diversos pratos que eles comem, mostrando o exagero daquela época. Assim como o capitulo do baile de debutantes, com todos os protocolos reais.
È um livro muito agradável de ler, mas as vezes a estória parece um pouco ingênua demais, e bem novelão. A maneira como ele conseguiu tecer a estória dos personagens e criar os conflitos foi muito interessante. E o mais legal é que os personagens fictícios se misturam com personagens reais, como Churchill.
Cada capítulo te deixa um gancho para querer saber o que vai acontecer.
O interessante é que ele conseguiu criar um livro de ação em uma época onde não existia tecnologia. Aqui as bombas são feitas em casa, o bandido foge de bicicleta. E mesmo assim a estória fica excitante.