Kamylla Cristina 14/06/2017O Homem de São Petersburgo, de Ken FollettEm 1914 a Alemanha, Rússia e Inglaterra estavam se organizando para uma guerra iminente, coisas como proteger territórios, conseguir aliados, reunir a maior quantidade de dinheiro e armas possíveis, analisar estratégias de recrutamento de soldados, entre outras eram medidas a serem tomadas. Dentre elas a maior de todas, sem dúvida, é estabelecer os aliados. Numa situação de guerra quem têm mais poderio político e de fogo será sempre o melhor aliado.
Em o Homem de São Peterburgo, Ken Follet nos apresenta Lorde Walden, um conde bastante influente nas esferas políticas de Londres. A história começa quando Walden é procurado por Winston Churchill, o Primeiro Lorde do Almirantado. Com a iminência da guerra é dever de Churchill conseguir acordos com os países aliados, no momento seu maior interesse é a Rússia. A participação de Walden nas negociações com a Rússia é a mais importante e delicada de todas, pois terá de negociar com o Príncipe Aleks Orlov, o sobrinho de sua esposa Lydia.
“...o que faziam não era suficiente, pois os tratados econômicos não protegiam as pessoas das balas da polícia e os artigos inflamados não queimavam palácios. ”
Aleks por sua vez têm a missão de conseguir da Inglaterra o melhor acordo possível, mas o tempo que passar em Londres não será tão tranquilo, não enquanto um anarquista bastante determinado e criativo estiver disposto a assassiná-lo.
Enquanto os políticos resolvem os caminhos do país, os anarquistas se reúnem para decidirem como agir contra o que está sendo feito. Dentre eles destaca-se Feliks, um anarquista que não tem medo de nada e nada a perder. Feliks se oferece para assassinar o príncipe Orlov, acabando assim com todas as possibilidades de um acordo entre a Inglaterra e a Rússia.
“Até aquele dia, refletiu Feliks, o assassinato fora planejado de forma abstrata. Era simplesmente uma questão de política internacional, desavenças diplomáticas, alianças e tratados, possibilidades militares, reações hipotéticas de distantes kaisers e czares. Agora, de repente, tornava-se uma questão concreta. Tratava-se de um homem de carne e osso, com peso e altura definidos, um rosto jovem, com um bigode pequeno, um rosto que devia ser destruído por uma bala. Era um corpo baixo num sobretudo grosso, que deveria ser transformado em sangue e em farrapos por uma bomba. Era um pescoço barbeado, por cima de uma gravata listrada, uma garganta que deveria ser cortada de um lado a outro, a fim de que o sangue esguichasse.
Feliks sentia-se perfeitamente capaz de fazê-lo. Mais do que isso, ele estava ansioso. “
Apesar de toda sua determinação e criatividade Feliks não terá tanta facilidade para concluir sua tarefa. Segredos que conectam os personagens serão revelados e podem colocar tudo a perder.
Estou de olho no Ken Follett faz um tempão, mas minha lista de leitura sempre em crescimento não havia me permitido o prazer de ler as obras dele. Apesar de estar super ansiosa para iniciar essa leitura, não foi fácil ultrapassar a página 20, porém, depois da terceira tentativa consegui pegar o ritmo da história e foi uma experiência muito boa. Os personagens me surpreenderam bastante e enriqueceram demais a história com as suas personalidades distintas. A história é muito envolvente e cheia de reviravoltas. Enfim, adorei fazer a leitura desse livro, foi uma ótima forma de iniciar a leitura de um autor.
A narrativa é feita em terceira pessoa e varia entre os pontos de vista dos personagens. Não esqueçamos de dar os parabéns à Arqueiro pela belíssima capa! Parece um cartão postal.
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