Lucas.Silva 11/04/2024
Confesso que antes de ler esse livro, acreditei que não seria grande coisa, ou que nunca chegaria aos pés de Admirável Mundo Novo. Pensei não haver tanta relevância em uma distopia que tem como base queimar livros. No entanto, ao me deparar com a obra em si, não com ideias rasas sobre ela, tive uma surpresa sensacional!
Fahrenheit 451, assim como todas as outras distopias, não busca adivinhar um futuro. Apenas faz advertências baseadas no presente. E o presente desse livro, há mais de setenta anos, apontava para um mundo cada vez mais acelerado, com a televisão e outros meios de comunicação ganhando cada vez mais espaço. A obra, a bem da verdade, acaba se aproximando da realidade atual. Nela, são vistas pessoas que não têm tempo para enxergar as pequenas coisas ao redor. Não sabem como é a vegetação que as circunda ou a cor das flores. Deve-se andar sempre apressado. Dirigir devagar ou caminhar são coisas consideradas crime. Deve-se evitar conversar com quem está perto de você, trocando então suas relações concretas por uma pseudo realidade através das telas.
Os livros também representam algo indesejado. Eles são responsáveis por trazer tristezas, reflexões, angústias? e isso, nessa sociedade, não é bom. Nada deve causar pensamentos negativos, tudo deve ser leve. É nesse contexto que um livre excelente é apresentado. Ele representa uma sede por tudo o que é humano, tudo que é vida? enfim, essencial.