Anaana13 07/01/2023
Segundo o próprio Jaime Bruna, que além de ter realizado essa tradução também faz uma pequena introdução para essa edição da Cultrix, a obra recebe muitos títulos, "mas nenhum que satisfaça plenamente", eu acho que podia ser também Memento Mori, porque olha...
Bem, bem, no decorrer do livro algumas vezes me veio à cabeça O príncipe de Maquiavel, que é como se fosse a antítese de Meditações, e ao mesmo tempo me perguntava se isso era bom ou mau, o que de fato eram o bem e o mal, e para alguém com um espírito um tanto idealista (para minha infelicidade ;/), como também não acabar um tanto cínica olhando para o lado de fora.
Esse paralelo constante entre as palavras do Marco Aurélio e as de Maquiavel lutando dentro da minha cabeça me fazia perguntar "quem está mais de acordo com o mundo real?" e acabava colocando em xeque algumas coisas que estava lendo, embora desejasse que assim pudessem ser.
O problema em ler filosofia é que sempre acabo com mais perguntas do que respostas. É incrível também como um "livro" relativamente curto pode levar mais tempo para se ler do que se tivesse pego um calhamaço e me obrigar a voltar daqui a um mês, um ano ou anos, várias vezes, não sei, para tentar me entender melhor com ele -- com mais bagagem, quem sabe, algumas inquietações vão embora (ou outras nasçam :D).
Deixando minha experiência pessoal de lado com a parte da filosofia e lembrando que, antes de qualquer coisa, estava lendo as notas pessoais de alguém, uma espécie de diário, sem muita intenção proselitista então, observar os pensamentos de Marco Aurélio foi curioso, enriquecedor. Ele podia, enquanto imperador, ter se tornado mais um tirano, mas aí está o exemplo real de uma mente e coração de um Nobre (com N maiúsculo).
"Cumpre ser direito; não desentortado."