Perto do coração selvagem

Perto do coração selvagem Clarice Lispector




Resenhas - Perto Do Coração Selvagem


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Vic feitoza 26/02/2024

Deslumbrante
A capacidade da Clarice em penetrar a alma, os mistérios, as sensações e as relações de uma mulher é fora do comum. A quantidade de coisas que eu já havia pensando em vários momentos da minha vida mas que nunca tive a coragem de admitir pra mim mesma ela simplesmente DESTRINCHOU aqui, eu tô abismada com esse livro, impressionada na verdade de uma maneira que eu achei que jamais ficaria lendo. Foi a primeira vez que eu tive a sensação de estar sendo descrita, lida, e vista em um livro. Foi a primeira vez que eu li um livro com uma caneta na mão, marcando e escrevendo em cada parágrafo o que eu entendia, e o que eu gostaria de entender melhor. Foi a primeira vez que li um diálogo que não tinha absolutamente nenhum tom emocionante e eu chorei, porque nunca tinha lido nada tão cru e verdadeiro em toda a minha vida. Ela foi capaz de tirar coisas de dentro de mim que eu nem sabia que existia. Isso aqui é uma obra de arte, o que a Clarice Lispector faz com a sua escrita nesse livro é memorável, e para mim: inesquecível.
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Fred.Braga 25/02/2024

PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM
4ª obra que leio da Clarice, e hoje eu afirmo que ela é minha escritora favorita. Esse foi o primeiro romance que ela escreveu, influenciada pela escrita de James Joyce, sugerida pelo seu primeiro amor (não correspondido) e grande amigo, Lúcio Cardoso. Essa obra faz um paralelo com a vida da própria Clarice, depois de ler, você entende que Joana é Clarice e Clarice é Joana. Perto do coração selvagem, só não está dentro do coração selvagem, pois as batidas do mesmo, sufocam quem deseja.

Amor, solidão, abandono, liberdade e felicidade é tudo o que a gente encontra aqui. O amor vem para afirmar todas as coisas do passado, e era o que Joana tanto queria, queria ser livre do medo de não amar, que é pior do que o medo de não ser amada

Liberdade é uma palavra que recorre em todo o livro, Joana queria ser livre da melancolia, livre das correntezas que a levavam para o desconhecido, às vezes é necessário certo grau de cegueira para poder enxergar determinadas coisas, só depois ela enxerga que liberdade é pouco, o que ela deseja ainda não tem nome. Joana não encontra a felicidade de fato, mas ela compreende que não pode sofrer por ter ou não ter algo. A solidão pode ser uma dádiva diante aos olhos de quem a admira.
Bruno236 24/04/2024minha estante
Clarice foi um sonho, um devaneio!


Bruno236 24/04/2024minha estante
Ela coloca coisas vivas, palpaveis, dentro de algo vivo!
Me apaixonei por ela em "agua viva" e só naquele livro ela se tornou a minha favorita!




m.bóttica 25/02/2024

?A eternidade é o não ser, a morte é a imortalidade.?
Fui numa papelaria com amigos no horário de almoço da escola, suada como nunca pelo sol ardente do meio dia, a fim de fugir do meu namoro perto de terminar e porque estava sem grafite. Nessa papelaria tem uma grande variedade de livros, e lá vi Clarice Lispector.

Quem não conhece? Eu conhecia, e queria ler fazia anos. Só não sabia onde começar, e tinha medo de realmente tentar descobrir. Só que minha mente já tava confusa, e gastar dinheiro sempre me deixa feliz, então vi três livros dela enfiados no meio de infinitos outros: Água Viva, A Hora da Estrela, e Perto do Coração Selvagem.

Fiz Uni-Duni-Tê. Caiu em Perto do Coração Selvagem. Comprei, e li o meu primeiro livro da Clarice.

Eu uso post-its para marcar, e não tem uma
página sem marcação no livro inteiro.

O livro conta a história da vida de Joana, e principalmente seus pensamentos sobre ela. O fluxo de consciência é fortíssimo e tão bem escrito que me sentia ela, como se tivesse dentro de suas entranhas.

E eu entendo Joana. O jeito que sua raiva ou apatia a deixavam confusa de o que era viver, a coisa indescritível que é a cabeça (Mesmo que Clarice tenha feito mágica em descrever), como se destoava do sistema patriarcal que vivemos, seus pensamentos tentando aprender como existir e o que a existência significa em si? Chegam a dar lágrimas nos olhos.

Cada parte da vida dela, cada descrição, cada pensamento? Nunca li algo tão bem escrito, e tão emocionante. Tem momentos nesse livro que eu consigo lembrar até frases, o que é muito raro para mim! Dá até vergonha dar outros livros 5 estrelas depois desse, mas sei que não tem como julgar outros em patamar da perfeição.

Seu final me deixou tão emocionada que não sei nem descrever. Fiquei o resto do dia em um tipo de frenesi, pensando repetidamente sobre o que tinha lido e como tinha sido escrito. Nada, absolutamente nada, se compara ao jeito que Clarice sabe usar as palavras não só para contar a história, mas dar vida a ela.

Para as pessoas que dizem que não conseguem entender a história, não acho que precise entender tudo. Não é sobre o que aconteceu na vida da Joana, mas sobre o que a Joana sentiu na vida dela, e o que o leitor vai sentir lendo. Palavras difíceis? Pesquise. Não compreendeu? Leia de novo. Não tenha um pé atrás só porque parece difícil, aprenda a explorar e amar a dificuldade nesse estilo de escrita tão único.

Me dá medo dizerem que esse é o livro mais ?infantil? da Clarice! Mas também me convenceu a comprar o box inteiro de primeira, então acho uma ótima obra pra começar a se aventurar na mente de uma autora tão importante pra nossa história.
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Manu 24/02/2024

Para Clarice, não há medo em ser visceral.
A maneira como a história se desenvolve é inovadora para a época (1940) e arrebatadora para a atualidade (2024).

Clarice não possui medo algum, em escrever. Parágrafos? Não há limites para seu tamanho e seus devaneios poéticos. São pensamentos transcritos, não há linearidade na poesia escrita com tanta subjetividade que saem dos dedos de Clarice.

A história vai e vem e volta, como se seguisse tudo aquilo que a personagem pensa. A vida pode até ser cronológica no tempo, mas tudo o que sentimos não tem cronologia e se recusa a caber naquilo que conhecemos como tempo linear e cronológico.

Clarice te arrebata aqui, ela te rasga em corpo, mente e espírito. Foi preciso muita coragem pra ser visceralmente subjetiva nessa escrita. Clarice sabe usar o português, sabe usar as palavras, inova no significado delas e as coloca em frases que vão abrir fendas em sua cabeça.

Sensível. Imaginário. Visceral. Irônica. Caleidoscópica.

Esse livro é uma víbora, e vai te engolir.
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Valena.Monteiro 23/02/2024

Sou apaixonada pela escrita da clarice lispector. Amo a forma como ela descreve seus personagens. Clarice faz nós amar seus personagens como uma pessoa real.
Joana é simples, tem uma quietude e uma ternura imensa. Lia as suas palavras e sentia uma grande compaixão do que sentia. Consegui me colocar no lugar de Joana.
O livro é tão denso e complexo, mas de uma forma boa, que o leitor consegue se apaixonar pela leitura e entender o que é o coração selvagem da vida.

"ajudai-me, eu só tenho uma vida e essa vida escorre pelos meus dedos e encaminha-se para a morte
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Vic 22/02/2024

Clarice nunca foi amadora.
Perto do coração selvagem foi o primeiro romance de Clarice, publicado em 1943, e muito me choca que ela tenha conseguido tamanha complexidade já no seu primeiro livro. O que, para mim, só mostra o potencial gigantesco que ela carregava e que explorou sem medo. Clarice nunca foi amadora.

Eu demorei um tempo para conseguir me envolver com a história, tive muito mais dificuldade com o estilo de escrita, mas depois que ultrapassei essas barreiras a história parecia estar ali, me esperando desde o início. Ainda bem.

Tem um trecho que ficou reverberando em mim, diz ?aceito tudo que vem de mim porque não tenho conhecimento das causas e é possível que esteja pisando no vital sem saber.? Isso me fez pensar na importância de aceitar tudo o que somos, sem demonizar nossos lados mais obscuros, porque eles também integram quem somos. Porque eles podem ser parte vital da nossa construção.

Ler Clarice é sempre um momento de autoconhecimento, de confrontar-se, desafiar-se e, sobretudo, respeitar-se pelo que se é, não pelo que gostaria que fosse. Mais uma vez estou aqui pra dizer que ler Clarice é (quase) fundamental.
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claracoutorosa 21/02/2024

? ?é exatamente da minha natureza nunca me sentir ridícula, eu me aventuro sempre, entro em todos os palcos?
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rafa moreno 21/02/2024

Abstrato
Me dá um pouco de pena não gostar de um livro da Clarice. Mas com pena mesmo eu não gostei.

Foi difícil seguir o enredo com esse estilo de escrita tão figurado, tanto que não sei se entendi tudo. Muitas palavras desconhecidas que parecia que eu não sabia português tão bem.

Ainda assim, houve momento geniais, com frases que eu marquei e que tatuaria (se eu ao menos tivesse coragem).

Talvez eu só não estivesse na vibe desse livro agora mesmo.

Desculpa aí, Clarice.
edu basílio 21/02/2024minha estante
eu compreendo você ?




maria 21/02/2024

Estava abandonado, feliz, perto do selvagem coração da vida.
Perto do coração selvagem foi o primeiro romance de Clarice Lispector e, diz muito, de forma geral, sobre as outras obras dela. Um livro que usa da hipersensibilidade e ao mesmo tempo, do racional.
Joana, a personagem principal, chega realmente perto do coração selvagem da vida. Ela está em constante busca pelo sentido mais profundo das coisas, pela solidão que a conforta, por ela mesma.
Joana tem sua feminilidade, mas também não se importa de fugir desse enquadramento, visto que, por natureza, é uma personagem com forte espírito de aventura, audácia e independência, características que remetem tradicionalmente ao gênero masculino. Como o livro foi publicado em 1943, Clarice desfez o estereótipo feminino com Joana, pois desde muito tempo, mulheres tinham que ser mais submissas, dependentes aos homens, ?rendidas?. O contrário da protagonista, mas parecido com Lídia, outra personagem.
Perto do coração selvagem é um livro intenso, um livro de abandonos que libertam, um livro em que a solidão não é necessariamente ruim. Clarice, como sempre, descreve sensações e pensamentos que eu não conseguiria colocar em palavras. Mas a autora colocou tudo em palavras, até o som de objetos.
A voz e o som foram fatores importantes para a construção do raciocínio de Joana, que reflete diversas vezes sobre a mulher da voz e inclusive, nos traz o pensamento sobre como as vozes que escutamos durante a vida podem influenciar direta ou indiretamente em nossa própria voz.
A influência das vozes, o fluxo de consciência e inconsciência, os polílogos, as emoções, os cinco sentidos do corpo humano, o sentimento que dá e antecede o raciocínio, o próprio raciocínio, o que vai além do gênero feminino ou masculino, o que vai além do humano e não humano foram elementos trabalhados com excelência na escrita de Clarice. Certas partes me deixaram pensando por um longo tempo, e foi um prazer experienciar mais um livro dessa escritora que admiro tanto.
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Gabi 21/02/2024

Sensacional!!
Não tem como explicar a escrita de uma autora tão única quanto a Clarice. Nesse livro, assim como nos outros que eu li dela, pude perceber que as palavras que ela coloca devem ser sentidas em sua mais bela forma.
O talento de Clarice encanta e permanece por gerações pelo o que é capaz de causar no leitor, como a inquietação, reflexão e até mesmo certo desconto, dificilmente você encontra algo semelhante. Estou ansiosa para ler cada vez mais livros dessa deusa da literatura!!!
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Myllena 21/02/2024

Ela não encontrou a felicidade...
Esse é meu primeiro livro da Clarice e vejo que não é fácil entrar na cabeça dela, compreendê-la. Tem muitas coisas no livro que sequer entendi mas muitas eu senti, me vi próxima de Joana em suas reflexões sobre morte ainda vivendo. Queria conseguir entrar mais fundo na cabeça de Joana mas ela não permitiu.
Otávio é um safado. ?
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Ana 20/02/2024

Também eu. Nunca penetrei meu coração.
Joana é uma força da natureza, selvagem e indomável, compreensível mas inexplicável. Me apaixonei por tudo que conheci dela, mas mais ainda o que não pude conhecer e sempre será impenetrável. Esse livro é um daqueles em que mergulhamos profundamente na leitura e não conhecemos mas deixamos se conhecer, e não os personagens, mas a nós mesmo.

?A única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais.?
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Caroline.Jacoud 18/02/2024

perto do coração selvagem, não dentro. dentro é mistério
Joana é a força selvagem. passamos a leitura inteira tentando capitar a totalidade de Joana. em vão. ela é inalcançável a medida que desafia o sentido da moralidade. nos coloca em cheque a todo tempo ao ser inusitada, livre, crua.

ao acompanhar esse romance de formação, embarcamos na trajetória dessa personagem complexa que, na ausência de exemplos convencionais de "criação", segue intuitivamente o caminho do sentimento. espelha-se, de alguma forma, nas mulheres que atravessam o seu caminho, tanto para entender seus próprios limites, como também para descobrir o que deseja.

escrever sobre Clarice é uma eterna tentativa de se traduzir o abstrato, o subjetivo, o íntimo, o que toca, o que sente.

perto do coração selvagem, não dentro. dentro é mistério.

"Quando me surpreendo ao fundo do espelho assusto-me. Mal posso acreditar que tenho limites, que sou recortada e definida. Sinto-me espalhada no ar, pensando dentro das criaturas, vivendo nas coisas além de mim mesma".
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MarcelleC. 17/02/2024

Joana e sua mente tagarela
Não foi uma leitura facil, meu 1o livro da Clarice. É um livro que aborda muito mais questões humanas, as reflexões e perguntas sobre a vida que acabamos em algum momento nos fazendo ao longo da vida, porém a história é contada como se fosse a mente tagarela de Joana e sua história de vida o tempo todo. Por várias vezes, precisava voltar algumas páginas no dia seguinte pra reler e relembrar o que já havia lido pra história fazer sentido. Uma grande autora, como escrita profunda, e um jeito de narrar uma história realmente diferente das padrões que estamos acostumados, talvez por isso tenha sido mais difícil de ler e terminar esse livro.
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