Camila 21/05/2012Acredito que aquilo que está escrito na capa do livro seja, basicamente, uma descrição pura do que encontramos mergulhando em suas páginas.
"As pessoas que você mais ama, são as mais difíceis de manter por perto".
No decorrer desse belo romance - metade em primeira pessoa, metade em terceira - nos deparamos com sinceros sentimentos. Com momentos que muitas vezes também vivemos, com questões que nos fazemos diariamente, com planos e ações inesperadas de nós mesmos e, principalmente, dos outros.
Acompanhamos Tessa, em sua vida mais ou menos com Nick, seu marido, cirurgião plástico que só não consegue melhorar a aparência de seu casamento e sua vida em família. Por outro lado, do ponto de vista de um narrador observador, temos Valerie, simples e frágil, mãe solteira e desacreditada do amor.
Por fim, temos todo o incidente com o filho de Valerie no dia do aniversário de casamento de Tessa e Nick, fato que mudará a vida dos três para sempre. Dos três e de suas famílias, também.
"Questões do coração" foi um livro que me prendeu como há muito tempo não acontecia. Eu não conseguia parar de ler, queria saber com urgência como cada personagem iria reagir, sempre esperando o melhor até mesmo do pior personagem. Sempre esperando um ato de caráter mesmo dos traidores, para que pudesse de fato acreditar novamente no ser humano.
É um livro para os fortes. Como muitos já disseram, é "intenso". É delicado, polêmico, cada lado da moeda com seu respectivo valor. Emily Giffin não deixou margem para que gostássemos mais de um e o defendesse com as entranhas; ao contrário. O que eu percebi, foi que a autora quis mostrar o melhor e o pior de cada um, com várias lições a serem aprendidas a partir disso. Me chamou a atenção a ênfase de que ninguém, absolutamente NINGUÉM é perfeito a ponto de nunca errar; e também que a nossa felicidade pode destruir a felicidade de muitos outros. Muitos.
Por mais clichês que sejam, o que fazem dessas lições importantes a ponto de estarem aqui é que são reais. Fazem parte de nós, seres humanos, que erramos para aprender. Que sentimos dor, que nos machucamos e que machucamos os outros também.
O que mais gostei, é o quanto esse livro é próximo das pessoas. O quanto, em várias passagens, eu me perguntei se não seria eu pensando aquilo. O quanto cada sensação é real, cada dor dá um aperto real no coração e o quanto cada dilema, cada erro, cada acerto, me emocionaram...
Não há mais como descrever. Recomendadíssimo.