Resenhas - Macbeth

Leandro Emanuel 21/11/2023

Macbeth é um texto dramático de William Shakespeare, datado do século XVII. O nome da obra se dá pelo sobrenome do protagonista, um nobre escocês muito bem reconhecido pelo rei Duncan por sua lealdade à nação. O conflito se inicia após a profecia de três bruxas, que desperta a ganância de Macbeth prometendo-lhe o trono. Em uma noite em que o monarca visita o casal Macbeth, a esposa, inspira seu cônjuge a um plano de assassinar o visitante afim de obter seu poder. Eles são bem sucedidos, o que gera cada vez mais conflitos, já que o novo rei decide eliminar qualquer pessoa que possa suspeitar da sua forma ilícita de chegar à coroa. Não demora muito para que a desconfiança venha à tona. Assim chegando o conflito final que decide o destino de Macbeth.
A história conflituosa te impede de sentir tédio, sempre há alguma coisa para manter o ritmo de tensão, do começo ao fim. Outro detalhe interessante é a presença de um elemento sobrenatural, que apesar de parecer um segundo plano do drama, é essencial e deixa registrado nas entrelinhas toda a rota a ser seguida pelos personagens. Também é muito interessante a atração dos personagens por aquilo que desconhecem, ao mesmo tempo que temem as profecias e a imagem das bruxas.
São personagens cativantes pelo seu senso de heroísmo. A dramaticidade das ações de todos eles faz jus ao nome do gênero.
Não é uma leitura maçante, muito por conta de ser uma história curta. A estrutura de roteiro, também é um fator facilitador. Ainda assim, o vocabulário demasiadamente rebuscado pode atrapalhar aqueles que não se identificarem com o tipo de linguagem.
É uma narrativa que vale a pena, mas antes de começar a leitura, deve-se levar em conta os gostos pessoais de cada um, para que não lidem com uma frustração.

Luísa Anjos 09/11/2023

Imbatível
"Macbeth" é provavelmente minha tragédia favorita de Shakespeare. Li pela primeira vez em 2020, durante a pandemia, e naquele momento mesmo eu já havia ficado impressionada, mas eu não tive nenhuma mediação ou orientações que explicassem melhor muitos aspectos. Reli em 2023, agora no "original" em inglês (porque a língua já mudou muito desde que o autor escreveu a peça), para a faculdade. É uma experiência totalmente diferente quando há toda uma sala lendo com você, uma professora especializada em Shakespeare para mediar as interpretações e discussões e você percebe como existe muito mais. Também foi bom eu já ter lido antes, pois dessa vez pude me conectar muito mais com a história e os personagens, que acabaram se tornando muito estimados por mim.

Essa peça é icônica em todas as cenas e em todos os aspectos; é impressionante como os sentimentos podem ir do mais puro ao mais corrompido quando a ideia de poder paira sobre a mente humana. Lady Macbeth, em minha opinião, é que deveria dar título à peça, ou pelo menos estar lá junto com seu marido. Além disso, a peça é completa em recursos teatrais, que o autor desenvolveu muito bem, sem contar o temas como culpa, vingança, ambição, papéis de gênero, o sobrenatural, enfim, tudo aqui parece estrategicamente colocado para criar uma das melhores peças da literatura

orpheuus 08/11/2023

" ? Tudo é perdido, quando o desejo fica repartido. "
Macbeth é um conto clássico de ambições frustradas e ganância. É uma trama bem desenvolvida, com personagens marcantes e uma sucessão de acontecimentos recheada de intrigas, sendo uma das maiores obras da literatura mundial, e que sua visão sobre a ambição, a cobiça e a culpa torna sua leitura obrigatória.

Pablo Paz 06/11/2023

Minha taça de paz enchi de fel.
Na minha época de ensino médio, ou seja, há muito, muito tempo, fazia um curso de teatro no Sesi. Tínhamos que escolher uma peça de Shakespeare para representar - como uma espécie de TCC. As peças que lemos foram: Otelo, Macbeth, Romeu e Julieta, Mercador de Veneza e Sonhos de uma Noite de Verão. Lembro-me que Macbeth não chamou a atenção do grupo, ficamos entre Romeu & Julieta e Mercador de Veneza e acabamos escolhendo... Sonhos de uma noite de verão.

Mas nos últimos dias - por causa do filme 'A Tragédia de Macbeth' (2021) de Joel Cohen, com Denzel Washington e Frances McDormand - reli essa peça e, santo deus!, sabe aquela sensação que temos de: como não vi a beleza disso antes? Pois é, que peça linda, cheia de nuances, simbolismos e significados sobre como o (desejo de) poder pode ser nefasto nos corações e mãos de pessoas erradas. O casal Lady e Lord Macbeth talvez sejam os melhores vilões já inventados na história da literatura ocidental. Lady Macbeth, minha preferida, deixa explícito que queria ter nascido homem só para ter o poder e ferrar com todo mundo (ahahah). É claro que há na construção da personagem muito estereótipo da bruxa medieval: ela não tem filhos, acredita em magia, fala com bruxas e espíritos, manipula e é muitíssimo inteligente... A mentalidade de homens e mulheres da Idade Média temia mulheres inteligentes e sem filhos porquanto achavam que o Diabo nos corrompia e nos contatava a partir desse tipo (psicológico) de mulher, 'infeliz' por não ter se realizado na maternidade (algo que vem lá do Velho Testamento, com Sarah, esposa de Abraão), mentalidade essa que começa a mudar com o Renascimento. Olha que trechos lindos:

Lady Macbeth:
"Vinde, espíritos
Das ideias mortais; tirai-me o sexo:
Inundai-me, dos pés até a coroa,
De vil crueldade. Dai-me o sangue grosso
Que impede e corta o acesso do remorso;
Não me visitem culpas naturais
Para abalar meu sórdido propósito.
Ou me fazer pensar nas consequências;
Tornai, neste meu seio de mulher,
Meu leite em fel, espíritos mortíferos!
Vossa substância cega, onde andar,
Espreita e serve o mal. Vem, deusa Noite!
Apaga-te na bruma dos infernos,
Pra não ver minha faca o próprio golpe,
E nem o céu poder varar o escuro
Para gritar-me 'Para! Para!'

Lord Macbeth:
Dia tão lindo e feio eu nunca vi
(...)
Estou pronto, e cada nervo
Será um tenso agente deste horror.
Vamos; mostrando ar sereno e são,
O rosto esconde o falso coração.
(...)
Minha taça de paz enchi de fel.

"Covenants without swords were but words". Pactos sem espadas, são só palavras, disse Hobbes, no livro Leviatã. Mas para Shakeaspeare, não. Para Shakespeare: "words are like sword"... Palavras são como Espada. Era este o seu superpoder. Suas palavras atravessam gerações, atingindo, a nós que temos a sorte de ir ao seu encontro, atingindo-nos, enfim, como espadas, armas e bombas de lirismo, metáforas, provérbios, poesia e de tudo saber da natureza humana...

P.S.
01-) Li essa edição bilíngue, mais a da Bárbara Heoliodora no vol. 1 do 'Teatro Completo', mas leia qualquer tradução; o original é tão bom que quaisquer delas não irá decepcionar.
02-) Se puder, assista ao filme; está à altura do livro. [Link do trailer: https://youtu.be/HM3hsVrBMA4?si=62ZpCWqeGA6tU-A1]

¨Cain¨ 03/11/2023

A vida não passa de uma sombra em movimento - Macbeth
Segunda leitura de Sheakspeare e é igualmente bom.
É um livro que prende o leitor. Não te da tempo pra pensar. As coisas só acontecem e você fica imerso nessa tragédia.
Até agora não sei dizer se o vilão da história são as bruxas que aparecem, se é Macbeth ou a mulher dele.

O tema de castelos e intrigas realmente me chama atenção.

Ótimo livro.

Silvana 02/11/2023

Até as últimas consequências
É isso, o rapaz está andando, encontra pessoas que encorajam o que ele quer com ambição, e então vira uma confusão que só ???
Brincadeiras a parte, é o segundo Shakespeare que leio, gostei mais de Otelo. Entretanto, este coloca, a ambição tanto como qualidade quanto defeito. E mostra como nossa própria natureza humana pode ser corruptível, basta uma inclinação e encorajamento de alguém (tão atual). Vale a pena ler, até consegui imaginar os fantasmas rs

FabioMartineli 02/11/2023

Lendo após Romeu e Julieta, e Hamlet, este me pareceu um tom mais sério na escrita. Uma trama baseada no destino, e nas ações que, ao tentar interferir, acabam por concretizar

banana20 02/11/2023

Gostei mas não foi AQUILO sabe?
A escrita é de se esperar de uma historia de Shakespeare (na qual gosto muito), não sei dizer exatamente o que eu não gostei.
Foi legal mas foi tedioso ao mesmo tempo, quase passando do ?chatinho?
Soltei arzinho do nariz em alguns momentos e em outros fiquei intrigada pela historia mas não me prendeu muito, infelizmente.

Mari :) 01/11/2023

Esse é o tipo de leitura que eu faço mais por curiosidade do que por prazer. Macbeth é uma das peças mais famosas de Shakespeare e é sempre muito usada como referência em outras obras, sejam da literatura ou do audiovisual.

Bianca 25/10/2023

Minha segunda aventura lendo shakespeare e essa foi minha peça favorita, tem um toque de terror e tragedia anunciada delicioso.

Leila 23/10/2023

Macbeth, uma das tragédias mais conhecidas e reverenciadas de William Shakespeare, não passa despercebida por seu impacto literário e teatral. No entanto, ao me deparar com esta obra, que é amplamente considerada uma das joias da coroa do bardo, devo admitir que experimentei uma reação que contrasta com a empolgação geral. Esta é, sem dúvida, a peça de Shakespeare que menos me cativou até o momento.

Uma das principais razões para a minha falta de entusiasmo está relacionada com a empatia que os personagens principais da obra geraram em mim. Macbeth e sua esposa, Lady Macbeth, são retratados como seres humanos atormentados pela ambição e guiados pelo desejo de poder. Embora a ambição e a tragédia humana sejam temas universais e fascinantes, eu simplesmente não consegui me conectar com esses personagens. Sua ambição desmedida e seus atos cruéis não me permitiram enxergar a complexidade de suas almas de forma significativa. Como resultado, não consegui me envolver emocionalmente com o destino deles, o que é um elemento crucial para o apreço de uma tragédia.

Outra questão que contribuiu para minha falta de afinidade com Macbeth foi a sua estrutura, que é caracterizada por uma sucessão rápida de eventos e um grande número de mortes. Isso levou a uma sensação de inevitabilidade e previsibilidade, o que prejudicou a construção da tensão e a surpresa que normalmente se espera de uma narrativa trágica. À medida que os personagens traçam um curso inexorável em direção à tragédia, a sensação de desespero e fatalismo torna-se opressiva, mas não de uma forma que me tenha emocionado profundamente.

No entanto, é importante reconhecer que o próprio Shakespeare é um mestre da linguagem, e Macbeth não é exceção. A peça é repleta de solilóquios poderosos e diálogos afiados que demonstram a maestria do autor em habilmente explorar temas sombrios, como a natureza do mal, o poder corruptor da ambição e a fragilidade da condição humana. Além disso, a atmosfera macabra e sobrenatural que permeia a peça é um elemento de destaque. É em Macbeth que encontramos uma citação incrível sobre a efemeridade da vida e dela é retirada a inspiração de Faulkner e o título de seu livro O som e a fúria (amoooo).

Enfim, Macbeth é, inegavelmente, uma obra clássica e importante no cânone da literatura teatral e todo leitor deve tê-la como "lido" em sua conta. A minha já está paga, rs.

Wallescka.Yasmin 23/10/2023

Amo a história mas a escrita nao
Acho que eu vim com muita expectativa já espera uma leitura mais difícil mas em vários pontos se torna confusa e com pontos que se faltam .
Mas a história em si é legal

Alice 23/10/2023

Isso ai
Amei ter conhecido essa história, que já vi tantas adaptações, mas nunca tinha ido a história original, gostei de como a trama é desenvolvida, bom um clássico que vale muito a pena conhecer.

Edilene Freitas 18/10/2023

"Macbeth", obra-prima de William Shakespeare, retrata a história de Macbeth e sua esposa, cuja ambição desmedida os leva a cometer atos impensáveis em busca de poder e status. A peça explora vividamente como a ambição pode corromper a alma humana e levar à queda trágica. Além disso, destaca o poder devastador das profecias sobre o destino, revelando como a crença cega nelas pode influenciar as escolhas e ações dos indivíduos, moldando o desenrolar dos acontecimentos de forma irrevogável.

dudubelleboni 17/10/2023

Não se briga nunca com a notícia
O livro é muito bom porque faz com que tu te surpreenda através das profecias que o protagonista se dá de cara, o que parece ser óbvio se torna o ponto chave da história.