Patty Pizarro 11/10/2022PerfeitoO auto Ray Bradbury faz a introdução dessa edição e explica que esse livro não foi concebido de uma única vez e sim de muitas ideias escondidas no seu subconsciente, e a junção de todas elas se tornou Fahrenheit 451.
"Montag é um bombeiro, a diferença é que os bombeiros não apagam o fogo, as casas são à prova de chamas, a função dos bombeiros é queimar, queimar livros para ser mais preciso.
Um dia voltando do trabalho, a caminho de casa, Montag encontra sua vizinha. Clarisse é uma jovem muito bonita e o encontro apesar de estranho e muito breve, fez algo mudar nele, como se tivesse perdido algo que nunca mais poderia recuperar. Esses encontros acontecem repetidas vezes e a sensação permanece, ainda que incompreendida. Quando soube que não poderia mais encontrar Clarisse, a certeza que ele tinha de que não era feliz ficou evidente e ele precisava encontrar uma forma de entender tudo isso."
Se trata de um futuro distópico onde possuir livros é crime. A leitura gera conhecimento e o conhecimento abre debates, para evitar que conflitos aconteçam por troca de opiniões, os livros foram banidos, ninguém é livre para ter opinião própria. Qualquer pessoa pode denunciar alguém em posse de um livro. Os bombeiros vão até à residência do indivíduo e queimam tudo, inclusive a pessoa, se ela não quiser sair da casa. O motivo para isso? Ser feliz. Segundo eles, se não houver conflito a felicidade reina.
Eu achei muito chocante, consigo facilmente me imaginar sem televisão, celular, video-game, mas jamais sem livros. Não leio o tanto que gostaria, mas livros, para mim, são bem mais que aprendizados, são fugas da realidade, são escapes para não enlouquecer ou até mesmo, uma oportunidade de tapear a tristeza por algumas horas. Agora, imagina viver nesse mundo sem eles? ?
Me lembrei de um certo alguém que no ano passado disse que pobres não consomem livros não-didáticos e, por isso, gostaria de taxa-los, pois essa isenção só beneficia os ricos. ?
Meu senhor, eu não sou rica e consumo o máximo de livros que posso, facilmente deixo de comprar uma roupa nova para comprar livros e você me vem com essa?????? Espero que o atual governo nunca ouça falar de Fahrenheit 451, seria uma inspiração para eles já que desejam o povo cada vez mais ignorante.???
Enfim, o livro foi escrito em 1953 e a adaptação (autorizada pelo autor) foi lançada em 2009. Eu confesso que essa hq me prendeu demais, a arte é bem bonita e as cores são mais neutras, quase que meio apagadas, o único momento em que a cor parece ter vida é na representação do fogo (não me parece coincidência), mesmo assim pretendo ler o original em breve para ter certeza de que não deixei nada passar.
É uma metáfora bem interessante e que faz todo sentindo para um governo totalitário, mas não foge muito a realidade. A segunda guerra é um exemplo disso, quantos livros foram queimados porque não estavam em sintonia com os pensamentos do führer? São tempos sombrios e essa leitura desperta receios que há muito deveriam ter ficado no passado.