Macunaíma

Macunaíma Mário de Andrade
Angelo Abu




Resenhas - Macunaíma


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waydale 12/05/2023

Bom, mas melhor de ser lido com mais informações
"Acabou-se a história e morreu a vitória."

A leitura deste livro é diferente de qualquer coisa que eu li - e modéstia à parte, eu já li muito - e, mesmo assim, não deixa de ser extremamente rica.
Esta edição da Antofágica ajuda demais colocando algumas explicações na nota de rodapé e com as vídeo aulas. Porém, como eu disse no título da resenha, este livro é com certeza muito melhor se você o ler conhecendo o contexto, as vontades e as minúcias de cada parte do texto.
Isso porque existem cenas que em um primeiro momento achei desnecessárias, mas quando se sabe melhor o que Mário quis exemplificar com aquele momento, você passa a gostar da obra como um todo.
Para isso, eu indico fortemente fazer a leitura e ir acompanhando os vídeos do clube de leitura da Tatiany Leite, do Vá Ler um Livro, sobre este livro. Ela ia explicando todos os detalhes e isso fez com que eu gostasse mais ainda dele. (Só para explicar: ela divide cada vídeo por capítulos e quando eu terminava o último capítulo do qual aquele vídeo falava, eu assistia).
Assim, com informações, eu gostei imensamente do livro e do que ele quis retratar, além de começar a me divertir lendo (coisa que no começo eu não estava fazendo muito). As explicações de como surgiram determinadas coisas são bem legais e as rimas que aparecem no meio me faziam rir lembrando da minha vó, que amava fazer rimas no meio de frases.
Por fim, esta edição ainda tem textos de apoios incríveis e, inclusive, um que traz uma problemática bem interessante. Então, recomendo fortemente que leiam este livro e nesta edição.
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Ana Sá 11/05/2023

"Macunaíma" é um livro curto, mas não é mole não!
Vocês conhecem a história da leitura com as baleias?

Uma vez, eu estava tendo muita dificuldade com a leitura de um livro, então uma amiga me disse: "Ana, certas leituras são como observar baleias. A gente fica lá, sentada em frente a um oceano onde nada acontece. Até que, de repente, salta uma baleia! Com alguns livros é assim: apenas uma ou outra ideia se mostrará bem evidente, mas muitas vezes elas fazem valer toda a experiência".

Eu gosto dessa história porque ela mudou a minha relação com livros desafiadores, e é verdade que "Macunaíma" foi para mim um livro desafiador. Entretanto, não seria justo afirmar que ler "Macunaíma" foi como observar baleias. Não! Primeiro porque é mais coerente falarmos em boto-cor-de-rosa, nativo da Amazônia, do que em baleias. Segundo porque esses botos que vemos saltar do livro Mário de Andrade não são raros. Eles são muitos! Então é como se a gente estivesse lá, na expectativa de observar a calmaria do rio, quando, prontamente, muitos botos sequencialmente desordenados não parassem de surgir! E vocês já viram um boto? Ele é sedutor, brincalhão e engraçado? São como "Macunaíma"! Um livro recheado de um mar de botos que bagunçam tudo, mas que nem por isso deixam de nos arrancar o riso!

Leyla Perrone-Moisés falou e disse: em Mário de Andrade temos uma obra não sobre "identidade", mas sobre uma "entidade" nacional. É realmente impressionante o quanto cabe de Brasis nas poucas páginas de ?Macunaíma?.

Na minha opinião, "Macunaíma" quase que é um livro mais para ser estudado do que lido. São tantas as dúvidas que saltam a cada página. São variados os elementos linguísticos, culturais, históricos e geográficos que nos escapam durante a leitura. Outros tantos são os pontos que nos causam curiosidade de aprofundamento e de debate (por exemplo, que leitura podemos fazer hoje do capítulo da macumba?). Uma edição com notas explicativas pode ser interessante para quem quer sair do livro com mais respostas do que perguntas.

Mas também na minha opinião, justamente por causa de tudo que listei acima, paradoxalmente "Macunaíma" é um livro sobretudo para ser lido, dessa leitura livre e anárquica! Esta é sim a obra de "um intelectual para intelectuais", como alguns defendem, mas cabe lembrar que Mário de Andrade fala de um Brasil real desafiando qualquer fio de realidade. "Fantástico", "Nonsense", "Surrealismo", "Fantasia", "Mito", "Folclore"... misture um pouco de tudo que você já viu em narrativas nacionais, de heróis e em romances de aventura e aceite que um gigante ou que uma espécie de piscina de macarrão simplesmente podem fazer sentido em São Paulo!

É curioso...
Esta narrativa mítica, mística, satírica, sarcástica, caricata, irônica, nos exige demais, mas nos entrega a leveza de boas risadas e de ótimas estórias! É tudo tão deliciosamente dinâmico no livro que mais de uma vez eu tive a sensação de "Nossa, eu já não tô entendendo como o Macunaíma chegou aí, eu não sei o significado de umas dez palavras desta página, mas isso tá engraçado demais!". Se a leitora aceitar que, mesmo perdendo, haverá qualquer coisa a ganhar ao abraçar esse herói sem nenhum caráter, a diversão virá!

Há livros que não semeiam memórias em nós. Esses passam e não deixam frutos. Há outros que, ao contrário, tatuam os detalhes das personagens e/ou do enredo na nossa mente para sempre. A meu ver, "Macunaíma" não é nem um, nem outro. Emprestando de Leyla Perrone-Moisés um dos sentidos possíveis da palavra "entidade", vejo "Macunaíma" como uma experiência transcendental. Ele se apossa de nós já nas páginas iniciais e depois o que nos resta é uma espécie de memória onírica dessa viagem. Eu tive um pouco de dificuldade com a leitura, então não conseguiria, de pronto, recontá-la de forma linear e coesa (mesmo com tudo que eu já sabia previamente sobre a obra!). Por outro lado, tenho na ponta de língua o que vi-senti-imaginei-inventei em cada passagem do livro. Minhas lembranças parecem ter estacionado mais no plano da emoção do que da cognição. Depois de aprender a ler com a baleias, agora eu também sei ler junto ao ritmo frenético dos botos. Recomendo o passeio!
Flávia Menezes 11/05/2023minha estante
Excelente resenha, Ana!
Eu tenho muuuita dificuldade com esse tipo de literatura por não me identificar, mas acho muito gostoso ler uma opinião assim, porque motiva as pessoas a ler sobre um personagem que traz uma marca do nosso país. Então? mais uma vez?meus parabéns pela resenha incrível e tão cheia de associações que facilitam ao leitor compreender onde seu pensamento quer nos levar.


Pablo Paz 11/05/2023minha estante
Amo essa obra.


Pablo Paz 11/05/2023minha estante
Amo essa obra; se puderes assista ao filme também. Não dá para saber qual é melhor...


Paloma 12/05/2023minha estante
???? é esse tipo de resenha que me faz querer ler esse tipo de livro. Sobre como experiência certos tipos de leitura. ??????


Ana Sá 12/05/2023minha estante
Obrigada, Flávia e Paloma!??

Eu quis ressaltar o lado divertido da obra porque costumam frisar ou seu viés intelectual ou a dificuldade de leitura... E, sei lá, a meu ver, as risadas que damos com Macunaíma também merecem ser exaltadas ecreconhecidas!! rsrs


Ana Sá 12/05/2023minha estante
Oi, Pablo!! Eu assisti o filme há muitos anos, mas já estou pronta pra assistir de novo! Vou aproveitar muito mais agora... Foi curioso perceber que nem o filme, nem palestras etc me preparam pra Macunaíma. A experiência continuou sendo única! Eu sei que adaptações, fortuna crítica etc não substituem a leitura, mas fiquei surpresa em ver como tudo, até aquilo que eu esperava, pareceu totalmente inédito!

Aproveitando: tenho sentido falta das suas resenhas! rs


Stella F.. 12/05/2023minha estante
muito boa!


Pablo Paz 12/05/2023minha estante
E eu sentido falta do seu segundo livro, ahahah...


DIRCE 15/05/2023minha estante
Gostaria de compartilhar dessa sua sensação inebriante. Abandonei-o logo nas primeiras páginas e nem penso em revisitá-lo.


JurúMontalvao 18/05/2023minha estante
Tô lendo ainda...




Julia 11/05/2023

Obra prima
Macunaíma é de fato uma obra prima da literatura brasileira.
Sempre tive preconceito com os clássicos no ensino médio, porque eles nos eram empurrados goela a baixo pelos professores sem uma explicação digna da obra. Na minha graduação, tive o prazer de estudar Macunaíma lado a lado com O Clã do Jabuti e eu FINALMENTE ENTENDO. Mário de Andrade foi visionário, e eu nunca senti tanto lendo um livro.
Macunaíma é a pura representação do Brasil. Me fez rir, me fez chorar e me deixou sem palavras.
Professor Fábio, queridíssimo, suas aulas são a razão de eu ir pra faculdade.
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Danilo 07/05/2023

Antropofágico
Este é um livro que precisa de um pouco de contexto literário para que todas suas nuances sejam contempladas. Caso você queira pesquisar um pouco sobre o Modernismo e o movimento antropofágico dos escritores desse momento, certamente terá uma melhor apreciação da obra.
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India (2023) 04/05/2023

Não leria novamente.
É um personagem que me soou desagradável, mas posso não ter compreendido a "essência" .

Parece o tipo de obra que hipster gosta de dizer que leo e amou.
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Wania Cris 01/05/2023

Muito cauim Mário tomou...
Entendo perfeitamente o alvoroço que o livro causou no lançamento, mas hoje, com o mundo tão desnorteado como esta, tornou-se uma leitura confusa e cansativa. Foi bom rememorar lendas e estórias indígenas, ver a natureza convivendo com o homem e tudo de bom dessa relação, mas, céus, que preguiça...

Sei nem mais qual era o objetivo do livro, tanta coisa aconteceu que nem lembrava mais do tal amuleto...

Leitura pra se fazer sem compromisso, difícil se manter concentrado com prazo definido.
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Deza 30/04/2023

O livro é bastante engraçado, mas, sinceramente, não é meu tipo de história. Levanto aqui as principais razões
- é difícil entender, as vezes, precisa ler mais de uma vez para pegar;
- personagens demais para decorar, tinhas horas que ficava perdida;
- por mais engraçado que fosse, a narrativa não me prendeu tanto.
Adoro Mario de Andrade, ele é um dos meus clássicos favoritos, sou apaixonada pela sua escrita, mas isso não quer dizer que irei gostar de todos os livros.
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eu.juubs 30/04/2023

As brincadeiras nesse livro são diferentes!
Foi uma loucura do início ao fim. O macunaíma é um atacante de carteirinha, não deixou passar uma cunhatã se quer! No final das contas, eu virei fã do gigante Venceslau de Pietro Pietra, ele é um vilão digno de estar na Avenida Brasil ao lado da Carminha hehehehe. Mas a dúvida que fica é: será que o Macunaíma é o ancestral comum de todas as crianças bagunceiras que pintam a parede com canetinha??

obs: Neymar, agradeça ao herói sem caráter por ter criado o futebol!
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Isabelle Maria 27/04/2023

Macunaíma, o herói sem nenhum caráter
Mais uma vez, fiz essa leitura para a faculdade. Achei o livro muito divertido na maior parte do tempo e estou gostando muito do estudo que estamos fazendo sobre ele em aula, porque as coisas começam a ficar muito mais claras e a fazer mais sentido.

Apesar de ter uma estrutura narrativa um pouco fora do comum e algumas coisas serem um pouco malucas, eu não achei um livro tão difícil. Depois que você pega o ritmo e entende como a escrita funciona, a leitura flui e fica fácil de ler. E as referências a mitos, lendas e expressões brasileiras tornam tudo muito mais divertido e nos aproxima mais da história.

É uma obra muito importante, sem dúvidas, tanto pelo caráter estrutural e as técnicas usadas aqui, quanto pela reflexão crítica sobre o que é o Brasil e o que significa ser brasileiro. Macunaíma é um herói sem nenhum caráter porque não possui caracteres específicos, ele pode ser tudo e nada. E assim também é o Brasil e seu povo, com todos os seus símbolos que provém de tantos lugares diferentes. Acho essa reflexão muito interessante.

Enfim, gostei da leitura, mudou bastante a minha forma de ler e interpretar um livro.
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beatriz 26/04/2023

Amei!!
Peguei esse pra ler apenas pela obrigação da faculdade e confesso que tinha muito medo desse livro, achava que seria uma leitura muito difícil e massante. Mas para a minha surpresa foi exatamente o contrário!!! Terminei em 6 dias (sendo que minha rotina é corrida, então qualquer tempinho livre eu pegava o livro) e foi uma experiencia bem interessante, achei a narrativa tão dinamica que ficava toda hora querendo continuar lendo, pra saber o que mais iria acontecer.
O Macunaima realmente NÂO tem cárater (quem diria???), mas é maluco demais que a partir de certo momento ele consegue passar algo de cativante. A narrativa como um tudo é bem non-sense entao eu so fui levando, achando até engraçado muita coisa.
Porém, tenho que chamar atenção pra melhor parte do livro pra mim: o final!!!!! Realmente não tava esperando isso. Foi tão sei lá..... algo de melancólico e tão humano, e TAO bem escrito que fiquei sorrindo enquanto lia. A metalinguagem do final foi a cereja do bolo, muito muito legal.
Enfim... Resenha bagunçada, mas tinha que comentar sobre. Esse é um daqueles livros que a gente termina e entende 100% o motivo de ser considerado um clássico e ter tanta importancia no cenario literario.
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Silvia402 26/04/2023

Resenha - Macunaíma - Mário de Andrade
É um livro clássico modernista e indianista, uma leitura praticamente obrigatória, que retrata a vida indígena e as aventuras do protagonista Macunaíma, o herói sem caráter. No livro tem muitos termos que são relacionados à cultura indígena, como lendas, os nomes de tribo como a que macunaima pertencia, a tribo Tapanhumas e os custemes deles. O herói viaja bastante durante a história, no livro são citados nomes de muitos estados do Brasil, ele também passa por várias transformações, faz muitas artimanhas, conta muitas histórias, lendas indígenas, e outras histórias que explicam o surgimento de alguns dizeres populares. Também é pode se perceber a aculturação que os indígenas passaram ao serem inseridos no meio urbano, e as diferenças entre a cultura e vida urbana, da vida indígena , o autor faz a crítica em relação ao eurocentrismo, a influência da Europa, principalmente da França sobre a cultura e vida no Brasil, entre outras coisas. É uma leitura construtiva, porém confusa, demorada, foi complicado terminar esse livro, a história é muito confusa em alguns pontos, são muitas histórias e termos para um livro só, enfim clássico.
"A Máquina era que matava os homens porém os homens é que mandavam na Máquina..."
"POUCA SAÚDE E MUITA SAÚVA,OS MALES DO BRASIL." Crítica.
"Carrapato já foi gente que nem nós... Uma feita botou uma vendinha na beira da estrada e fazia muitos negócios porque não se incomodava de vender fiado. Tanto fiou tanto fiou, tanto brasileiro não pagou que afinal carrapato quebrou e foi posto pra fora da vendinha. Ele agarra tanto na gente porque está cobrando as contas." História.
Tiago Absolão. 26/04/2023minha estante
Achei interessante o contraste de termos certas dificuldades com termos indígenas que não são estrangeiros, mas facilidade com termos em inglês, que é estrangeiro. Deu vontade de ler apesar de o livro parecer confuso e não linear. Sobre o trecho citado sobre as máquinas, achei fantástico.




Paulo Henrique 26/04/2023

Eu esqueci de pôr os históricos de leitura então vou colocar tudo nessa resenha kk. li por conta da faculdade, se tivesse lido sem orientação do professor (ainda bem que não fiz), teria odiado. o livro eh mto doido, mas muito entendível quando se estuda toda a complexidade do mário de andrade e do modernismo brasileiro. a síntese do país é muito bem entendida no livro quando você estuda esse período e eu diria que resume bem o que é o brasil. por fim, eu diria que gostei bastante, apesar de ter lido uma edição de 1975 sinto que perdi muitas coisas. um dia releio numa edição mais nova
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andre.nns 26/04/2023

Me recuso a terminar esse livro, entendo completamente o valor histórico que ele tem mas não consigo ler tanta coisa extremamente problemática e imoral como se nada estivesse acontecendo
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Rafaela 26/04/2023

Macunaíma
Esse livro é surreal. SURREAL. simplesmente surreal.

ele tem um ritmo tão interessante. às vezes, tudo acontece tão rápido cm tantas descrições tantas palavras tantos acontecimentos tantas palavras tantas personagens que causa até uma certa vertigem. são parágrafos inteiros sem uma única vírgula, fazendo você prender a respiração enquanto tenta acompanhar cada palavra numa velocidade absurda.

eu posso falar que entendi 100%? não posso porque sou honesta. mas eu senti.

é muito interessante observar esse livro numa era em que há um intenso debate sobre o papel moral dos livros. porque só alguém muito bom pra te fazer ficar preso em um livro sobre alguém tão filho da put/ . você passa as páginas pensando "meu deus, o que esse desgraçado vai fazer a seguir?" e continua lendo e lendo e lendo.

e o final? o que falar desse final? ele traz uma melancolia, uma certa humanidade, que acaba se tornando perfeitamente inesperado.

eu acho que eu só poderia descrever esse livro como um sonho, ou talvez um delírio. algo entre essas duas coisas, se é que realmente existe uma distinção entre elas.

e, bom, também não sei se o Mário foi um gênio ou um louco. mas talvez não exista uma diferença entre essas duas coisas, então, não importa.
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