Fran 26/07/2012Uma coisa não se pode negar: hoje em dia o que mais se vê são síndromes e pessoas que acreditam sofrer de depressão. Parece que novas doenças ou distúrbios mentais surgem a cada minuto. Tem nome pra tudo nestes tempos. E isso se deve ao fato de que vivemos sob a ditadura da felicidade que, sem sombra de dúvidas, pode ser mais cruel do que a própria infelicidade. O mais estranho é que o grau de felicidade e sucesso de alguém é medido pelas posses: ter o carro do ano, o celular do momento, a última geração de tv é uma obrigação se você quer ser considerado "feliz". Não sou contra a tecnologia nem adquirir bens que facilitem a vida e proporcionem conforto, pelo contrário. Só não sou a favor de esse ser o critério para definir satisfação na vida.
É bem mais fácil entupir os adultos de medicamentos antidepressivos e mascarar qualquer inadequação do que ensinar desde a mais tenra infância a pensar, questionar o mundo, a existência, as emoções...
E é esse o conceito do "Nietzsche para estressados". Mas é auto-ajuda ou filosofia? Mais auto-ajuda do que filosofia. Allan Percy toma 99 aforismos do filósofo alemão e faz uma interpretação aplicada à vida cotidiana, dando dicas sobre como melhorar diversos aspectos. Dá para refletir e, apesar de ser um livro curto (112 páginas) não consegui ''devorá-lo''. Tive que ler devagar, saboreando cada conselho e decidindo se ele servia ou não para mim. Muita coisa foi aproveitada, porém outras tantas não chamam atenção por se tratar daqueles tipos de clichês e frases de impacto já conhecidos de quem já leu este gênero.
Vale a pena ainda para quem não conhece as obras ou as ideias de Nietzsche. Pode ser uma porta para buscar a "terapia" direto da fonte e exercitar tirar suas próprias conclusões.
Para quem também usa a leitura de um livro como trampolim para outras leituras, é um prato cheio. O texto é recheado de citações e referências à outros autores, poetas e livros que parecem ser bastante interessantes.