O centauro no jardim

O centauro no jardim Moacyr Scliar




Resenhas - O Centauro no Jardim


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Rick Shandler 11/01/2023

O Centauro no Jardim - Moacyr Scliar
Todo mundo já se sentiu um centauro no jardim. Meio homem, meio cavalo, o centauro é uma figura emblemática. É homem, é cavalo, mas não consegue ser a pleno nenhum dos dois. É um deslocado, um estranho. O Centauro no Jardim é o retrato do embate entre a busca por sua própria essência e a irrefutável necessidade de inserção em um mundo tão hostil ao que é diferente. Uma verdadeira obra-prima da literatura.

Moacyr Scliar é um dos mais aclamados escritores brasileiros. Também é um dos mais premiados, só Jabuti recebeu três. Sua popularidade é reflexo de sua escrita por um lado prazerosa e de fácil acesso, mas por outra carregada de significado. Scliar é um grande contador de histórias, o que torna praticamente impossível não se apegar a trama de Guedali.

Guedali, o centauro no jardim, é um daqueles personagens marcantes que nos acompanham o resto da vida. Assim como o autor, ele é descendente de imigrantes judeus. Sendo assim, a alegoria do centauro é facilmente associada a sua condição de imigrante judeu. Alguém com uma cultura totalmente diferente, tendo de se adaptar a um novo país sem perder sua essência. Mas, não se limita a isso. O centauro de Scliar conversa com cada um de nós em nossas particularidades, fazendo com que haja uma fácil identificação com o mitológico Guedali.

O que é normal? O que é comum? Não é preciso ser um centauro para se sentir deslocado em nossa sociedade. Cada um de nós tem sua própria peculiaridade. Seja alguma particularidade cultural, ou religiosa, seja alguma diferença física ou comportamental. Se sentir estranho e não se sentir inserido é comum, todos nós já fomos (ou ainda somos) centauros no jardim e acabamos passando pelo que Guedali passa no livro. Por vezes podemos odiar nossas patas, ou nossa cauda, por vezes podemos querer só galopar pelos pampas com o vento ao rosto. Buscamos manter nossa essência ao mesmo tempo que queremos ser aceitos, reconhecidos, amados.

Encontrar o equilíbrio entre ?homem? e o ?cavalo? é o grande desafio e é a jornada em busca deste equilíbrio que Scliar nos apresenta. Há um centauro no jardim e para desvenda-lo tem que ler.
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Evy 07/12/2022

Meu primeiro livro do autor e já fiquei apaixonada por sua narrativa. Nesta história, Moacyr Scliar foi simplesmente genial por vários motivos que vou pontuar nesta resenha, mas em especial na forma como nos prende às paginas e nos faz mergulhar para dentro dessa história surreal e simplesmente apaixonante.

A história acontece no interior do Rio Grande do Sul, e já preciso elogiar a ambientação perfeita que Moacyr traz para a história, o que adoro na literatura nacional, já que nos sentimos mais próximos de lugares que conhecemos ou passamos a conhecer um pouquinho mais através da obra. Na tradicional e pacata família Tratskovsky nasce um centauro: um ser metade homem, metade cavalo. É isso mesmo que vocês leram. Um centauro. O nome dele é Guedal e é o quarto filho de um casal de imigrantes judeus russos.

A partir desse evento fantástico, que coloca o romance de Scliar entre a fábula e o realismo, a história se desenrola com Guedali passando por todas as agruras de ser uma criatura diferente em meio a sociedade dita como "normal". Solitário, excluído dos olhares que poderiam julgar a ele e sua família, cresce apaixonado por leitura e remoendo pensamentos e sensações que outros podem ter e sentir, mas ele não.

A um dado momento vai fugir da casa dos pais, não querendo mais atrapalhá-los ou causar vergonha a família e no caminho conhece Tita, uma também centaura em Porto Alegre, com quem se casa e vive às escondidas. Vivem uma vida razoável até que decidem viajar para o Marrocos onde vão tentar uma cirurgia super arriscada que promete transformá-los em pessoas normais.

"O tempo passa, a gente deixa de se ama, e fica se perguntando, para que afinal serve a vida?"

A metáfora do centauro é usada por Scliar como forma de abordar o preconceito e a dificuldade de aceitar e conviver com as diferenças da sociedade e das pessoas individualmente. Vai tratar dos conflitos psicológicos e sociais internos e externos ao personagem Guedali ao tentar se encaixar de alguma forma nesse mundo sendo quem é. Sua narrativa sensível e fluída nos envolve de tal forma que sentimos as dores e confusões de Guedali, nos questionando também sobre a vida e a sociedade.

Uma obra espetacular, com um final surpreendente que amarra muito bem todo o enredo e uma narrativa fantástica. Literatura nacional de qualidade. Super recomendo!
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Rafael.Brina 16/10/2022

Um retrato do RS da década passada
Achei uma leitura bem rápida, a história de vida do centauro bem detalhada desde o seu nascimento até o seu aniversário de 38 anos.
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Ludmila 17/08/2022

É um livro bastante diferente, até parece uma fábula. Fiquei tentando descobrir qual "a moral" da história durante toda a leitura... mas aí veio a decepção: que final mais anticlimático!!!
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Ana 19/02/2022

Extremamente original e envolvente. Não tem como largar este livro antes de chegar ao final, é diferente de tudo o que já foi escrito. Tem uma riqueza de detalhes impressionante mas não é cansativo. Explora os sentimentos e reflete sobre a vida sem pieguice ou mesmice. Enfim, perfeito.
Alê | @alexandrejjr 14/06/2022minha estante
Esse livro é muito gostoso de ler mesmo. Preciso reler ele, inclusive.




MIRANDA 31/12/2021

Que devaneio de Scliar ... mais um livro de "viagem" literária .
palavra para o livro : PAMPAS
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Laís 19/10/2021

Decepcionante
Nossa, me decepcionou tanto esse livro
além de ter umas partes que acho problemáticas e outras que me deram muita vergonha alheia.
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Yasmim 11/09/2021

o centauro no jardim
Entre todos os livros lidos obrigatórios pelo vestibular, esse com certeza foi um dos melhores.
Sabe livro que não tem enrolação? É sempre ação, desenvolvimento, acontecimentos? Não tem como chegar a ter tédio de estar lendo mesmo não sendo legal a experiência de ler contra a vontade.
Eu me diverti lendo pois não dava tempo de se incomodar com introduções longas, capítulos compridos repetitivos.
É um livro de emoções e de movimento, acontece muito em tão poucas páginas.
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Gabi Florence 07/09/2021

Gostei do início.
"Eu habito a fronteira de dois mundos, dois mundos que me rechaçam, estou condenado a vagar pela vida como alma penada..."
???????
Queria ler Moacyr Scliar e achei a sinopse desse livro inusitada, um centauro nasce em uma família de origem russa que se mudou para o interior do Rio Grande do Sul. Acompanhamos o choque inicial, o desenvolvimento de alguém diferente de todos a sua volta, e tudo narrado pelo próprio centauro, Guedali.
As decisões da família para manter o segredo, para criar o filho caçula dentro das tradições judias, os questionamentos e descobertas solitárias de Guedali, a relação com os irmãos, tão diferentes dele, são muito interessantes, gostei dessa primeira parte da narrativa.
Com a chegada da vida adulta e a tentativa de descobrir o mundo fora do quintal que foi criado, temos uma virada na história, e acho que a partir desse ponto a narrativa começa a se perder, achei alguns acontecimentos forçados e desnecessários para o enredo, o que fez com que eu não gostasse tanto do livro, que segue esse ritmo até o fim.
Apesar disso, gostei de conhecer a escrita desse importante autor brasileiro e consegui, por meio de sua escrita, desenvolver mais empatia por aqueles que são julgados como diferentes em nossa sociedade.
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Lucas.Macedo 15/08/2021

Bom livro
A premissa do livro é bem interessante. Gosto bastante de ler literatura fantástica no Brasil, não sei explicar o porquê. Acho que mexe com o meu imaginário de uma forma diferente, como se pudesse ser realmente verdade.

A história de Guedali é bem envolvente e a metáfora se aplica a diferentes contextos, a depender da interpretação do leitor.

Não gostei muito do último capítulo do livro, achei arrastado e insatisfatório para concluir a trama, por isso acabei dando uma avaliação um pouco menor. Mas isso não invalida a qualidade do livro, em hipótese alguma.
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Maikel.Rosa 24/05/2021

Fiquei encantado!
"O centauro no jardim" foi um presente na minha lista de leitura, que surgiu como opção depois de uma resposta a uma enquete sobre nomes marcantes
de personagens.

Aliás, Guedali... que personagem! O centauro que nasceu entre uma família de judeus, imigrantes russos
no interior do Rio Grande do Sul, representa
muito mais do que um ser lendário, que já carrega
por si só todo o peso do atavismo mitológico.

Tão protagonista quanto quem vive às margens
da sociedade, ele é mais humano do que muitos
homens. É falho, inseguro, egoísta e, paradoxalmente, é na sua versão homem-cavalo que consegue se aproximar do ideal, algo que persegue mesmo quando relega a verdadeira natureza.

Sua vida poderia se confundir com a de muitos: Guedali é um indivíduo que não entende seu papel no mundo, e que acha que ninguém no mundo é capaz de entendê-lo. Sente-se deslocado, seja como humano, seja como centauro, sempre à espera de alguém que lhe diga "você É um homem", afinal.

Embora escrito numa prosa muito fluida, esse livro é
quase um poema de Moacyr Scliar, um romance que
tem o dom de resgatar nossa fantasia, mas é também
um recado a seus amantes: cuidado pra não ser
esmagado sob seus cascos.
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Mauricio109 11/05/2021

Me surpreendeu!
Esse livro me fez perder o preconceito com autores brasileiros, principalmente de fantasia. Tenho um carinho imenso por essa obra até hoje, apesar de ter lido há muitos anos enquanto passava por todo o surto que foi se descobrir gay e lutar entre a aceitação e o desespero em relação ao preconceito. Não foi à toa que me importei imensamente com o protagonista e seu dilema, desde as partes onde ele curte ser o que ele é (um centauro) e as partes onde ele busca ser aceito pelo resto do mundo, ao ponto de desejar se desfazer de sua individualidade.

Esse livro é lindo e perfeito demais. Moacyr Scliar soube passar muito bem os sentimentos do protagonista e nos fazer se importar e principalmente não julgar as decisões que ele toma no percurso.
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lorena 10/05/2021

É uma narrativa bem contada, cheia de altos e baixos, momentos reflexivos e referências históricas que o leitor consegue identificar até mesmo ao analisar o ano dos acontecimentos. A leitura se tornou um pouco arrastada pra mim por não ser exatamente meu gênero de costume e de conforto, mas no fim fluiu novamente. Algumas das partes e das personagens me marcaram, mas nada muito desenvolvido, nenhum personagem é o que se pode chamar de bem trabalhado, nem mesmo Guedali.
No geral, é um livro de transição, pode te tirar de uma ressaca literária ou te colocar numa.
O livro pra mim carregou um peso emocional por ter sido dado de presente por uma pessoal muito especial.
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