pagina_liter 29/09/2022Tão belo quanto inquietanteSinto que esse livro vai permanecer muito tempo comigo.
Sabe aquela velha historia, do livro estar há cinco anos na sua estante e quando vc finalmente o pega para ler, vc ama, e fica se perguntando porque demorou tanto para lê-lo. Pois é, esse segundo semestre percebi que vinha lendo poucos nacionais, assim entrei em um projeto pessoal, de ler mais nacionais, a começar pelos nacionais que já tenho na estante. As meninas foi o primeiro deles.
O primeiro capitulo já me ganhou, quando percebi que a autora muda de voz narrativa no meio do capitulo. Eu gosto de narrativas não usuais, essa é feita em 4 narradores: as três meninas, personagens principais (em primeira pessoa e com bastante Fluxo de Consciência) e mais um narrador em terceira pessoa. A amizade entre essas meninas é algo sensacional, mas também há um forte sentimento de opressão que sentimos em relação ao grupo de guerrilheiros da Lia, ao se verem lutando por uma mudança que tarda chegar.
Durante o governo de Medici (1969-1974) ocorreu no Brasil uma ditadura de direita de longa duração, cujo o epicentro aconteceu na metade da década de 1970, a história se passa no auge do movimento.