As meninas

As meninas Lygia Fagundes Telles




Resenhas - As Meninas


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Maria Clara Mendes 29/09/2021

Acho que descobri pq não houve censura... Mas não vou contar
As Meninas - Lygia Fagundes Telles - 1973 - ?????

Que loucura de livro, mas a época dele simplesmente não tinha o menor nexo também, venhamos e convenhamos. Sim, meus amigos, estamos falando da ditadura militar.

Mas vamos por partes. Nesse livro temos três personagens, três meninas: Lia, Lorena e Ana Clara, universitárias da USP e moram num pensionato. A história então se passa ao redor da vida delas. Cada uma contribui com o seu ponto de vista e a gente ainda tem a impressão de que tem mais alguém contando os fatos, mas não se sabe exatamente quem ou sabe né, vai ver é a própria Lygia.

Falando um pouquinho delas: Lorena é a mais equilibrada. Namora um cara casado, mas segue virgem. Lia é militante. Ana Clara é drogada. Consegue imaginar o que se passa, né? Não, não consegue. Confia kkkk

E a história vai sendo contada através desses olhares tão próximos fisicamente, mas mentalmente tão distantes entre si que você vai ficando boquiaberto com os diálogos e monólogos, mas principalmente pelo que se passa na cabeça de cada uma, mas que não é externado num diálogo, sabe? (????)... aquele tal de fluxo de consciência que está brevemente explicado nas imagens do post.

E aí que foi o maior pulo do gato pra mim nesse livro. O fluxo de consciência é completamente frenético nesse livro e por ter mais de um narrador, no início você fica louco sem entender de que cabeça vem aquele pensamento até que você descobre a personalidade e tudo faz sentido, pq fatalmente você vai associando os arquétipos durante a leitura. A pessoa já pensa: "essa só podia ser a Lia mesmo!"

Mas é difícil, principalmente por causa da vida delas. O que elas viram e viveram até esse momento aqui ainda parecia pouco pelo o que estava por vir.

Lygia escreve esse livro na época mais repressora da história desse país falando de sexo, drogas, dependência emocional e política e ainda assim não foi censurada. E aí eu te pergunto: como, né??? Depois de ler você tem uma breve ideia, mas não vou te contar o segredo. Tem que ler porque a mulher é simplesmente gênia.

Leitura tensa, desafiadora e rica. Li poucos nessa pegada e recomendo fortemente!
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Cringe Literário 25/09/2021

Meninas que falam sobre tudo
Um romance escrito por uma mulher, retratando 3 mulheres jovens que são amigas que residem em um pensionato de freiras, até aí nada de tão incrível, mas não se engane não é só isso, essas amigas trocam diálogos e memórias sobre política, sociedade, masturbação feminina, aborto, drogas, relacionamentos abusivos, morte, estupro e sim, já estava esquecendo em romance com mulheres também se fala sobre homens...
Uma leitura difícil, uma escrita que exige maturidade para ser feita, ou seja você terá de fazê-la com muita atenção, está tudo emaranhado, nas entrelinhas, no subjetivo...
As narração pula de 1ª para 3ª pessoa sem te avisar o mesmo acontece com a troca de fala das personagens, que personagens... Uma burguesinha rica jovem e virgem com um caso com um homem casado com 5 filhos, a outra é uma jovem comunista lutando contra ditadura militar no Brasil, com seu namorado preso sendo torturado e planejando ambos fugirem do país e por último a mais densa, a mais problemática a mais marcante e a que talvez fará você chorar, uma modelo, linda, viciada em drogas e álcool mergulhada em delírios narcóticos a maior parte do tempo, uma infância traumática e com episódios de vulnerabilidade que a expõe as piores experiências que alguém pode ter.
Temos ainda nesse universo de Lygia as personagens secundárias uma mulher que perdeu seu filho, seu marido e aos 50 anos se casa com um homem mais jovem, é completamente infeliz, insegura, instável e não consegue aceitar o processo natural de envelhecer e ao somar desses fatos mergulha em profunda depressão, ainda temos as freiras, seu cotidiano e camadas além do estereótipo religioso.
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Lílian 24/09/2021

Que livrão da [*****]!
Este é um daqueeeles livros. Dos que vão fundamentar pesquisas acadêmicas, constar em listas de vestibulares, inspirar novos escritores, levantar debates... No caso d'As Meninas, isso tudo vem acontecendo desde 1973 e certamente vai continuar indeterminadamente.

É o recorte sensível, feminino e preciso das vidas brasileiras num Brasil dominado pela Ditadura Militar.

Uma época em que era preciso ter estômago para enfrentar a realidade nua e crua através da política, na luta revolucionária, ou inventar uma realidade paralela, buscar uma fuga da realidade, seja pelos ideais burgueses, seja pelas drogas.

Assim fizeram, respectivamente, Lião, Lorena e Aninha. Todas lutando para não apenas sobreviver nesse mundo, mas para algo mais, à sua maneira.
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Lais.Lagreca 17/09/2021

Que experiência!
Lygia Fagundes Telles escreveu “As meninas”, em plena ditadura militar. Seu romance foi publicado em 1973.

Em seu documentário, Lygia brinca que o censor responsável pela avaliação do seu livro deve ter começado a leitura e, achando-a enfadonha, não terminou de ler. Talvez tenha sido isso... afinal, neste livro, temos um dos primeiros relatos de torturas ocorridas neste período violento de nossa história.

“As meninas” tem como pano de fundo o contexto da ditadura militar. Suas personagens principais são Lorena, uma jovem rica, estudante de direito e extremamente romântica; Lia, uma jovem estudante de Ciências Sociais, militante e Ana Clara, cuja beleza é exaltada a todo momento, estudante de psicologia, com um passado cheio de traumas e com um presente em que as drogas a consomem.

Além de colocar em seu texto temas “tabus” para a época, como a violência da ditadura, o aborto, a homossexualidade, a masturbação feminina, as drogas, o abuso sexual, o racismo cotidiano, impregnado nos pensamentos e nas falas das pessoas etc., Lygia brilha na forma.

Não é um livro fácil de ler. De fato, não é. Os fluxos de consciência das personagens se intercalam, há, ainda, a presença de um narrador em terceira pessoa. Tudo se intercala dentro de um mesmo capítulo. E é muito interessante como esse “aparente” caos da forma nos faz perceber o caos interior existente em cada uma delas. As partes da Ana Clara então! A autora conseguiu me fazer sentir perdida nos delírios da garota, quase que eu podia sentir os calafrios, ver as alucinações.

Que coisa, Lygia! Que experiência!

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João Pedro 08/09/2021

As três vozes das meninas
Vamos lá, eu adoro histórias com múltiplas personagens, principalmente quando cada uma é bastante singular e bem construída. Logo me empolguei ao ver que "As Meninas" possui três protagonistas de personalidades absolutamente distintas, Lorena, Lia e Ana Clara, todas universitárias residentes em um pensionato de freiras na São Paulo de 1973, em meio à ditadura militar. Efeito "uau" para esse pano de fundo em que Lygia Fagundes Telles meteu as suas meninas. Receita infalível para captar a atenção do leitor em potencial, cuja curiosidade é atiçada para se descobrir que tipo de coisa pode sair dessa inusitada mistura.

E o que temos é um verdadeiro deleite literário.

De fato, Lygia eleva o nível de excelência narrativa ao não só criar três protagonistas de características singulares, mas também ao definir três vozes narrativas tão distintas que mais parecem ter sido escritas por três autoras. Lorena, romântica e sentimental, floreia seus capítulos como que regando um perfumado jardim, cheio de espinhos, sem sequer sair de seu quarto. Lia - ou Lião, como chamam as amigas -, está ocupada demais com a revolução e o movimento de resistência para se ocupar de frivolidades, o que se reflete na narração mais objetiva das três. Ana Clara, constantemente chapada, narra sua realidade lisérgica, e o leitor que se vire para acompanhá-la.

Constantemente alternando entre narração em primeira e terceira pessoa, Lygia Fagundes Telles se utiliza do fluxo de consciência em abundância, de modo que o espaço temporal em que se passa a trama principal da obra é relativamente curto; seu ouro se esconde, porém, na consciência de cada uma de suas meninas, que refletem sobre suas vidas em amadurecimento em meio a situação de repressão vivenciada na época. Não há como não se deleitar com esse precioso romance de Lygia Fagundes Telles.

"Sentei na cama. Era cedo para tomar banho. Tombei para trás, abracei o travesseiro e pensei em M.N., a melhor coisa do mundo não é beber água de coco verde e depois mijar no mar, o tio da Lião disse isso mas ele não sabe, a melhor coisa mesmo é ficar imaginando o que M.N. vai dizer e fazer quando cair meu último véu." (p. 13)
Alê | @alexandrejjr 05/05/2022minha estante
Baita texto, João Pedro! Dá pra ter uma ideia bem clara das virtudes do romance da incontornável Lygia.


João Pedro 07/05/2022minha estante
Valeu, Alê! Esse é um livrão daqueles.




Fabricy 07/09/2021

Arrebatada!!!
Foi o primeiro livro da Autora que li, confesso que foi muito difícil no início sair da minha zona de conforto, porque a narrativa acontece através do fluxo de consciência das 3 personagens, fora que em alguns momentos temos um 4 narrador!

Uau!!! Depois que começamos a perceber quem está narrando fica mais fácil entender! E que final surpreendente!

É incrível como Lygia sabe abordar assuntos sérios, trazer gatilhos emocionais assim, sem ser incômodo! Ainda assim é uma leitura densa e um pouco confusa às vezes, mas é maravilhosa!!! Estou fascinada!!!

Além de ter sido de extrema coragem a Autora abordar assuntos sérios e tabus em uma época tão conturbada no Brasil.

Lygia Fagundes Telles virei sua fã!!! Que escrita singular! Quero mais!!!

Leiam!!!
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Gabi Florence 07/09/2021

Escrita incrível!
"Morre de pena de todo mundo. Vai ver, morreu também de pena de mim quando disse que rasguei tudo. Não é uma forma de esconder seu sentimento de superioridade? Ter pena dos outros não é se sentir superior a esses outros? Rasguei o romance, eu disse. E ela ficou quieta. Bebo o chá morno. Uma boa menina. Ana Clara também é uma boa menina, eu também sou uma boa menina."
????
Que escrita incrível! Tinha muita vontade e expectativa para ler Lygia Fagundes Telles e mesmo assim sua escrita me surpreendeu.
A narrativa que acompanha as amigas Lorena, Lia e Ana Clara, parte de uma premissa simples, o dia a dia de três jovens que vivem em um pensionato de freiras em São Paulo, vivendo seus dilemas e tomando decisões que irão influenciar seus destinos.
Enquanto uma vem de uma família tradicional, com muitos segredos e aparências, outra, filha de um antigo soldado nazista, veio da Bahia e se envereda pela luta armada contra a ditadura militar, e a última tenta lidar com o abandono familiar e o vício em drogas.
Além disso, temos o que é considerado o primeiro relato, em um livro ficcional, de uma seção de tortura feita pelos militares durante a ditadura, a passagem é muito triste e impactante.
Tudo isso é retratado de forma genial por Lygia, nossa maior escritora viva, hoje com 98 anos. Quero cada vez mais conhecer sua vasta e importante obra.
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peri 03/09/2021

Romance potente, complexo e opaco. É difícil sair de sua leitura sem se aproximar ao menos de uma dessas meninas.

A narração, apesar de caótica, é deliciosa.... talvez seja um pouco mais complicada nos capítulos de Ana Clara, por motivos óbvios.

Lorena lendária. Lião fodona.

Meu primeiro contato com um romance da Lygia e foi bastante satisfatório!
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Bruna 01/09/2021

Perfeição em forma de escrita.
De um modo criativo, poético e bem humorado, Lygia junta três mulheres com personalidade, jeito e gostos diferentes para mostrar a força da amizade que as circunstâncias da vida uniu, e como o afeto supera quaisquer diferenças.
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nathaliart 01/09/2021

Essencial!
"As Meninas" é um grande clássico da literatura brasileira, obra de uma das nossas maiores escritoras: Lygia Fagundes Telles. Através de três personagens incríveis e completamente diferentes, Lygia nos revela o duro cenário da ditadura militar, que afeta todos os personagens do romance.

O livro é construído, basicamente, pelo ponto de vista das três meninas: Lorena, Lia e Ana Clara. Com grande maestria, a autora dá vozes completamente diferentes a essas mulheres, revelando suas características por meio de seus pensamentos, além de suas histórias. Entrar dentro da cabeça de cada uma delas pode parecer assustador para o leitor, a princípio, mas, depois torna-se um deleite.

Obra maravilhosa, necessária!
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Luiza 29/08/2021

Sensacional
Me apaixonei pela Lygia ao ler os contos dela
Mas ao ler ?As meninas? meu amor cresceu de modo transcendental
Que obra de arte! Que mulher sensacional!
É um livro visceral,profundo e chocante,mas ao mesmo tempo lindo e delicado
Traz reflexões sensacionais sobre diversos temas de maneira poética e inteligente
Arrebatador.
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Hendy.Raphael 25/08/2021

As meninas
Um livro muito bom ums das características é a troca constante da narrativa no começo foi dificil entender mas depois fui pegando o jeito, sao 3 meninas que vivem em um pensionato de freiras cada uma com sua personalidade
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profuilma 09/08/2021

Ame e sofra com As Meninas
Um final surpreendente para um título delicado e uma capa tão florida. Mas, o que esperar de um romance produzido, em 1970, por Lygia Fagundes Telles?

As histórias de Lorena, Lia e Ana Clara são bem diferentes, mas a amizade que as uniu ultrapassa as questões sociais. Elas se misturam, se ajudam e se cuidam mesmo diante das situações mais complexas como veremos no final do livro.
Um livro que questionou, narrou fatos e enganou a ditadura com sua delicadeza superficial. É uma leitura instigante e profunda que nos prende. É poético! É romântico! É realista!? É Lygia!
Observe
"Quero te dizer também que nós, as criaturas humanas, vivemos muito (ou deixamos de viver) em função das imaginações geradas pelo nosso medo".

Não é maravilhoso?
Apenas leia... você vai amar e sofrer por essas meninas!
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Kelvin 04/08/2021

Um ótimo romance porém se fosse um conto as últimas 20 páginas seria foda
Eu terminei depois de um mês esse livro, demorei mais do que de costume, seja pela dificuldade de entendimento da narrativa seja pela desconexão que tive com o livro em alguns momentos. A narrativa em alguns momentos foi um empecilho para eu ler muitas páginas numa leva só, mas eu fui persistente, fui gostando do livro e lendo num ritmo menor mas sempre lendo. Eu gostei das personagens, achei interessante como a lorena era a base das duas personagens, sendo quase uma espécie de mãe. A lorena era uma figura matriarcal para Ana Clara que não possuía mais contato com a sua mãe, e também para lia, na qual a mãe morava na bahia. As picuinhas que as duas tinham em relação a lorena eram picuinhas típicas da relação filho/mãe e isso eu achei interessante de ver na história. Foi interessante também observar como funcionava os pensamentos de cada uma com os seus respectivos gatilhos e bagagem do passado. As últimas 40 páginas foram as mais fluidas pra mim, acho que por serem narradas pela lia que possui uma articulação mais direta e com menos devaneios, achei que os pensamentos de lorena também possuíam uma fluidez boa, porém em alguns momentos ela dava muitas voltas e ficava um pouco cansativo. As últimas 20 páginas foram fodas, eu percebi que a lygia tem um dom de contar histórias mais diretas e curtas, eu não conseguia parar de ler e o final foi bem a moda lorena, como eu falei se as últimas 20 páginas fossem um conto seria foda. Bom livro, foi o meu primeiro da lygia, achei interessante esse meu primeiro contato, porém pretendo ler os contos nas próximas vezes, vou deixar os outros romances para eu ler mais pra frente, mas foi ótimo descobrir a lygia :) .
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luizaslike 01/08/2021

Uma pérola da lit. brasileira
Diferente de tudo que já li. estou encantada. a autora (genial) mescla a narrativa em 1° pessoa pautada na perspectiva e fluxo de consciência de três personagens complexas e opostas com a narrativa em 3° pessoa de um narrador não antenado. o leitor tem o papel de tentar organizar toda essa explosão, além de distinguir os episódios de confusão entre presente e passado. ação e premeditação. num contexto de ditadura militar BR, o início da juventude madura de três garotas em meio ao caos do regime militar e o caos individual característico da mocidade (o ano talvez seja 69). ana cheia de traumas marcada pelo abuso alucinações e viciada em drogas pesadas, lia a revolucionária militante atuando contra a ditadura. inclusive é até pesado refletir sobre a tortura que os amigos da personagem foram submetidos. lorena a filha de classe média alta viciada em limpeza cheia de ideias malucas (principalmente no fim hahaha) e totalmente ignorada em sua condição de "quase amante" pelo amado. é uma riqueza e tanto que não caberia numa resenha...
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