Margô 16/12/2021
"As minas"
Relendo a obra que me impactou desde a primeira leitura, lá na década de 70...rss.( adolescente , fazendo cursinho)
Tanto gostei, que em uma das ocasiões em que era coordenadora do Ensino Médio, reli esta obra com algumas alunas interessadas, e resolvi adaptar à uma peça de Teatro. Foi perfeito!
E foi assim que apresentamos à geração do século XXI, o que foi a Ditacuja, os arquétipos de três mulheres com seus sonhos, frustrações, e de origem social diferente, mas que se irmanam quando a situação se complica.
Gosto da narrativa de Lygia Fagundes Telles, é fluida e inteligente. Ela não te dá a coisa pronta, mas traça todo um caminho pra você se construir junto às personagens .
É uma verdadeira defensora dos direitos e razões do universo feminino, sem usar uma única frase clichê! Só oferece um leque de dores, afetos e desafetos, e mostra como as meninas reagem dentro de suas próprias perspectivas, dentro do mesmo contexto histórico.
Uma torrente de pensamentos desenfreados marca esta obra icônica, elaborada pra perturbar os incautos da época, e que, infelizmente ainda instiga a repensarmos em nosso papel na sociedade brasileira.
O ponto alto da obra , na minha perspectiva, é quando Lião lê para a Madre Alix o texto sobre a tortura do jovem Bernardo.( É quando a gente descobre que a madre é progressista!!)
É forte, necessário e foi bem arrumado na narrativa.
Brava Lygia Fagundes Telles, a grande dama da literatura!