As meninas

As meninas Lygia Fagundes Telles




Resenhas - As Meninas


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Vitoria 31/10/2022

As Meninas foi publicado em 1973. E Lygia incluiu no meio da obra o registro de um episódio real de tortura, sob as barbas do regime. Há quem diga que o livro foi autorizado porque o censor não conseguiu ir além das primeiras páginas, confundido pela brilhante narrativa que, sem aviso prévio, alterna o foco de Lorena para Lia, adiante para Ana Clara, e intercala com um narrador em terceira pessoa que contextualiza algumas cenas e ajuda a costurar os fatos.

A história se desenrola em dois dias nas vidas das três jovens estudantes, que têm pouco em comum além do fato de morarem em um pensionato religioso. Ao longo da leitura somos apresentadas a dilemas que envolvem o apelo do sexo e das drogas, diferentes perspectivas sobre a ditadura, desigualdades sociais, machismo.
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Julia Maciel 05/03/2023

Alguns livros não se findam
Tenho que admitir que, no começo da leitura, não estava muito engajada com a história, de maneira que demorei para estabelecer um vínculo com as personagens. Porém, estabelecida essa ligação, é impossível se afastar dessas personagens, que parecem estar em um movimento frenético, embora não saiam do mesmo lugar de uma maneira interna.

Eu acredito que o grande valor da literatura é o que fica após a leitura, e, inegavelmente, desse livro ficará muita coisa. Será impossível não lembrar de Lore, Lião ou até mesmo da irritante Ana Clara, pois elas estão em nós ou nas pessoas ao nosso redor que gostamos. É maravilhoso o que Lygia faz com o desenvolvimento dessas personagens, com o mundo e consigo mesmas. Além disso, o final possui um simbolismo que ainda estou tentando digerir, e com certeza, ainda irei pensar muito sobre ele.

Recomendo fortemente a leitura. É uma das grandes obras da literatura brasileira.
pampamcviana 06/03/2023minha estante
Comecei hoje. Após sua resenha, estou mais empolgada ainda para adentrar o mundo dessas 3!




pampamcviana 26/03/2023

Muito bom!
A história se passa na época da ditadura. Se não tivessem me contado sobre isso, e se não tivessem traços dela no livro (como alguns comentários e, também, descrição de torturas em algumas falas e pensamentos da Lia), poderia dizer que é uma história atemporal. A ditadura não é o centro da história e, creio, a autora fez isso de propósito. Para que dar palco a algo que estava sendo combatido e criticado? Nunca poderia ser o centro das atenções, pois já o era na vida real. Lygia decidiu focar na vida de três "meninas", colocadas aqui de modo inocente, e talvez eram, e bem poderia, também, ser a história de qualquer mulher (inclusive a minha).

Outra coisa que me chamou a atenção foi ter acesso aos pensamentos das personagens principais. Como? Através da troca de narração. Existem, pelo menos, 4 narradores no livro: o narrador de fato, Lia, Lorena e Ana Clara. Eles trocam de posição sem avisar, e no início, fica confuso. Ao conhecer melhor as personagens, logo se acostuma com esta troca e facilmente conseguimos reconhecer quem está "falando". Além disso, achei muito inteligente a forma que a autora usa para escrever sobre os pensamentos das "meninas". Eles não têm uma sequência, como qualquer pensamento, e cheguei a conclusão que perdemos muitas oportunidades de poesia e crônica quando não os colocamos no papel. Outra coisa importante: nenhuma delas, como narradoras, são confiáveis.

Gostei muito das questões do universo feminino colocadas em pauta: relacionamentos amorosos, o papel da mulher na sociedade, aborto, carreira, status/aparências, abusos, feminicídio. Também existem vestígios de distúrbios mentais, como depressão, ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo. Inclusive gostaria de transcrever uma frase com a qual me identifiquei muito: "O chato é que quando leio um livro sobre doenças mentais, descubro em mim os sintomas de quase todas, uma psiquiatra por dentro demais da loucura." Lorena, Lorena, como tenho carinho por você! Das três, com certeza seria aquela com a qual mais me identificaria.

Por fim, a história não acaba quando o livro acaba. Quem morre, naturalmente, não é quem você espera. E o maior spoiler que eu posso colocar aqui é que não existe final, somente continuidade. Qualquer final é possível.

Recomendo este livro para pessoas que tenham paciência, gostem de degustar um livro aos poucos, e que tenham apreço pelas nuances.
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Júlia 20/10/2021

Demorei muito pra ler, mas não porque eu não gostei, porque é bom demais. A forma como ela escreve faz todo o sentido depois que se entende que ela descreve as livres associações que as personagens fazem, assim como todo mundo na vida real. O final é muito bom fiquei até com vontade de reler pra tentar pegar pistas de que isso ia acontecer em algum lugar. Enfim, vou por mais Lygia na minha listinha
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Bárbara 21/10/2023

Leitura bem lenta
Já tentei ler esse livros por duas vezes, sem sucesso e consegui incluí-lo no nosso clube do livro. E aí sim, não tinha desculpas e não me arrependo. Apesar de lenta e o leitor ficar meio confuso (a), vale demais a pena. Eu adorei.
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LuanGabs 30/03/2024

Lião. Lena. Ana Turva. Verboten. M.N. Roque-Roque. Nhem-Nhem Nhem-Nhem. Irmã Bula. Irmã Sonsinha. Astronauta. Miguel. Argélia. Algodão. Napoleão. Autópsia.

Muito da incompreensibilidade do texto - venham as más línguas - culpar o fluxo de pensamento. Devo discordar. Esta nao é minha primeira experiencia desse tipo de narrativa, e ao contrario desta, a outra nos dava tempo de sedimentar os acontecimentos e apreciar a psiquê do personagem. Aqui não.

O livro se demora em tantos pensamentos bobos, repetitivos, monotemáticos em certo aspecto e se tornam tão prolixos que não sobra tempo de ter acontecimentos interessantes.
Nenhuma das personagens me despertou interesse de acompanhar.
A ambientação pouco me desenhou o quadro de ditadura militar que a tanto atribuem o estilo de narrativa que a autora optou fazer.

Longe de mim querer diminuir a importancia que esse livro possa ter tido em sua época, ou até hoje. Pois que fique com sua importancia lá e eu cá. Não é o tipo de leitura que me agrada. Terminar esse livro (por conta de um clube do livro) foi beirar a dor física. Em qualquer outra circunstância teria abandonado antes dos 40%.
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spoiler visualizar
Silvana (@delivroemlivro) 05/09/2020minha estante
Idem: também li e não achei tudo isso (acho que o fato de ter lido Clarice Lipector antes também não colaborou muito).


Carla Verçoza 05/09/2020minha estante
Exatamente. Li Todos Os Contos, de Clarice, pouco antes desse e acho q isso impactou. Fiquei impressionadíssima com a escrita da Clarice, gostei muito mais do que da Lygia. Não que As Meninas seja ruim, mas pelo que vejo falar eu esperava um pouco mais.




DeCardoso 27/05/2024

As meninas
Depois de concluir a leitura, fez muito sentido a questão do livro ter as primeiras páginas mais confusas e mais densas para não ser "pego" pela censura, devido a época da qual foi escrito.

Achei a escrita difícil, pelas mudanças frequentes de narradores. Pois além das três meninas, havia um quarto narrador. Mesmo com o tempo que eu ia sacando quem é quem de acordo com uma gíria ou uma forma de se expressar da personagem, eu acabei me perdendo.

O pano de fundo foi a ditadura, inclusive acredito que o incômodo causado por uma cena em questão, foi proposital para mostrar o que realmente estava acontecendo naquele momento no Brasil.

As meninas são bem diferentes uma da outra.
A Lorena tinha uns pensamentos sonhadores, inseguros e também de mais fácil compreensão.
A Lia era mais direta em seus posicionamentos e mais simples na forma de se expressar.
Já a Ana era um caos, sempre diálogos confusos e que chegavam a me faltar o ar nas suas passagens.

Foi uma leitura difícil, mas as personagens compensam toda essa confusão.
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naya 28/04/2020

deem uma oportunidade!
quando eu li esse livro eu tava no ensino médio e por causa da escrita eu tava quase abandonando mas por ficar incomodada com leituras abandonadas eu li o mais rápido possível na maior parte do tempo livre que eu tinha e quando eu terminei: senti saudades
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Erica 13/01/2021

Três vozes da juventude dos anos 70.
"As meninas" é um romance sobre a juventude durante a ditadura militar. Para isso, a autora se utiliza do recurso de fluxo de consciência, alternando as vozes narrativas sem aviso prévio e de forma abrupta. Confesso que essa alternância me cansou bastante e não foi um leitura prazerosa.
Reconheço o estilo único e inovador de Lygia e a importância do romance como marco de uma época, mas definitivamente o livro não me encantou...
O destaque fica por conta da amizade improvável de Lorena, Lia e Ana Clara, três meninas de personalidades bastantes distintas que se unem para compartilhar as agruras da juventudade dos anos de 1970 no Brasil.

Segue o trecho que mais gostei do livro:
"(...) nós, as criaturas humanas, vivemos muito (ou deixamos de viver) em função das imaginações geradas pelo nosso medo. Imaginamos consequências, censuras, sofrimentos que talvez não venham nunca e assim fugimos ao que é mais vital, mais profundo, mais vivo. A verdade, meu querido, é que a vida, o mundo dobra-se sempre às nossas decisões. Não nos esqueçamos das cicatrizes feitas pela morte. Nossa completude, eis o que importa. Elaboremos em nós as forças que nos farão plenos e verdadeiros."
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Maria Amélia 16/05/2024

? Prêmio Jabuti 1974

"Num pensionato de freiras paulistano, em 1973, três jovens universitárias começam sua vida adulta de maneiras bem diversas.

As meninas colhe essas três criaturas em pleno movimento, num momento de impasse em suas vidas. Transitando com notável desenvoltura da primeira pessoa narrativa para a terceira, assumindo ora o ponto de vista de uma ora de outra das protagonistas, Lygia Fagundes Telles constrói um romance pulsante e polifônico, que capta como poucos o espírito daquela época conturbada e de vertiginosas transformações, sobretudo comportamentais."
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Suzana147 27/03/2024

Comecei esse livro achando que ia ser um favorito, nos 20/30% achei que não conseguiria terminar, nos 40% queria abandonar, e depois finalmente me rendi.
Uma obra prima, o tipo de sentimentos que só senti com clássicos nacionais.
Aqui nós acompanhamos 3 meninas, Lorena, Lia e Ana Clara.
Lorena e Ana Clara foram as que mais me deixaram perturbada.
Os "capítulos" da Ana Clara são uma confusão, poucos são os momentos em que ela está lúcida, vou demorar pra esquecer o roque roque dessa personagem.
Lia é a mais envolvida com política e ela que apresenta o depoimento da tortura.
Lorena me deu uma sensação estranha, a sensação de procurar amor desesperadamente e não encontrar, de não conseguir viver e parecer presa em devaneios.
Eu me envolvi com as 3, e com tudo que cerca elas. Enfim, não tenho palavras, vai ver foi a tpm ?


E pensando até agora como esse livro passou pela censura...tortura, aborto, drogas, sexualidade...
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sordeps 26/05/2024

Novo favorito da vida!
Essa não vai ser nem de longe uma resenha aos pés da grandiosidade dessa obra.

Desde que eu terminei, dois dias atrás, a história dessas três meninas tem reverberado na minha mente. Eu definitivamente queria mais 200 páginas de livro para saber como a vida delas seguiu adiante.

No início, por não saber nada sobre o que iria ler, fiquei tentado a abandonar. E que bom eu não abandonei. Depois dos fluxos de consciência (que acabam lá por volta da página 100) o livro se tornou sensacional em todos os sentidos.

Um livro que tem muitos detalhes e é recheado de temas importantes e polêmicos (abort0, depress4o, uso de drog4s, tortur4, etc) e que lendo hoje, sabendo que ele foi lançado durante a ditadura, você entende o peso que ele possui e porque deve ser um clássico: ele é atemporal, com passagens que te fazem questionar o mundo em que vivemos, como tantas coisas ainda acontecendo como tantos anos atrás.

Lygia é uma escritora e tanto, esse foi meu segundo contato com ela e prometo que não será o último. Vou guardar Ana Clara, Lorena e Lia no meu coração para sempre ??
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Carol.Silva 22/05/2021

Não é um livro exatamente ruim, mas me deixou muito confusa. Essa falta de compreensão durante a leitura, principalmente quando ocorria alteração de narrativa entre a primeira e a terceira pessoa, não me permitiram aproveitar tanto o livro. Talvez seja uma leitura para um outro momento.
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Alana 14/04/2023

"Agrupar é conspirar e transpirar." como ela foi grandona!!
"Mas tem um tipo ao lado engraxando os sapatos, que cor de graxa o cavalheiro prefere?"
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