As meninas

As meninas Lygia Fagundes Telles




Resenhas - As Meninas


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Paula 18/07/2012

Toda a genialidade de Lygia Fagundes Telles num só romance
Sempre tive vontade de ler "As meninas", pois apesar de nunca ter tido contato com um romance de Lygia Fagundes Telles, já tinha lido diversos fragmentos e contos de sua autoria. Já estava, então, ciente de sua genialidade. Porém, devo dizer que Lygia se superou.
"As meninas" nos remete a um contexto de ditadura em meados dos anos 70, tempo difícil para qualquer jovem cidadão residente no Brasil. Supressão da liberdade, prisão e intolerância marcam o período. No romance, acompanhamos a trajetória de três amigas que vivem em um pensionato em busca de seus objetivos e sonhos, passando por situações críticas como envolvimento com drogas, futilidade e rebeldia.
A autora faz questão de ressaltar as características de cada personagem e talvez esse detalhe tenha sido o que mais me chamou a atenção. A narrativa é cheia de minuciosidades e pequenas percepções, o que nos faz entender muitas questões do passado das meninas.
Lorena é uma jovem típica burguesa com grande apego às questões materiais. Tem uma forte ligação com a música e a literatura. Cultiva um relacionamento tenso com um homem casado e com filhos. Ana Clara é uma jovem linda e complicada. Submergiu no mundo das drogas e não há um trecho no romance no qual ela apareça sóbria. Seus parágrafos são os mais difíceis de serem compreendidos. Lia é uma esquerdista extrema, revolucionária. Faz parte de grupos perseguidos pelo governo que estudam a filosofia e a sociologia. Namora um preso político.
Aqueles que nunca tiveram muito contato com o estudo da literatura certamente estranharão a leitura de "As meninas": interpretar certos trechos de Lygia não é tarefa fácil. Porém, quando nos habituamos, o romance flui de forma agradável. A autora intercala a 1ª e 3ª pessoa livremente, por vezes usando um narrador onipresente. Usa-se o humor e há trechos do presente que remetem ao passado o tempo todo.
Lygia Fagundes Telles recebeu ótimas críticas com a publicação de "As meninas" e não há razão para dizer o contrário: ela conduz o leitor com maestria e sua narrativa é impecável. Só senti falta de um desfecho mais concreto para certas personagens, porém o final é surpreendente.
Que eu possa apreciar outras obras da autora, essa que ganhou mais uma fã através do sutil impacto de suas palavras. Prato cheio para amantes da literatura brasileira, 5 estrelas.


Mariana 18/07/2012minha estante
Já sabe que em algum momento vou seuqestrar o seu livro, né?


Paula 18/07/2012minha estante
Hahahaha pra ficarmos quites você precisa sequestrar uns 5 meus. Empresto com prazer :)




Elane.Medeiross 11/02/2021

Esperava mais
Quando li a sinopse desse livro e conheci a historia da autora, fiquei extremamente interessada em realizar a leitura. Porém, esperava bem mais, me senti muito incomodada com a mistura de primeira e terceira pessoa da obra sem a separação dos capítulos, achei desorganizado o fluxo da narrativa, e não sei se vou ler mais coisas da escritora.
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Bruna Domênico 05/06/2021

Ruim
No começo estava ruim. Algumas pessoas me falaram pra ter calma, que lá pela página 100 a história vingava.
No final, parecia que estava no começo ??
Fernanda Santos 11/08/2021minha estante
Também não consegui ler. Recomecei 4 vezes e não rolou?




Taisa 31/01/2023

Um caleidoscópio
Iniciei a leitura num momento em que procurava um livro bom, curto e linear. Me veio um caleidoscópio...
Muito bom, resolvi seguir.
Um livro que faz acreditar que a amizade pode mover quase tudo: malas, circunstâncias, corpos.
Muito belo, muito poético. Quase choro.
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Claire Scorzi 13/02/2009

Livro bem escrito (como costumam ser os de Lygia Fagundes Telles), alternando as 'vozes' das 3 personagens femininas para narrar a história - Lorena, Ana Clara, e Lia (Lião). O recurso sempre tem seu charme. Porém o livro envelheceu no seu aspecto de denúncia dos anos de ditadura, tornando-se datado.
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silcarina 19/02/2010minha estante
Não concordo que tenha ficado datado. As narrativas são tão intimistas. Acho que a ditadura é mais pretexto pra mostrar os egoísmos (até mesmo de Lia) das personagens do que servir de denúncia de uma época.




Denise Ximenes 23/09/2022

Vinho tinto de sangue
Mulher incrível: assim defino a autora desse clássico, escrito em 1973, em plena atmosfera política, que garantiu sua permanência entre os melhores!

Não por acaso, muita gente passa pelo que passei: tentar ler As Meninas, largar, tentar de novo até conquistar. É isso!

Com audácia (no sentido literal da palavra), Lygia cria um enredo repleto de fluxos de consciência - nosso contato com os fatos se dá por meio dos pensamentos das personagens. Uma loucura!!!

Pairam, em toda a obra, pensamentos de gente grande: Sartre, Marx e Simone de Beauvoir fazem parte da construção dessas personagens, que desmistificam a sexualidade feminina e polemizam a estrutura política brasileira - denunciando, inclusive, os horrores promovidos pela ditadura militar. Chico Buarque diria a essa altura: "Como beber dessa bebida amarga?"

Comecei com náuseas e pensando em largar (de novo) a leitura... e termino com a sensação de ter lido um dos melhores livros da literatura brasileira!!!
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mavi47 08/02/2023

li a primeira vez em 2014 e ele foi tão importante para mim.
lembro de ficar horas na biblioteca da escola lendo, nos intervalos das aulas e quando chegava em casa ficava lendo também.

eu amo os diálogos, a amizade delas, as nuances de uma quase poesia, os pensamentos que uma tem da outra. eu acho um livro belíssimo. e ao mesmo tempo, tão angustiante e perturbador. o final sempre me pega :(
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L. 19/01/2009

A forma como Lygia vai entrelaçando as personagens e as cenas é fluida, perfeita. E no fim eu fiquei sem rumo, porque a personalidade de cada um é construído de tal forma, em todos os aspectos, e tão real, convidativo e convincente que é um insulto acabar assim, como se tivessem esquecido de registrar o resto da história.
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Resende 10/09/2009minha estante
é. quando acaba, a gente fica sem chão. elas foram muito bem construídas. são vivas.




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Debora 28/03/2022

A vida na ditadura passa por esta obra
Lygia disse que “a função do escritor e ser testemunha do seu tempo e da sua sociedade”, o que é o mote perfeito para As Meninas.
Do posfácio do livro, de Cristovão Tezza, extraio um resumo das personagens: "Do ponto de vista da trama, a narrativa é simples e concentrada também no espaço: Lorena Vaz Leme, Lia de Melo Schultz e Ana Clara Conceição são três amigas muito próximas, mas muito diferentes. Pode-se dizer que elas se definem a partir de três “arquétipos”, ou figuras típicas da época. Ana Clara é a mais bonita, a mais liberada e a mais problemática, por ser dependente de drogas; Lia, afetivamente chamada Lião pelas outras, está envolvida na luta armada contra a ditadura; e Lorena, a mais intelectualizada, é uma jovem rica de uma família tradicional de proprietários de terras."
O que mais me marcou foi a construção da narrativa, em que o foco vai se alternando entre as 3 personagens, às vezes sem demarcação nenhuma. Mas não se assustem, depois do susto inicial é fácil perceber quem é quem, porque as meninas são personagens bem desenvolvidas e delimitadas. E contraditórias. É por meio da perspectiva dessas três jovens que Lygia traz o universo feminino sob uma perspectiva moderna.
Mas não é só isso que a autora faz... No meio da trama, principalmente por meio da personagem Lia, mas também nas interações das meninas com as freiras, principalmente com Madre Alix (a superiora), também discute o momento de repressão pela ditadura. Há, inclusive, um relato de tortura inserido no livro, apresentado por Lia e conhecido pela madre pela sua relação com a mãe do preso.
Não há muitos acontecimentos marcantes, mas sim os pensamentos, frustrações e vontades daquelas meninas, apresentados usando um fluxo de consciência. Mas muito marcante é o final do livro – duvido que esquecerei dele tão rápido, que me fez parar para sentir todo o contado até ali.
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Gislaine.Novello 15/06/2022

Esperava muito mais. Com pontos muito peculiares e de um estilo completamente diferente de escrita, o livro me trouxe um pouco de dificuldade no início e junto a isso uma falta de interesse pelo resto. Gostei, mas não tanto quanto esperava, não me conquistou.
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Mariana Rodrigues 15/03/2023

As Meninas
Num pensionato de freiras paulistano, em 1973, três jovens universitárias começam sua vida adulta de maneiras bem diversas. A burguesa Lorena, filha de família quatrocentona, nutre veleidades artísticas e literárias. Namora um homem casado, mas permanece virgem. A drogada Ana Clara, linda como uma modelo, divide-se entre o noivo rico e o amante traficante. Lia, por fim, milita num grupo da esquerda armada e sofre pelo namorado preso. As meninas colhe essas três criaturas em pleno movimento, num momento de impasse em suas vidas. Transitando com notável desenvoltura da primeira pessoa narrativa para a terceira, assumindo ora o ponto de vista de uma ora de outra das protagonistas, Lygia Fagundes Telles constrói um romance pulsante e polifônico, que capta como poucos o espírito daquela época conturbada e de vertiginosas transformações, sobretudo comportamentais.
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Vivi 01/11/2010

Esperava mais do livro....
Antes de comprar o livro "As meninas" fiz uma pesquisa e só achei elogios para ele. Porém confesso que gostei bem menos do que achei que gostaria.

Trata-se da história de três jovens que tem sua vida entrelaçada ao irem morar em um pensionato de freiras.

A primeira personagem é Lorena, uma moça rica e cheia de ideais. Adora música. Apaixonada por um médico casado e pai de cinco filhos, a estudante de Direito passa o livro a sonhar com um telefonema, uma visita ou mesmo um recado de seu amado, o que nunca acontece. A sonhadora Lorena seria a elite de nosso país. Uma classe a parte, rica, sonhadora e com a tendência de florear a real situação.

A segunda personagem retratada é a revolucionária Lia, chamada algumas vezes por suas amigas de “Lião”. Filha de uma brasileira, natural da Bahia, com um alemão ex-nazista, Lia tem seus ideais bem resolvidos e demonstra muita fibra ao persegui-los, não importando as dificuldades que tenha que superar. Estudante de Ciências Sociais, tenta a todo custo reencontrar seu namorado, um preso político que será enviado para a Argélia. A lutadora Lia seria a parte da sociedade envolvida com guerrilhas, manifestações e qualquer tipo de contestação ao sistema, que tentaram a todo o custo reverter a situação em curso no país.

E a terceira é Ana Clara, uma atormentada aluna de Psicologia que passa toda a história envolta com problemas de drogas, seu namorado traficante e alucinações com seu trágico passado. A drogada Ana Clara encarnaria as classes média e popular, atormentada e fora de sintonia da realidade. Sempre preocupada com uma subida de nível e se torturando com o passado, ela acaba ficando em um mundo particular, distante de tudo.

O livro, escrito em 1973, aborda temas polêmicos e apresenta uma crítica velada ao sistema imposto naquele momento.

Achei o livro inteligente, porém um pouco enrolado e muitas vezes cansativo.
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Silvana (@delivroemlivro) 05/09/2020minha estante
Idem: também li e não achei tudo isso (acho que o fato de ter lido Clarice Lipector antes também não colaborou muito).


Carla Verçoza 05/09/2020minha estante
Exatamente. Li Todos Os Contos, de Clarice, pouco antes desse e acho q isso impactou. Fiquei impressionadíssima com a escrita da Clarice, gostei muito mais do que da Lygia. Não que As Meninas seja ruim, mas pelo que vejo falar eu esperava um pouco mais.




naya 28/04/2020

deem uma oportunidade!
quando eu li esse livro eu tava no ensino médio e por causa da escrita eu tava quase abandonando mas por ficar incomodada com leituras abandonadas eu li o mais rápido possível na maior parte do tempo livre que eu tinha e quando eu terminei: senti saudades
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