Biia Rozante | @atitudeliteraria 31/01/2017Divertido e envolventeEmma foi criada pelos tios após a morte de seus pais. Uma jovem de coração generoso, que apesar de crescer cercada por luxo e conforto, não pensou duas vezes em aceitar se casar com Stuart, um homem dedicado à religião e ajudar ao próximo, porém jovem demais e sem condições de manter a ambos. Como já é de se esperar, toda a família acaba por ser contra a união do jovem casal, o que não os impede de seguir em frente com sua decisão. O problema é que nem tudo se transforma no conto de fadas tão aguardado, Stuart acaba por se mostrar um marido apático, dono de convicções radicais que tende a oprimir sua jovem esposa e que como se tudo isso não bastasse, uma tragédia interrompe a relação, para Emma resta à culpa, medo e a difícil missão de ter que enfrentar o passado, além de um prêmio sobre sua cabeça, que a tornara alvo de muitos pretendentes inoportunos e insistentes.
Emma é o tipo de protagonista que nos cativa por sua força e determinação. Ainda muito jovem acaba por se entregar ao sentimento que julgou ser amor, esperando embarcar em uma relação utópica, repleta de sonhos, acreditando ter encontrado sua alma gêmea, aquela pessoa que tanto a completava. Porém, nada disso foi simples, de início a pessoa a quem ela acreditou que a apoiaria incondicionalmente, que ficaria feliz por ela e seu primo, se opôs, a denunciou para sua família e transformou a amizade linda entre eles, em raiva. Não que eu julgue as atitudes de James, ele era o único que conseguia verdadeiramente enxergar a inocência e jovialidade em Emma, assim como, ver o quanto seu primo era inadequado para ela.
James é primo de Stuart, um homem de beleza exuberante, sério que se encontra em uma missão, levar o corpo de seu primo para ser enterrado no mausoléu da família. Ele também espera ser capaz de convencer a jovem Emma a voltar para Londres, lugar do qual ela jamais deveria ter saído, ele só não esperava encontrá-la em condições tão inusitadas e com um problema que iria requerer sua atenção especial, caso desejasse de uma vez por todas tomar aquilo que ele sempre desejou...
“Naquela altura, sob a luz da vela, James entendeu que não faria diferença se Emma usasse um vestido de baile ou um penhoar. Em algodão simples ou na melhor seda, ela era a mulher mais bela que conhecera.”
PODE BEIJAR A NOIVA é um romance leve, com pitadas de erotismo e belas reflexões. Gostei da maneira como a autora abordou a opressão sobre a figura feminina, mostrando o quanto eram julgadas tolas e incapazes, “obrigando” a mesma a ter um homem ao seu lado, para assim ser considerada capaz de receber aquilo que lhe pertence. Outro ponto que me agradou foi à sutileza do romance e o modo como à autora o construiu página a página, brincando com o misto de emoções que um personagem gerava no outro. Foram muitas as revelações, as reviravoltas e é notório o amadurecimento e crescimento de ambos os protagonistas. Porém, senti que tudo soou muito raso e até superficial, não que isso tenha atrapalhado a leitura, apenas deixou aquele sentimento de que poderia ter tido mais.
“Quando um homem que nunca teve nada negado em sua vida encara subitamente o fato de que não pode ter o que mais deseja dirá quase tudo para tentar convencer-se de que jamais desejou aquilo. Mas, acredite no que eu digo Emma, não me lembro de uma época em que eu não desejasse que você fosse minha.”
De modo geral, eu gostei muito da leitura. Ela é leve, tem diálogos divertidos, drama e romance. Por isso, eu o recomendo a todos que estejam procurando por uma leitura rápida, despretensiosa e tranquila.
Preciso mencionar o quanto amo essa capa, parabéns Editora Planeta de Livros Brasil pelo belo trabalho.
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