Julia G 01/08/2011Ladrões de Elite - Ally Carter Resenha publicada originalmente no blog http://conjuntodaobra.blogspot.com
"- Supondo que a gente consiga fazer isso, seria preciso uma equipe grande.
- E ninguém vai com a sua cara - acrescentou Hale, sem sorrir.
O vento estava gelado sobre o céu cinzento e soprava as folhas pelo chão.
- Precisamos de equipamentos... e dos bons. Coisas muito caras.
- Pena que só tenho minha beleza - disse Hale. - Quer dizer, eu canto melhor do que a média, também.
Kat revirou os olhos.
- Sete dias, Hale.
Dessa vez, ele não deu nenhuma resposta. Nenhuma solução. Se Kat havia aprendido alguma coisa com a morte da mãe era que nem mesmo o melhor ladrão do mundo é capaz de roubar tempo." (Pág. 109)
Kat cresceu em uma família de ladrões de arte. Desde pequena, ajudava seu pai a distrair seguranças, a fazer os trabalhos, e se sentava à mesa de tio Eddie para planejar os grandes golpes. Mas Kat se cansara dessa vida, e decidiu deixar para trás os negócios da família, para viver como uma adolescente normal na escola Colgan.
Por pouco tempo. Seu amigo Hale, lindo e rico, aparece para levá-la de volta à realidade: uma coleção de arte fora roubada de um homem muito perigoso, que acredita que o pai de Kat realizou o serviço, e a quer de volta, custe o que custar.
Para que seu pai não corra perigo, só resta a Kat recuperar os quadros e devolvê-los a Arturo Taccone no prazo de duas semanas. Mas ela não faz idéia de onde as obras estão, e as pistas acabam levando a um dos museus mais seguros do mundo.
Diferente da maioria das pessoas, não me encantei com Ladrões de Elite logo nos primeiros capítulos. Talvez não fosse o livro, fosse eu mesma, cansada demais para me apegar a qualquer coisa. Talvez fossem as expectativas que criei antes de começar o livro, mas que não me prenderam a ele inicialmente. Inicialmente. Pois logo que a aventura realmente começou, quando Kat foi à Itália observar a casa de Taccone, aí sim, não consegui mais parar.
E quanta aventura! O livro é repleto de reviravoltas e surpresas, momentos eletrizantes, cenários (eu consegui imaginar cada um deles) encantadores e de tirar o fôlego, mesmo que sejam apenas em nossa imaginação. Foi quase possível sentir o frio da neve da Polônia ou ver os campos de vinhedos e oliveiras na Itália.
E o que importa se alguns adolescentes não conseguiriam cruzar o mundo sozinhos, como li em algumas resenhas antes? Acho que esse detalhe é tão insignificante para todo o enredo do livro que não tira nadinha da graça dele, até por que, se trata de uma ficção.
Os personagens são muito divertidos. Eu adorei o Hale e aquele jeitinho badboy, e as tiradas fantásticas dele. A Kat, apesar de corajosa e com um senso de humor meio negro, que eu também gosto, na verdade, poderia ter sido bem mais esperta em alguns detalhes. Gabrielle, o nerd do Simon e os irmãos Bagshaw me renderam boas risadas. Essa equipe realmente rendeu, e acho que não poderia estar mais completa.
Acredito que, para quem gosta de uma história cheia de emoção e aventura, é impossível não gostar de Ladrões de Elite. A Editora Arqueiro está de parabéns pela obra, que está lindíssima, e não lembro de ter notado nenhum erro. Espero que a continuação da série seja lançada em breve.