giquinha 07/10/2023
Um retrato de tantas ?Lóri? (ou ?Clarices?)
O título me deixou intrigada desde o início, estava curiosa para descobrir que aprendizagens e quais os prazeres eram discutidos nesse livro. sobretudo, nas primeiras páginas soube que era uma autodescoberta de Lóri, com ela mesma, com a vida e principalmente, com o amor. amor que não conhecia, amor leve, tranquilo e paciente. apesar de Ulisses ter sido tão importante na evolução de Lóri, sinto que ela só conseguiu sentir a liberdade e a felicidade em estar viva, quando deixou o mesmo e foi aprender a ?ser? sozinha. sozinha, descobrindo o que lhe agrada ou não, descobrindo os prazeres extraordinários na ordinária vida que levava e principalmente, descobrindo como merece ser amada. a ato mais lindo de amor foi quando Lóri percebeu que não era necessário precisar de Ulisses, e sim poderia ?só? amá-lo e desejá-lo de todo o coração, e ele a esperou! Lóri, que tanto pensava em morte, passou a pensar e querer a vida(certamente o ?apesar de? foi um sagrado aliado nessa jornada). a essência de ser uma mulher está em destaque nesse livro, a energia feminina e todas as suas complexidades são exaltadas e demitificadas a cada página.
nunca tinha lido um romance (e um livro) tão profundo, sincero e sensível. Clarice escreve a realidade da vida para os que estão na descoberta de serem reais. Clarice se faz de Lóri e Ulisses, na intenção de se libertar, se amar e descobrir.
me faltam palavras para descrever o impacto dessa obra na minha vida. nada mais, nada menos, que o melhor livro da minha vida até aqui.
Clarice, meus sinceros aplausos a cada obra sua que consegue me preencher, esvaziar e valorizar o poder que só a escrita tem.