Memorial do Convento

Memorial do Convento José Saramago




Resenhas - Memorial do Convento


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Thaise @realidadeliteral 23/12/2021

Melhor Saramago?
“O Memorial do Convento” é um romance histórico no qual temos dois principais arcos narrativos. O primeiro conta a história do rei D. João V, que faz uma promessa a um padre de construir um convento em Mafra caso consiga, enfim, um herdeiro, e quando isso acontece acompanhamos a construção do “Palácio Nacional de Mafra” custeado pelo ouro e pedras preciosas extraídas do Brasil, sua colônia de exploração e pelo suor e sangue de muitos operários.
Já no segundo arco temos a história de Blimunda Sete-Luas e Baltazar Sete-Sóis, que se conhecem no dia da morte da mãe da moça condenada por bruxaria - vale lembrar que a história se passa no século XVIII ainda durante a inquisição - e dali em diante nunca mais se separam. Nesse dias Baltazar também conhece o padre Bartolomeu de Gusmão, um cientista nato que sonha em construir um pássaro voador. Blimunda possui o dom peculiar de “ver as pessoas por dentro” e recolher suas “vontades” o que será muito importante para a construção da máquina de voar do padre.
Que história senhores! Um dos melhores livros do Saramago que li, ouso dizer que só perde para ‘Ensaio Sobre a Cegueira”. A dicotomia alto clero/nobreza e pessoas pobres é uma crítica à época dos fatos, mas que perdura nos dias atuais. As pessoas pobres são obrigadas a se sujeitar aos nobres, mas em contrapartida são o arco mais evoluído em vários sentidos, eles parecem entender o sentido da vida, o que vem na contramão do lado afortunado de bens materiais e que só esbanja com coisas supérfluas e do trabalho e ate da vida dos menos favorecidos. E Saramago nos mostra isso de forma magistral, satirizando as passagens que temos a realeza e enchendo de amor e poesia as partes onde encontramos Blimunda, Baltazar, padre Bartolomeu e os seus.
Indo na contramão de vários livros do autor, O Memorial do Convento tem leitura fluida, fácil, envolvente (não que eu não ame os outros, mas tem uns que só Deus na causa). Estou impactada e acho que isso nunca vai passar! A ciclicidade dos acontecimentos que culminam em um final digno de toda a jornada travada durante suas páginas.
É muito difícil ser sucinta falando de Saramago, e principalmente desse livro. Não vou me estender mais, só deixo a minha recomendação de um dos melhores livros que já li, Saramago se superou na delicadeza e nos socos no estômago (tá vendo a dualidade até aí?).
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Evy 19/12/2021

"quanto basta para que o mundo se torne suportável"?
Seria muito difícil dar menos de cinco estrelas para esta obra de Saramago, ainda mais com aquele final estarrecedor. Este autor é realmente genial. Já tinha lido esse livro em 2011 e tive a oportunidade de relê-lo este ano em LC com amigos.

A obra está dividida em duas histórias que vão sendo apresentadas paralelamente: a de Portugal através da construção do Convento de Mafra por D. João V, promessa feita a um padre franciscano para que a rainha engravidasse e lhe desse um herdeiro, e a de Baltazar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas, envolvidos na construção de uma "máquina de fazer voar" projetada pelo Padre Bartolomeu Dias.

Saramago traz diferentes formas para abordar esss histórias, sendo bastante irônico ao narrar os hábitos da realeza e o poder exercido pela igreja sobre o povo oprimido e mais sonhador nos capítulos em que narra Blimunda e Baltazar. Saramago une a ficção e o fantástico aos fatos históricos reais da época, como os Autos de Fé, as procissões de penitentes e a própria construção do Convento de Mafra envolvendo o sacrifício da população pobre e fazendo muitas vítimas no carregamento da grande pedra para o pórtico, um episódio muito marcante na obra.

O livro percorre um período de quase 30 anos na história de Portugal na época da Inquisição e todo o cenário é ricamente descrito por Saramago que além de contar os fatos históricos, reconstitui a vivência popular e a cultura das regiões. Confesso que achei essa parte um pouco mais cansativa, embora interessante.

Me encantei mesmo foi com Blimunda e seus poderes especiais de ver as pessoas por dentro quando está em jejum, se tornando desta forma, a responsável por captar as vontades das pessoas que são recolhidas e servem de combustível para a Passarola e Baltazar, soldado expulso do exército por perder a mão esquerda na guerra, e que apesar de sonhar constantemente que ainda a tem, é determinado e destemido. A história dos dois é muito bonita, um amor fora de todos os códigos e regras sociais da época, e com um final estarrecedor.

"Todo o lugar da terra é antecâmara do inferno, umas vezes vai-se morto a ele, outras vai-se vivo e a morte é depois que vem, Por enquanto estamos vivos, Amanhã estaremos mortos".

Leitura super recomendada!
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Alê 13/12/2021

Longe de ser uma leitura fácil, traz uma ótima história enredada na construção de um convento em Mafra.
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Lucília 07/12/2021

Uma grande obra, considerada pelos portugueses a melhor do autor, com uma linguagem marcante, faz uma crítica colossal às características históricas de Portugal e sua exploração sobre o Brasil colonial. Seus personagens são referenciados em personagens reais. E o casal Blimunda e Baltazar são maravilhosos. Uma obra de fato ímpar, entretanto, para mim, e quem sou eu para dizer isso? Mas digo: um pouco cansativa. Mas isso não tira o brilho de sua existência.
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AleixoItalo 27/10/2021

Quando o rei de Portugal decide construir o Convento de Mafra como pagamento de uma promessa, entra em movimento a roda do progresso, que tritura as vísceras e "vontades" (almas) daqueles menos afortunados, num girar irredutível. 'Memorial do Convento' é um retrato da civilização medieval pelos olhos de Saramago.

Consagrado por um estilo bagunçado de escrita e por uma ironia maestral, o livro é uma sátira tragicômica dos absurdos da idade média.

"Absurdo" inclusive é uma palavra ótima para definir o espírito corrente na civilização da época: promessas feitas para "monarcas" que nunca ficariam em Portugal, construções faraonicas projetadas para um futuro que ninguém estaria vivo para ver, os autos inquisitoriais cujo único espetáculo era o sacrifício dos penitentes, santos nada virtuosos, milagres, maldições, ahhh uma explosão de desatinos racionais!!!

"Absurdo" também cai bem à estratificação social, onde é evidente que Deus escreve certo por linhas tortas mas utiliza-se de uma caligrafia muito mais rebuscada para com os mais abastados. A classe dominante prospera a custo da classe menos provilegiada, que se sacrifica para suprir a existência dos afortunados. Destaque para a passagem, onde centenas de trabalhadores se sacrificam para o transporte de uma pedra gigante, mero artigo de luxo para ser usado no convento.

Absurdos também são os personagens de Saramago, versões divertidas de arquétipos medievais (o padre, o bardo, a bruxa, etc...) e que pouco desempenham para o desenrolar da trama, não é culpa deles, são só espectadores passivos dos eventos já preconizados na caligrafia tendenciosa do criador.

Só lendo Saramago para captar suas nuances, onde cada linha aparentemente ingênua oculta uma crítica contundente contra os absurdos da história. Uma sátira engraçada mas repleta de tristeza, como é a tragédia humana!
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Noemi0 19/10/2021

Sete Sóis e Sete Luas
Longe de ser uma leitura fácil (Saramago não é mesmo pra ser fácil), Memorial do Convento é uma jornada onde acompanhamos a construção de um convento em Mafra. Carregado de crítica aos monumentos que a vaidade humana é capaz de construir a qualquer custo, o autor se cria um ambiente favorável para que possamos prosseguir na leitura, regando a narrativa com a doçura pulsante e crua do amor entre Blimunda e Baltasar.

Esse amor não é convencional, mas é impossível resistir a ele. É o amor que torna suportável os horrores da vida, é o amor que todos queremos e buscamos, o que nos completa, o que nos faz enxergar por dentro, o que move pedras gigantescas, e o que nos carrega pelos ares, o que impulsiona nossas vontades, e o que nos faz arder.
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Anninha 14/10/2021

Incrível mas dms pra mim
Ainda não me sinto madura o suficiente pra ler esse livro, confesso que pensei em diversas vezes em desistir mas assim que aparecia uma cena de Blimunda e Baltazar, meu coração ficava quentinho e me fazia querer voltar.

Metade da leitura foi feita através de audiolivro e a narrativa torna-se incrivelmente poética quando lida em voz alta, recomendo isso para todos que tiverem tendo dificuldade em manter uma leitura constante.

Daqui uns anos, vou tentar ler novamente pq sei que é um livro incrível
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Holly 08/10/2021

muito bom
meu segundo Saramago. a história que eu tenho certeza de nunca esquecer, assim como nunca esqueci ensaio sobre a cegueira.
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Strange 05/10/2021

Terminado
Foi agradável e doloroso, mas valeu a pena pois o fim é maravilhoso.

Foi bom! Leiam e me digam o que acharam!
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Eva 06/09/2021

Romance histórico que tem como pano de fundo início do século XVIII, mais precisamente 1717, quando se inicia a construção do Palácio Nacional de Mafra, obra monumental prometida pelo Rei de Portugal, Dom João V a padres franciscanos.
Saramago utiliza o fato histórico e personagens reais, como o Rei, a Rainha, o padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão e o músico italiano Domênico Scarlatti, junto com personagens fictícios para dar nome e vida as pessoas comuns que não aparecem nos livros de História e que ajudaram a construí-la. Dentre esses personagens está Baltasar Sete-Sóis e sua companheira Blimunda de Jesus (Sete-Luas).

O romance é narrado em terceira pessoa, e como não poderia deixar de ser em um livro de Saramago, o narrador é crítico, irônico não poupando a Igreja e a monarquia de comentários ácidos. E nos conduz pela história pra nos mostrar as crueldades cometidas aos trabalhadores na construção do Convento e que em dado momento são forçados a deixar suas cidades e famílias para serem praticamente escravizados na construção. Muitos deles perderam a vida e não voltaram pra suas casas.
Nessa época também havia a Inquisição que também vai determinar o destino de alguns personagens.

Os personagens mais marcantes sem dúvida são o padre Bartolomeu Lourenço, Baltasar e Blimunda, como não se apegar a eles e não torcer por cada um.
No núcleo desses personagens Saramago põe uma ponta de realismo mágico na história, através de Blimunda e dos sonhos do padre Bartolomeu, o Voador, como ficou conhecido na vida real e que traz para a história sua imaginação para realizar um de seus feitos a construção da Passarola, sim, o romance vai retratar duas construções, uma histórica que custou vidas e muita riqueza vinda das colônias portuguesas, principalmente o ouro e diamantes do Brasil, e a outra movida vontades sendo construida pelo sonho e esperança de seu idealizador e seus fiéis amigos.

Durante a leitura é fácil se perder na narração nada simplória de Saramago. A leitura me exigiu muita atenção em alguns capítulos. Particularmente, os melhores capítulos foram os que estavam envolvidos algum dos três personagens (Baltasar, Blimunda e o padre).
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estevesandre 12/08/2021

???
Saramago construiu uma história de amor memorável. Blimunda e Baltasar certamente são uma das maiores criações desse mago da literatura. Impossível não ficar encantado com a saga desse casal.

?não falou Blimunda, não lhe falou Baltasar, apenas se olharam, olharem-se era a casa de ambos? (p. 119)
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Nina.Lopes 24/06/2021

Difícil, porém valioso.
Este livro é daqueles desafios, difícil de pegar o ritmo do escritor, apresenta uma escrita atípica dos romances atuais, no qual não respeita os diálogos de forma habitual. O que deixa a leitura menos fluída, e em alguns momentos até confusa.
A história por outro lado é linda.
Mostra um amor puro, não corrompido, com protagonistas de essência humilde e ao mesmo tempo gigantes na espiritualidade, que não quer dizer, corresponder a religião do contexto.
Em contrapartida, aborda a religião e o reinado de um contexto histórico em Portugal, no qual a pureza e a humildade não "demostravam", seus significados como esclarece os dicionários. Isso tudo fica muito claro na descrição da construção de um convento em Mafra, hoje conhecido como Palácio Nacional de Mafra em Portugal.
Essa história trás muitas lições, uma delas é refletir se valeu a pena tantas construções exuberantes no mundo, visto que hoje servem como museus, teatros, pontos turísticos, etc; mas no passado quantas vidas custaram? Quanto sofrimento causou? Quantas lágrimas valeram?
Nunca vamos saber o preço real de uma obra faraônica, por isso hoje é maravilhoso, mas se pudéssemos ver o preço, será que acharíamos tão maravilhoso assim?
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Lisandro 10/05/2021

Bom livro.
Aí está uma excelente lição de humildade ver tão grande rei sem dar acordo de si, de que lhe serve ser senhor de Índia, África e Brasil, não somos nada neste mundo, e quanto temos cá fica — Saramago.
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Vilaça 25/04/2021

Muito bom!
Eu comecei por este livro porque era obrigatório para uma disciplina para a escola, e acabou por se tornar uma leitura incrível.
Ao início e um pouco difícil compreender a escrita de Saramago, mas a partir do momento em que o conseguimos fazer, a leitura é uma delícia.
Com as descrições no ponto certo, personagens bem criadas e histórias que se entrelaçam por todos os lados, este livro sem dúvida que me marcou.
Aconselho sem dúvida a leitura, de um livro tão marcante na literatura portuguesa, e tão bonito.
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Juliana JRS 11/03/2021

Esse livro fez eu me questionar se realmente fui alfabetizada, haha. Pensa numa leitura complicada... várias palavrinhas desconhecidas por mim. Apesar disso (ou por isso) vale a pena a leitura e o desafio.
Interessante ver a história protagonizada por aqueles de quem pouco se fala.
Recomendo para quem já gosta do autor; como primeira experiência com esse estilo de escrita acho que existem outras obras mais fáceis de serem lidas.
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