Tracinhas 19/07/2017
por Lídia Rayanne
Pollyanna foi uma das leituras mais encantadoras que já tive o prazer de fazer em minha vida. Então não foi com poucas expectativas que comecei Pollyanna Moça.
A história começa pouco tempo depois que Pollyanna voltou a Beldingsville depois de sua longa recuperação no hospital. De tão querida, é recebida com faixas pelos habitantes da cidade, mas seu jeitinho único de ser também marcou a vida daqueles que deixou para trás.
Pensando nela, uma das enfermeiras do hospital onde Pollyanna ficou internada, Della Wetherby, escreve à tia da menina pedindo-a “emprestada” por um tempo, a fim de animar sua irmã, a senhora Carew. A mulher é uma viúva rica que sofre de uma severa depressão desde que seu único sobrinho, Jamie, foi levado embora pelo pai. Há anos as duas irmãs não tem notícias de onde anda o garoto e, comovida pela situação, Tia Polly e o marido, que precisam viajar para Alemanha, aceitam deixar Pollyanna por um tempo em Boston, na casa da senhora Carew.
Só que a própria senhora Carew não gosta muito da ideia de ter uma menina que sempre encontra um motivo para ficar contente por tudo. E decide que se aquela menina lhe pregar sermões, vai levá-la para sua irmã Della imediatamente.
Mas Pollyanna não lhe prega sermões. Ela apenas faz o Jogo do Contente com a mesma naturalidade com que respira. Contudo, Boston não é como Beldingsville. As pessoas são mais frias, secas, sempre apressadas e desconfiadas e nada interessadas em fazer amizade com uma menina que puxa conversa do nada. Pollyanna começa a viver um verdadeiro desafio para realizar o Jogo quando conhece um garoto que, a despeito de todas as dificuldades, o faz melhor do que ela.
Num dos seus passeios no parque perto da casa da senhora Carew, Pollyanna conhece Jamie, um menino pobre preso à uma cadeira de rodas. Apesar de todas as dores e adversidades, Jamie encontra forças no seu “Livro da Alegria”, onde escreve um motivo para se alegrar em cada situação. Mas há algo no menino que desperta a curiosidade de Pollyanna. O nome… a idade… Poderia aquele Jamie ser o sobrinho perdido da senhorta Carew?
Não vou falar mais para evitar spoiler, mas o que posso dizer é que fui pega de surpresa quando descobri que Pollyanna Moça é dividido em duas partes. A primeira terminou tão amarradinha que, quando percebi que ainda estava na metade do livro, me perguntei o que mais poderia acontecer. E aí, pah! Corta pra 6 anos depois com um tremendo plot twist que se conecta lindamente com a primeira parte, ainda mais com um delicioso e inocente romance.
Pollyanna Moça é completamente doce e cheio de reflexões, que para mim faz este e o primeiro livro muito mais do que uma história infantil. É uma história que deveria ser lida por pessoas de todas as idades, com ensinamentos que deveríamos levar por toda vida. Quando nos tornamos amargos, não fazemos mal apenas à nós mesmos, mas a todos à nossa volta. Que sempre podemos fazer o nosso melhor para mudar a vida do próximo, seja com o pouco ou com muito que recebemos. E que sempre há uma razão para se alegrar, não importa o quão devastador sejam os nossos problemas.
site: http://jatracei.com/post/163172850587/resenha-274-pollyanna-mo%C3%A7a