Carta ao pai

Carta ao pai Franz Kafka




Resenhas - Carta ao Pai


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Sapatolindo 24/08/2020

Carta ao pai
Uma intrigante exploração da mente de Kafka e sua relação com o pai, na qual podemos entender a raíz de vários temas explorados nas demais obras do autor.

A relação trágica com seu pai o marca tão profundamente que, mesmo em seu interesse mais amado, a literatura e a escrita, ele não consegue escapar da influência paterna. Esta sendo tanto um exemplo mor quanto sua maior prisão.

Leitura essencial para entender a figura trágica que foi Kafka. Sensível, belo e atual.
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Bruno Gordiano 26/08/2020

Relações...
Uma carta onde mostra a relação abusiva e opressora entre o Franz Kafka e o seu pai.

Toda a carga emocional é posta pra fora em mais de 50 páginas que se reflete em toda a sua obra literária, onde a sombra do pai sempre foi uma constante em sua vida.

O mérito maior desses escritos é a tentativa de colocar para fora todos os sentimentos guardados e que acabam revelando o quão tóxica pode ser uma relação, a ponto do Kafka se sentir culpado e querer o perdão do seu pai. E o mais incrível é o modo como Kafka quer redimir o pai de toda sua culpa.

Mas qual motivo dessa carta? Kafka quis desabafar sobre a forma como o pai foi uma forte influência nos seus relacionamentos e principalmente nas tentativas frustadas de casamento.

A relação com as outras pessoas também era bem pesada, momentos que senti raiva, o pai era bem conservador em alguns aspectos.Tem relatos do Kafka que beiram ao absurdo.

A carta nunca foi entregue ao seu destinatário, já que Kafka preferiu guardá-la e tratar o conteúdo desta como um texto mais pessoal e histórico, digamos assim.

Recomendo para quem queria se aprofundar mais sobre a obra do escritor, mas vá preparado. Não é todos que irão gostar...
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Thaís Aguiar 28/08/2020

Página no instagram: @elaselivros

Neste livro póstumo, íntimo e intenso de Kafka, conhecemos a vida do autor sob a perspectiva de seu papel como filho de um homem que mais parecia com um ditador do que com um pai. Trata-se de uma carta (que, na verdade, nunca chegou a ser entregue) em que o autor justifica ao pai o motivo de sentir medo deste. Com detalhes do dia a dia e da convivência de ambos, lemos sobre os conflitos internos enfrentados por Kafka, resultantes do tratamento imposto. Acompanhamos uma série de desabafos que constroem na nossa cabeça, a figura autoritária e irredutível que o pai de Kafka tinha para com o filho, desde que este era apenas uma criança.

O livro tem passagens fortes, algumas verdades que incomodam o leitor, porém, acredito que muitas pessoas, assim como eu, poderão se identificar com algumas situações específicas. Além disso, para quem já leu outros títulos do autor, fica evidente a influência paterna na construção de seus personagens e enredos, fato que o próprio Franz atesta nesta carta. Recomendo a leitura para todos. Inclusive para quem ainda não leu nada dele, pois acho que conhecê-lo deste ponto de vista, trará outro significado para as leituras posteriores.
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Luana 31/08/2020

Lavagem de roupa erudita
Kafka mostra sua incrível capacidade de escrita numa carta de cem páginas destinada a seu pai. Acredito que a genialidade consiste em tornar algo simples em algo extraordinário. E Kafka é um gênio.
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Wagner.Altafin 31/08/2020

Muito bom, embora propositalmente alongado em muitos parágrafos. Acredito que começar a ler pelo prólogo onde explicam sobre a obra e a razão existir desta a torne mais palatavel, não obstante será de toda forma uma excelente obra a se ler.
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Juliana 12/09/2020

Uma leitura rápida e fascinante.
Dá pra ler em um breve descanso durante o dia, prende o leitor por começar com muitos relatos de pequenas violências psicológicas, muitos trechos causam compaixão por Kafka. É interessante observar o autoconhecimento que ele conseguiu ter a partir de passagens na relação com o pai.
No fim, o pai nunca recebeu a carta. Mas imagino que deve ter sido um alívio colocar tudo pra fora como foi posto.
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Barbara.Spini 18/09/2020

Um arrebatador prelúdio à obra de Franz Kafka
É assim que posso definir a pungente “Carta ao Pai” - escrita em 1919 por Franz a Hermann Kafka -, por seu caráter altamente autobiográfico, analítico, franco e poético da relação de um filho com o seu pai, a qual fornece ao leitor não somente uma possibilidade de identificação com os acontecimentos originados no seio familiar que permearam a vida pessoal do autor (sendo esta identificação, ao meu ver, a principal fonte de arrebatamento durante a leitura, além, é claro, da incrível sensibilidade com a qual tudo isso é descrito), como também a gigantesca parcela destes eventos que influenciou a obra kafkiana como um todo. Desde o início da leitura, Hermann Kafka nos é apresentado como um homem grande, em todos os sentidos - sua imponência física podia muito bem ser comparada em proporção ao quão intenso era o seu domínio na esfera familiar -, em contraste a Franz que mantém uma percepção (inúmeras vezes mencionada na carta) de si como algo pequeno, incapaz e fracassado. A causa desses sentimentos que o perseguiram durante toda vida (gerando distúrbios na sua carreira e até nos seus relacionamentos amorosos) é detalhadamente descrita no documento como fruto do seu relacionamento malogro com o pai, o qual cerceava-o extenuantemente, tanto indireta quanto diretamente, com suas críticas irônicas, seu comportamento fortemente tirânico e a sua aparente insatisfação com tudo o que concernia ao filho - inclusive, esta é apontada a razão para que Franz tenha tornado-se um ser compulsoriamente indeciso, inapto a tomar quaisquer decisões por medo do fracasso e, principalmente, por medo do julgamento paterno, do qual, sem sucesso, tentou incessantemente fugir (para mim, uma das partes mais comoventes do livro se dá quando Franz compara a presença de seu pai em sua vida com um domínio geográfico: “Às vezes, imagino o mapa-múndi aberto e tu estendido transversalmente sobre ele. Então tenho a sensação de que para mim entrariam em consideração apenas as regiões que tu não cobres ou que não estão ao teu alcance. De acordo com a imagem que tenho de teu tamanho, essas regiões não são muitas nem muito consoladoras […]”). Nesse sentido, o diálogo com os livros de Kafka se faz quase que obrigatoriamente, como, por exemplo: ao nos imaginarmos na posição do personagem Josef K., do livro “O Processo”, em seu julgamento em relação ao qual ele mesmo angustiantemente desconhece a motivação, podemos também enxergar a agonia existencial do jovem Franz Kafka, perdido nas cotidianas acusações infames de seu pai.
Em suma, esta carta é um projeto, pois nunca foi de fato entregue e, mesmo que fosse, ela não surtiria um efeito reconciliador (nem almejava tal feito, visto que certas diferenças são levantadas como irreparáveis). Portanto, vejo que Kafka, ao escrever a carta ao seu pai, buscou o mesmo que buscava ao escrever seus outros livros: uma espécie de consolo pelo registro dos sentimentos, diante da fragilidade e do insucesso que era sua vida; o que, de certa forma, deixa um retrato de triste impotência em relação ao passado.
“Minha atividade de escritor tratava de ti, nela eu apenas me queixava daquilo que não podia me queixar junto ao teu peito”
- excerto da carta de Franz a Hermann Kafka, novembro de 1919.

(Na tentativa de fazer justiça ao autor da obra em questão, esta resenha foi escrita quase que inteiramente com frases longas ;D)
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Mauricio Righi 21/09/2020

Quem nunca teve um problema com o pai
Me identifiquei muito com algumas partes do livro. Acho que conforme nós vamos crescendo observamos coisas que nossos pais (principalmente nosso pai) fazem que achamos errado, muito pela evolução da sociedade como um todo, onde nossos pais foram ensinados de uma forma que está atualmente ultrapassada, isso vai desde visão política a preconceitos.

Neste livro Kafka escreve tudo que todo filho gostaria de dizer ao seu pai, mas por amor resolve guardar pra si e amar seu pai da maneira que e ele é, e não passar os erros adiante, e sim, aprender com erros. O pior filho é o que vê os erros e continua a repeti-los.
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Layla 27/11/2020

Impossível não sair afetado com esse livro, principalmente se você ou se encontra na mesma situação que o autor, com um pai autoritário e pouco afetuoso, ou se está no outro extremo, sabendo que pode contar com um pai maravilhoso e amoroso. Acho que não existe maneira mais sincera e crua de explanar os efeitos que uma criação austera pode ter no desenvolvimento de uma criança. Eu, como psicóloga infantil, já li muita teoria a respeito, e vi na prática, mas esse livro ensina além. Pra quem conhece a obra, também é incrível fazer um paralelo com A Metamorfose, por exemplo. Admiro Kafka porque não tem nem um tiquinho de estranheza em assumir fragilidade e solidão através da literatura. É delicado, sincero e triste, ainda que ridiculamente bonito.
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Aline Donatoni 05/01/2021

Acho que li essa carta no momento certo...ela complementa o entendimento de A Metamorfose. É triste, angustiante, e muito pessoal, fica o questionamento sobre publicações após a morte dos autores...apesar do livro ser curto levei 3 dias para ler, justamente pelo tema e forma direta com que é escrito.
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Vanessa - @livrices 12/01/2021

Apesar de ser catalogada nos escritos ficcionais de Kafka, Carta ao Pai, ao menos inicialmente, foi realmente uma longa carta escrita para ser entregue a Hermann, pai de Franz (vou chamá-lo aqui de Franz, portanto, já que nesta ocasião escrevia como filho e não como escritor).

Antes de tudo, é necessário termos em mente que Franz descreve cenas, lembranças e sensações causadas por sua relação com o pai desde a infância. No entanto, sabemos que a memória é a representação mental do passado, e, portanto, trata-se do que restou em Franz, do que foi interpretado e assimilado por ele, e não necessariamente do que ocorreu. Isso significa que devemos tomar a narrativa mais como uma espécie de recordação e elaboração psicanalítica do autor, e menos como a verdade absoluta dos fatos.

Carta ao Pai é um acerto de contas de Franz com Hermann, mas, ao mesmo tempo, é um desnudamento do filho. Chega a nos causar constrangimento, tamanha é a nudez de Franz ao relatar as inúmeras humilhações causadas pelo pai, e o quão pequeno e incapaz o autor se sentiu durante toda a sua vida.

Hermann, o pai de família autoritário, é a representação da masculinidade hegemônica. Ele abarca em si não só o patriarca, mas também o Deus e o tirano. Pelos olhos do pequeno Franz, o pai era o ápice da virilidade – um verdadeiro Kafka. O filho, oposto a tudo isso, lamenta por se considerar um ~Löwy (sobrenome da mãe) com um certo traço kafkiano~. Reparem que o próprio Kafka considerava os atributos ligados à mãe (timidez e fraqueza) como inferiores aos do pai (assertividade e potência).

As lembranças que Franz relata são muito dolorosas, especialmente as da infância. Nunca houve agressão física, mas o abuso psicológico e moral era constante. A culpa foi um sentimento muito presente, mas a repressão também. Franz cresceu como um sujeito exageradamente castrado pelo pai e culpado tanto por suas ações quanto pelas omissões. As consequências da relação com o pai afetariam toda a vida do autor, em especial na área afetiva (bem visível em suas tentativas de noivado) e em sua obra ficcional (sempre há um personagem identificado com pai autoritário). Não podemos dizer, com certeza, que faltou amor, mas as formas de expressão do sentimento foram, no mínimo, equivocadas.

Além do mais, o próprio Franz traz na carta um entendimento recíproco da situação do pai, relembrando a infância de Hermann e como a vida o fizera um sujeito sofrido. Ao que parece, ao mesmo tempo em que demonstra como o pai o transformou no homem que foi, também realiza um exercício de empatia e desculpa, entendendo o pai também como vítima das estruturas econômicas e patriarcais.

A Carta nunca foi entregue a Hermann. Houve uma tentativa, mas a mãe de Franz recusou-se a entregá-la ao marido. Ainda que tivesse entregue, Franz não acreditava que o pai se prestaria a lê-la, tamanha a indiferença perante tudo o que o filho fazia. Assim, o autor ainda editou o manuscrito em um momento posterior, adicionando ao final uma suposta resposta que poderia ter sido dada pelo pai, o que enfatiza a questão do entendimento recíproco. Como o próprio Franz anuncia, a carta não foi escrita com a finalidade de condenar o pai, ou absolver-se das responsabilidades, mas tão somente para os ~tranquilizar um pouco e tornar a vida e a morte mais fáceis para ambos~.


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fev 13/01/2021

Carta ao pai é a segunda obra que eu leio de Franz Kafka. A primeira foi O Processo que eu simplesmente odiei. Para mim, o livro é ruim com força. No entanto, essa carta do Franz para o pai é algo muito forte, visceral. Não é uma obra de ficção. É trágico ver a relação que o autor tinha com o progenitor e ver como isso afetou a sua vida inteira. Indico para quem quer conhecer mais sobre a vida do autor. O posfácio é enriquecedor.
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Raphael 28/01/2021

“Carta ao Pai” de Franz Kafka. Dificil falar deste autor, um dos mais emblemáticos e também um dos maiores do século XX. Bastante estudado no meio acadêmico, quem tem cacife para falar de Kafka, afinal? Eu não tenho, mas mesmo assim quero registrar aqui a leitura que fiz de “Carta ao Pai”. Em outra ocasião também falarei sobre “A metamorfose”, obra literária preferida dentre todas que já li em minha vida.

Kafka era tcheco, mas escrevia em alemão. Elaborou este texto em 1919, aos 36 anos de idade. Max Brod, amigo e curador da obra de Kafka após a morte precoce deste - aos quarenta anos - teve dificuldade em situar este texto no contexto da obra (seria literária?). Acabou publicando a carta em 1950 - considerando-a, por fim uma obra literária - vinte e seis anos após a morte do autor. A demora na publicação provavelmente se deu em consideração à família e ao próprio Kafka.

De fato, trata-se de um documento bastante pessoal em que Kafka acerta as contas com seu pai, uma figura imponente e autoritária perante sua prole. Em vários momentos da leitura nos sentimos de fato invadindo a privacidade do autor que relata de uma maneira profunda e, de certa forma, comovente a conturbada relação que teve com seu pai. O ponto de partida aqui é uma resposta para a pergunta que seu genitor havia lhe feito dias antes “Por que você tem medo de mim?”.

Já na maturidade, autor de obras que seriam posteriormente consideradas clássicos da literatura universal, Kafka elaborou uma resposta de cerca de cinquenta páginas, revelando toda a sua insegurança e esmiuçando a relação conturbada entre pai e filho, sempre mantendo o estilo consagrado e impecável de sua escrita. A carta – que acabou nunca sendo enviada - apresenta uma capacidade de análise psicológica profunda e surpreendente – esse viés psicológico e psicanalítico foi objeto de estudos posteriores - tamanha a profundidade e imersão apresentada pelo autor em sua relação com o pai. Essa relação, contudo, já havia sido transformada em substância literária, tendo produzido influencia em toda a obra de Kafka. Em suas próprias palavras “(...) meus escritos tratavam de você, neles eu expunha as queixas que não podia fazer no seu peito”.

A edição, aqui, da Companhia das letras, foi traduzida direto do alemão por Modesto Carone, talvez o maior especialista brasileiro em Kafka. Temos, por fim, um posfácio escrito pelo tradutor que ajuda a contextualizar a obra e apresenta detalhes interessantes sobre o autor. Curioso notar que um dos três maiores escritores do século XX foi considerado um fracasso pelo seu pai. Hermann Kafka ignorou toda a produção literária de Franz. Quando chegava um exemplar de uma nova publicação do filho, falava com indiferença “(...) coloca lá em cima do criado-mudo!”. O que será que diria, hoje, com a consagração absoluta e definitiva do filho, sendo este um escritor imortalizado através de sua obra literária, vastamente influente e estudado por gerações posteriores?
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Lorena 01/02/2021

Nessa leitura fica evidente a relação problemática de Franz e seu próprio pai. Aparecem críticas, dúvidas, rancores e momentos de gratidão.
Em ?O Processo? do autor, esse tipo de relação pai-filho em desarmonia aparece também, e tem lampejos da infância e adolescência vividas por Franz Kafka.
Leitura OK, mais ou menos interessante, mas leva-nos a associar esse tipo de enredo com outras obras do autor.
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Gustavo.Guedes 03/02/2021

A carta mostra ao leitor a relação conturbada que Kafka tinha com o pai. Apesar de ter me identificado pessoalmente e de ter gostado de entender um lado mais pessoal do autor, me sinto triste, não só pelo conteúdo angustiante da carta, mas também por saber que o autor, que queria que todas as suas obras fossem incineradas, teve sua vida pessoal exposta mundialmente, após sua morte.
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