Carta ao pai

Carta ao pai Franz Kafka




Resenhas - Carta ao Pai


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Michelle 14/07/2020

E que carta!
Este foi o meu segundo mergulho pelos intensos, complexos e de certo amargor e solitários textos de Franz Kafka... li A Metamorfose 2 meses atrás e agora esta baita carta, que foi escrita para Herman Kafka.
Confesso que houve momentos, durante a leitura, que me senti intrusa, presenciando o despir e as discussões do filho ao pai. Como se eu estivesse no ambiente de brigas e tantas mágoas.
São expostos sentimentos, dúvidas, vontades e emoções provocadas, de acordo com as lembranças que permaneceram em Kafka, em relação ao pai, que, segundo a biografia do autor, nunca chegou a ler essa grande carta.
Gostei bastante de ler e conhecer mais a escrita, a vida e alguns percalços de Franz Kafka.
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4ndrewnunes 19/07/2020

Humanidade crua.
"quando alguém mergulha em si mesmo, não encontra uma personalidade autônoma, desvinculada de momentos sociais, mas sim as marcas de sofrimento do mundo alienado."
- Theodor Adorno

eu nunca achei que uma carta do século passado, escria por um jovem adulto tcheco, poderia se encaixar tanto na minha vivência de jovem afrobrasileiro no século XXI.
o que sinto é que a dor de franz kafka é uma dor universal. é como a dor de clarice lispector, uma "dor a frente do seu tempo", existe isso? não sei.
mas, lendo esse escrito, pude perceber os males do patriarcado que me fazem mal, e que também fizeram mal a Kafka.
estou apaixonado por ele, como por Clarice. duas pessoas que transbordam. "transbordam" no presente, pois ao ler suas obras, sinto que ainda vivem, de forma tão viva quanto antes.
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Lulu 30/07/2020

Pessoal e profundo
Muitíssimo interessante, senti como se o Kafka tivesse sentado comigo e explicado todas suas inseguranças, medos e sentimentos.
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Maju 31/07/2020

Interessante mas muito cansativo
É uma carta muito interessante para fazer análise dos personagens masculinos do Kafka inspirados em seu próprio relacionamento com o pai. Porém, é uma carta muito cansativa e arrastada... demorei vários dias para terminar
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Helissa 05/08/2020

Acerto de contas
Muitas pessoas têm ou teve problemas com o pai. E gostariam de poder nomear suas dores como Franz fez nessa carta que virou obra.
Uma grande obra pra entendermos que os problemas acontecendo nas melhores famílias, literalmente!
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Renan.Schiavon 12/08/2020

curiosamente comprei esse livro um dia antes do dia dos pais e comecei a ler na presença do meu! na que isso signifique algo pois meu pai não é nada comparado ao pai do Kafka mas sim minha mãe!! um ótimo livro e um grande desabafo e encontro para os que não possuem boa relação familiar
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Ellen.Soares 13/08/2020

Para conhecer Kafka
Contrariando o praxe ideal de que se deve ter apenas sentimentos positivos em relação ao seu pai, Franz Kafka decide colocar toda a sua angústia reprimida em uma carta. Com auxílio das lembranças que mais o marcaram, Kafka tenta explicar ao seu pai os fortes sentimentos que nutrira ao longo da vida, revelando sua influência nos seus personagens mais perversos e explicando a todos os seus leitores sua própria história e essência. Por mais íntima que seja a carta é muito bem explicada, oferecendo uma análise do psico-emocional do autor. Como uma entusiasta da psicologia (por puro hobby), ler essa obra foi uma delícia do começo ao fim e o que mais me fascinou foi a forma respeitosa que o autor optara para transferir suas opiniões, evidenciando certo esmero afetivo, apesar de toda chateação. A forma como muitos assuntos foram retomados no decorrer da carta explicitava cada vez mais o seu pesar. Para os que conhecem o trabalho de Kafka esse livro é um complemento extremamente interessante (para evitar o termo obrigatório), para aqueles que, como eu na época, ainda não leram nenhum livro seu, essa faz-se uma leitura útil para despertar o interesse. Eu mesma já quero ler diversos livros dele!
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Sapatolindo 24/08/2020

Carta ao pai
Uma intrigante exploração da mente de Kafka e sua relação com o pai, na qual podemos entender a raíz de vários temas explorados nas demais obras do autor.

A relação trágica com seu pai o marca tão profundamente que, mesmo em seu interesse mais amado, a literatura e a escrita, ele não consegue escapar da influência paterna. Esta sendo tanto um exemplo mor quanto sua maior prisão.

Leitura essencial para entender a figura trágica que foi Kafka. Sensível, belo e atual.
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Bruno Gordiano 26/08/2020

Relações...
Uma carta onde mostra a relação abusiva e opressora entre o Franz Kafka e o seu pai.

Toda a carga emocional é posta pra fora em mais de 50 páginas que se reflete em toda a sua obra literária, onde a sombra do pai sempre foi uma constante em sua vida.

O mérito maior desses escritos é a tentativa de colocar para fora todos os sentimentos guardados e que acabam revelando o quão tóxica pode ser uma relação, a ponto do Kafka se sentir culpado e querer o perdão do seu pai. E o mais incrível é o modo como Kafka quer redimir o pai de toda sua culpa.

Mas qual motivo dessa carta? Kafka quis desabafar sobre a forma como o pai foi uma forte influência nos seus relacionamentos e principalmente nas tentativas frustadas de casamento.

A relação com as outras pessoas também era bem pesada, momentos que senti raiva, o pai era bem conservador em alguns aspectos.Tem relatos do Kafka que beiram ao absurdo.

A carta nunca foi entregue ao seu destinatário, já que Kafka preferiu guardá-la e tratar o conteúdo desta como um texto mais pessoal e histórico, digamos assim.

Recomendo para quem queria se aprofundar mais sobre a obra do escritor, mas vá preparado. Não é todos que irão gostar...
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Thaís Aguiar 28/08/2020

Página no instagram: @elaselivros

Neste livro póstumo, íntimo e intenso de Kafka, conhecemos a vida do autor sob a perspectiva de seu papel como filho de um homem que mais parecia com um ditador do que com um pai. Trata-se de uma carta (que, na verdade, nunca chegou a ser entregue) em que o autor justifica ao pai o motivo de sentir medo deste. Com detalhes do dia a dia e da convivência de ambos, lemos sobre os conflitos internos enfrentados por Kafka, resultantes do tratamento imposto. Acompanhamos uma série de desabafos que constroem na nossa cabeça, a figura autoritária e irredutível que o pai de Kafka tinha para com o filho, desde que este era apenas uma criança.

O livro tem passagens fortes, algumas verdades que incomodam o leitor, porém, acredito que muitas pessoas, assim como eu, poderão se identificar com algumas situações específicas. Além disso, para quem já leu outros títulos do autor, fica evidente a influência paterna na construção de seus personagens e enredos, fato que o próprio Franz atesta nesta carta. Recomendo a leitura para todos. Inclusive para quem ainda não leu nada dele, pois acho que conhecê-lo deste ponto de vista, trará outro significado para as leituras posteriores.
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Luana 31/08/2020

Lavagem de roupa erudita
Kafka mostra sua incrível capacidade de escrita numa carta de cem páginas destinada a seu pai. Acredito que a genialidade consiste em tornar algo simples em algo extraordinário. E Kafka é um gênio.
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Wagner.Altafin 31/08/2020

Muito bom, embora propositalmente alongado em muitos parágrafos. Acredito que começar a ler pelo prólogo onde explicam sobre a obra e a razão existir desta a torne mais palatavel, não obstante será de toda forma uma excelente obra a se ler.
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Juliana 12/09/2020

Uma leitura rápida e fascinante.
Dá pra ler em um breve descanso durante o dia, prende o leitor por começar com muitos relatos de pequenas violências psicológicas, muitos trechos causam compaixão por Kafka. É interessante observar o autoconhecimento que ele conseguiu ter a partir de passagens na relação com o pai.
No fim, o pai nunca recebeu a carta. Mas imagino que deve ter sido um alívio colocar tudo pra fora como foi posto.
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Barbara.Spini 18/09/2020

Um arrebatador prelúdio à obra de Franz Kafka
É assim que posso definir a pungente “Carta ao Pai” - escrita em 1919 por Franz a Hermann Kafka -, por seu caráter altamente autobiográfico, analítico, franco e poético da relação de um filho com o seu pai, a qual fornece ao leitor não somente uma possibilidade de identificação com os acontecimentos originados no seio familiar que permearam a vida pessoal do autor (sendo esta identificação, ao meu ver, a principal fonte de arrebatamento durante a leitura, além, é claro, da incrível sensibilidade com a qual tudo isso é descrito), como também a gigantesca parcela destes eventos que influenciou a obra kafkiana como um todo. Desde o início da leitura, Hermann Kafka nos é apresentado como um homem grande, em todos os sentidos - sua imponência física podia muito bem ser comparada em proporção ao quão intenso era o seu domínio na esfera familiar -, em contraste a Franz que mantém uma percepção (inúmeras vezes mencionada na carta) de si como algo pequeno, incapaz e fracassado. A causa desses sentimentos que o perseguiram durante toda vida (gerando distúrbios na sua carreira e até nos seus relacionamentos amorosos) é detalhadamente descrita no documento como fruto do seu relacionamento malogro com o pai, o qual cerceava-o extenuantemente, tanto indireta quanto diretamente, com suas críticas irônicas, seu comportamento fortemente tirânico e a sua aparente insatisfação com tudo o que concernia ao filho - inclusive, esta é apontada a razão para que Franz tenha tornado-se um ser compulsoriamente indeciso, inapto a tomar quaisquer decisões por medo do fracasso e, principalmente, por medo do julgamento paterno, do qual, sem sucesso, tentou incessantemente fugir (para mim, uma das partes mais comoventes do livro se dá quando Franz compara a presença de seu pai em sua vida com um domínio geográfico: “Às vezes, imagino o mapa-múndi aberto e tu estendido transversalmente sobre ele. Então tenho a sensação de que para mim entrariam em consideração apenas as regiões que tu não cobres ou que não estão ao teu alcance. De acordo com a imagem que tenho de teu tamanho, essas regiões não são muitas nem muito consoladoras […]”). Nesse sentido, o diálogo com os livros de Kafka se faz quase que obrigatoriamente, como, por exemplo: ao nos imaginarmos na posição do personagem Josef K., do livro “O Processo”, em seu julgamento em relação ao qual ele mesmo angustiantemente desconhece a motivação, podemos também enxergar a agonia existencial do jovem Franz Kafka, perdido nas cotidianas acusações infames de seu pai.
Em suma, esta carta é um projeto, pois nunca foi de fato entregue e, mesmo que fosse, ela não surtiria um efeito reconciliador (nem almejava tal feito, visto que certas diferenças são levantadas como irreparáveis). Portanto, vejo que Kafka, ao escrever a carta ao seu pai, buscou o mesmo que buscava ao escrever seus outros livros: uma espécie de consolo pelo registro dos sentimentos, diante da fragilidade e do insucesso que era sua vida; o que, de certa forma, deixa um retrato de triste impotência em relação ao passado.
“Minha atividade de escritor tratava de ti, nela eu apenas me queixava daquilo que não podia me queixar junto ao teu peito”
- excerto da carta de Franz a Hermann Kafka, novembro de 1919.

(Na tentativa de fazer justiça ao autor da obra em questão, esta resenha foi escrita quase que inteiramente com frases longas ;D)
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