Resenhas - O Coração é um Caçador Solitário

Gisele 10/02/2021

Impressionante a maturidade da escritora que, aos 20 e poucos anos, conseguiu captar tão bem a melancolia, a incomunicabilidade e a solidão. Embora seja um pouco arrastada, a leitura é envolvente, especialmente por causa dos personagens centrais. Demorei mais do que o previsto para terminar o livro, mas nem por isso o avalio como ruim. Não se deve esperar muitas ações; a obra não é nada dinâmica, mas talvez isso seja proposital. O que interessa, no final, não é tanto o que acontece externamente, mas no interior de cada personagem.

ripplinger 24/01/2021

??O CORAC?A?O E? UM CAC?ADOR SOLITA?RIO?
Uma cidadezinha do sul dos Estados Unidos que possui habitantes interligados. Biff Branon, dono do restaurante que nunca fecha; a garota Mick Kelly que acaba por ter que enfrentar sua vida de crianc?a como uma adulta; Jake Blount, um be?bado marxista que deseja os direitos dos trabalhadores; o me?dico negro Benedict Copeland que dedica sua vida pela sau?de do seu povo deixando de cobrar os mais pobres e tem como o seu maior desejo a emancipac?a?o racial. Todos eles possuem seu porto seguro, John Singer. Um mudo que perdeu seu u?nico amigo e companheiro de vida. Ele abrac?ou todos como seus amigos, deu ombro amigo e ouviu a todos eles e por mais que na?o dissesse uma palavra, todos se sentiam milagrosamente ajudados pelo homem. Apesar disso, Singer ainda se sentia solita?rio ao mesmo tempo em que seus amigos o viam como um santo. O que todas essas pessoas com vidas completamente diferentes acharam em comum com o mudo? Por que mesmo sendo adorado como uma santidade, John ainda se sentia solita?rio? Quais sa?o as dores de seu corac?a?o?

Uma obra incri?vel que me emocionou de todas as maneiras possi?veis. Carson McCullers tem uma escrita muito tocante que te envolve demais com as personagens. Cada capi?tulo do livro e? narrado por uma personagem diferente trazendo o olhar de cada uma para a problema?tica e, principalmente, te mostrando a relac?a?o delas com o mudo John Singer. Apesar de muitas vezes eu ter precisado parar para enxugar minhas la?grimas, a leitura e? muito fluida. E, mesmo sendo uma obra com a data de publicac?a?o no ano de 1941, muitas tema?ticas se aplicam aos dias de hoje ainda. Considero uma leitura mais que necessa?ria para ser debatida todas as questo?es sociais que o livro aborda.

??AVISO DE GATILHO: suici?dio, viole?ncia e alcoolismo.??

Layla 13/12/2020

Sobre solidão
Um dos títulos mais lindos que eu vi e casa perfeitamente com o livro. Traz debates atuais e inquietudes que ultrapassam qualquer barreira de época. Todos os personagens foram bem construídos e a gente acaba se apegando, principalmente Singer e Mick. É uma daquelas obras que ?nada? propriamente acontece, é uma sucessão de eventos cotidianos, alguns mais dramáticos do que outros, e tudo isso aproxima demais o leitor da história. Achei a leitura um pouco arrastada, mas acho que foi essencial pra ambientação do livro. É um marasmo e uma solidão que acompanham até o final, mas também fala de amor, amizade, preocupações sociais e empatia. Parece um pouco com a vida em si... Lindo demais!

Caroline.Mestanza 10/11/2020

Romance melancólico e intrigante
O coração é um caçador solitário é um livro que te faz pensar, e te deixa sempre com uma sensação de um sentimento estranho e desconhecido... Os personagens principais são muito diferentes uns dos outros, mas ao mesmo tempo tem a solidão que os conecta!
A sensação de solidão nos acompanha a leitura inteira, e nos faz refletir sobre nossos objetivos e nossa própria passagem por esse mundo louco!

rafa(eu) 19/09/2020

O título diz tudo
Ambientado no final dos anos 1930, numa pequena cidade dos Estados Unidos, O Coração é um Caçador Solitário apresenta histórias de personagens que compartilham algo interessante: a solidão. Uma garota sonhadora, um dono de um estabelecimento comercial, um ávido médico negro e um comunista zangado e crítico cruzam os seus caminhos a partir da chegada de uma figura aparentemente enigmática e atípica: o mudo John Singer.

Ao depositar desejos, sonhos e ideais na figura do homem, os quatro personagens encontram-se numa "corrida" de descobrimento sobre o que são e o que podem ser, evidenciando a falta de comunicação que possuem.

Apesar da escrita um pouco redundante, o livro deposita no leitor reflexões sobre a vida, a música, as questões raciais, a alienação, o trabalho, a sociabilidade e o marxismo.

Um livro que apresenta a solidão crua e constante e que não a larga nem mesmo na última frase.

Niz @mundo.literario 08/09/2020

Gostei.
Levei muito tempo para concluir o livro e creio que isso afetou minha opinião sobre o livro. É uma boa leitura, mas não me impactou tanto, mas recomendo.

Mari :) 21/08/2020

O coração é um caçador solitário.
Uma história impressionante. Trata muito sobre amor incompreendido e como os mecanismos de defesa contra a frustração atuam em uma sociedade. É uma história onde o amor flora de todas as maneiras, seja materno, amor inocente, mas também trata dos sentimentos mais grotescos do ser humano. A sociedade em todos os aspectos está neste livro, o preconceito e o racismo. Um livro muito complexo sentimentalmente que precisa ser lido lentamente e com carinho.
Aprendi diversas etapas que o amor pode apresentar. Aprendi a ser ainda mais empática e acima de tudo escutar!
A história gira em torno de Singer, um mudo que conquistou uma cidade, mas seu coração foi partido de tal maneira que ele não aguentou mais viver sem seu amor ao seu lado.
Muito bom!!!

Fernanda Taniz 10/08/2020

Ainda bem que eu dei mais uma oportunidade e fiz uma releitura da obra. A cada capítulo eu mergulhava na história das personagens e elas acabaram conseguindo ligar os pontos depois umas com as outras. Que escrita perfeita, envolvente e maravilhosa. Minha personagem preferida foi o Blount, talvez pelo final. Fechei o livro e fiquei uns minutos me sentindo mal e isso no bom sentido.

Shaolin Matador de Porco 07/08/2020

O coração é um caçador solitário
Em questão de enredo esse livro é lindo, tem uma história inspiradora e eu acho que pelo fato de ter muitos personagens, e todos eles serem solitários a sua maneira, muita gente vai se identificar.

Tem o mudo John Singer, é muito interessante analisar o papel do mudo nessa história, a todo tempo ele tornava as pessoas em sua volta, mas ele mesmo se sentia solitário por estar tão longe do melhor amigo, e apesar de sempre ter gente a sua volta, nunca era o suficiente, tem laços na vida que é tão forte que dói.

Mick Kelly na minha opinião é uma das personagens mais bem construídas do livro, junto com Singer e o Dr.Copeland, ela é filha do meio numa família cheia de irmãos, o fato de ter tanta gente envolta dela a deixava sufocada, e ela descreve no livro o "mundo de dentro" que é um lugar onde ela se refugia do "mundo de fora", o mundo de fora é onde está sua família necessitada, seus colegas de escola, a pressão que é ser uma menina em desenvolvimento numa época onde as meninas não podiam estudar e trabalhar ao mesmo tempo, e o mundo de dentro é um lugar lindo, cheio de música e tranquilidade, ela dizia que apenas ela e o Singer estavam no mundo de dentro.

O Dr.Copeland é um médico negro que abriu mão de sua família para um bem maior, cuidar do povo preto era uma missão de vida pra ele, e de acordo com cenário, é totalmente compreensível a preocupação dele, os pretos que trabalhavam eram vistos como inferiores, os pretos que estudavam eram visto como ameaça, ele ia de casa em casa para cuidar de seus pacientes e gostava de conversam com eles sobre como o povo preto precisa se juntar e lutar, é muito bonito ver no livro a forma como a comunidade dele age, não só em relação as palavras dele, mas em tudo...

Jake Blount é um agitador comunista, esse foi um dos personagens que eu não gostei muito, ele parece ser o tipo de pessoa que força a opinião a cima dos outros e esse foi o motivo de desentendimento entre ele e o Dr.Copeland, Jake dizia que primeiro tínhamos que começar um movimento sindicalista dos trabalhadores, e ele não está errado em querer acabar com o sistema capitalista, o problema é que ele não enxergava as necessidades urgentes do povo preto, os brancos poderiam ir pra rua protestar, se os pretos fossem a rua protestar como os brancos, eles sofreriam represálias das autoridades municipais, e isso o Jake não enxergava...

Biff Brannon é o dono do bar onde a maioria dos personagens se conheceram, ele não aparece muito no livro como os outros 4, e ele tem um papel observador na história toda, e no final das contas ele é um dos poucos que fica na cidade, e tudo que resta pra ele é a lembrança de quando o mudo recebia todos em seu quarto alugado e aliviava a solidão dos moradores da região.

site: https://takegilivritos.wixsite.com/estantetakegi

Letícia Motta 03/08/2020

O CORAÇÃO É UM CAÇADOR SOLITÁRIO
Numa cidadezinha do sul dos Estados Unidos, no final dos anos 1930 os efeitos da Grande Depressão ainda se fazem sentir. Personagens como Biff Brannon, dono do restaurante que nunca fecha na cidade, a garota Mick, forçada a passar abruptamente a infância à idade adulta, o agitador marxista Jale Blount, o médico negro Benedict Copeland, que atende de graça os pacientes pobres e luta pela emancipação racial, enfrentam além da carência material, o flagelo da solidão e da incomunicabilidade.
O centro desta narrativa em que cada capítulo assume o ponto de vista de um personagem, é o mudo John Singer, um homem triste e solitário, que por sua serenidade enigmática é visto como um santo pela comunidade.
Este livro é um dos motivos de eu amar tanto a TAG Curadoria, é uma história que mostra vários personagens como protagonistas, e é literalmente a situação de se colocar no lugar do outro, e neste caso, é cativante, emocionante e empolgante do início ao fim. Por mais leituras como essa!!
O coração é um caçador solitário foi publicado em 1940, quando a autora tinha apenas 23 anos, e obteve reconhecimento imediato. O romance foi adaptado para o cinema em 1968 pelo diretor Robert Ellis Miller e publicado no Brasil, com outra tradução, nos anos de 1980.

Josielle 14/07/2020

O livro traz personagens fortes através dos quais podemos refletir sobre questões humanas muito profundas, a maior delas sendo a solidão. É uma história que, para mim, foi arrastada, mas não por isso cansativa ou chata, pelo contrário, me senti bastante envolvida por cada um dos personagens, principalmente pela menina que cativa pela beleza como apresenta o "seu mundo interior" e como isso muda drasticamente à medida que a vida adulta vai chegando. Enfim, é uma leitura que vale muito a pena fazer, recomendo demais.

Adriano 02/07/2020

O melhor livro da Carson McCullers
O que mais adoro na escrita da Carson são as personagens. Sempre solitários, alguns quebrados pela vida, buscando compreender o sentido de tudo que acontece ao seu redor.

Em Balada do café triste, tínhamos a dona do café, uma mulher alta e forte que aguarda o retorno do marido que está preso. Nisso aparece um primo, anão e ambos se apaixonam. O marido retorna da prisão e o primo acaba se apaixonado por ele.

Já em o Coração é um caçador solitário, temos o Dr. Copeland, médico negro marxista, pai de 4 filhos (William, Karl Marx, Hamilton e Portia) tentando ensinar consciência de classe e raça para a comunidade pobre na qual presta serviços e lutando pela emancipação racial dessas pessoas.
Temos Mick, uma garota que ama música mas leva uma vida difícil e busca o sonho de ter um piano ao mesmo tempo que se vê saindo de forma abrupta da infância para vida adulta.
Tem Jake Blount, miserável, alcoólatra, comunista, indignado por viver em um país rico e ao mesmo tempo com tanta gente pobre.
Biff Brannon, dono do café da cidade que funciona 24 horas e aonde todos se encontram.

E temos o fio condutor da história, Sr. Singer, surdo-mudo, triste e solitário, visto como santo por todos.

Todos vivendo em cidadezinha da América nos anos 30, ainda sobre efeito da grande depressão.

Publicado em 1940, Carson tinha 25 anos. "Coração..." traz tantas questões de gênero, classe e raça que parece ter sido escrito nos últimos anos.

Carson McCullers é genial.

Maria16091 12/06/2020

No início estava gostando bastante, a leitura foi bastante fluida e a autora conseguiu me instigar a saber mais sobre os personagens e a história. O livro traz reflexões interessantes, a autora trata a solidão de uma forma bem sutil e delicada, adequando-a às individualidades e realidades de cada personagem, que por sua vez são complexos e bem construídos.
No entanto, depois da página 150 em diante comecei a perder o interesse, a narrativa ficou muito lenta, toda a fluidez do inicio se perdeu, e ao que me parece a autora tentou trazer uma profundidade que não conseguiu alcançar, só deixou a leitura cansativa e junto à carga emocional já presente na história tornou a experiência extremamente difícil. Além disso, não consegui me conectar com os personagens, o único que consegui gostar foi o mudo, Sr. Singer, os outros se tornaram muito irritantes em minha opinião, as narrações de Jake Blount para mim foram as piores de ler, o personagem não me despertou nenhuma simpatia, muito pelo contrário. A autora trouxe tantos problemas de vez que não houve aprofundamento em alguns aspectos, inúmeros diálogos que acabam não trazendo nenhuma reflexão ou questionamento e que não levam a lugar nenhum nem tem uma conclusão, apenas jogados na história sem um porquê. Essas são basicamente minhas impressões do livro, mas creio que isso vem muito dos meus gostos e individualidades e deixo claro aqui que não é um livro ruim, vai muito do seu interesse e "afinidade" de leitura se vai gostar ou não, essa foi somente a minha opinião sobre a obra.

Silvania.Saldanha 15/05/2020

Afinal tudo o que o buscamos na vida é o amor. Amor a nós mesmos, aos sonhos, à vida. E a vida? A vida precisa fazer algum sentido.

Libio 10/05/2020

O coração é um caçador solitário é muito bom. Gostei demais, recomendo.