O Coração é um Caçador Solitário

O Coração é um Caçador Solitário Carson McCullers




Resenhas - O Coração é um Caçador Solitário


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Ale 12/04/2020

"Toda noite o mudo andava sozinho durante horas pela rua. Às vezes as noites eram frias, com os ventos penetrantes e úmidos de março, e chovia grosso. Mas ele não ligava para isso. Andava com um passo agitado e sempre mantinha as mãos enfiadas nos bolsos das calças. À medida que as semanas passavam, os dias tornavam-se mais quentes e langorosos. Sua agitação foi aos poucos cedendo à exaustão, e percebia-se nele uma profunda calma. Seu rosto apresentava agora aquela meditativa paz que se vê a maioria das vezes nas pessoas muito sofredoras ou muito sábias. Mas ainda vagava pelas ruas da cidade, sempre calado e só."
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Sté.Souza 06/04/2020

Sobre solidão
O que eu posso dizer desse livro??
Em muitas horas achei difícil ler ele, porque achei bem prolixo, o que não quer dizer que tenha sido uma leitura ruim, na verdade foi muito boa, todo mundo está solitário e angustiado nessa história e, isso fez eu questionar sobre algumas coisas.
É uma leitura boa, mas acredito que não seja pra todo leitor.
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Arisa.RC 29/03/2020

Belíssimo, mas sem "pegada"
O livro é muito lindo e traz reflexões incríveis! É surpreendente como a autora nos faz mergulhar no universo de cada personagem, que estão ao mesmo tempo tão próximos e tão distantes. A necessidade humana de ser ouvido, de ter alguém, permeia toda a história e nos faz refletir sobre as nossas próprias relações e necessidades.
Porém, não espere um livro arrebatador. Tinha ouvido de algumas pessoas que era "o livro da sua vida" etc, e talvez tenha ficado com uma expectativa de uma leitura que me prendesse mais. O livro é incrível, mas não foi daqueles que não dá vontade de parar...
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Carol 23/03/2020

Encantador
Me encantei com a delicadeza que a Autora trata sobre solidão e a dificuldade de comunicação entre os seres humanos.
A história se passa nos Estados Unidos pós Grande Depressão, tendo como personagem principal Singer, um mudo. Ao longo do livro acompanhamos personagens de origens muito diferentes que se assemelham pelo fascínio pelo mudo, endeusado como a única pessoa que consegue entendê-los. Carson McCullers trata de forma genial sobre o sentimento de não pertencimento, com uma capacidade incrível de capturar a fragilidade existencial que permeia o vazio de uma existência solitária.
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Rbk 06/03/2020

Solidão × comunicação
O sentido do livro está o tempo todo presente na narrativa mas de uma forma sutil. A forma que a autora descreve as subjetividades dos personagens é muito convincente. A vida do mudo Singer é bastante agonizante. De todos os protagonistas, ele parece o mais solitário. Não sei se era a intenção da autora, mas o final dele apenas me deixou aliviada. A história toda me pareceu uma boa forma de falar sobre a falta ou dificuldade de comunicação entre os seres humanos. Parece que é um mal comum que sejamos sempre bastante autocentrados, o que dificulta vermos o outro fora das nossas próprias crenças. Ao mesmo tempo é sensacional ver que a literatura tem a capacidade de nos revelar subjetividades além de nós mesmos e esse livro consegue isto com maestria.
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Wamam 24/02/2020

Cru e visceral
Pensei muito a respeito se faria ou não uma resenha. Terminei o livro ontem a noite e me dei um tempo para absorvê-lo.

Bom, como já é dito na sinopse, Mick, Biff, dr Copeland e Jake partilham suas lutas e dificuldades diárias de um declínio de tristeza, com sr. Singer, um velho homem mudo e solitário, que é visto pelos demais personagens como uma válvula de escape. No meio disso, alguns personagens são levados a caminhos tristes e tortuosos, outros são obrigados a passar para a fase adulta abruptamente, um outro se perde em meio a seus credos e, no entanto, todos devem enxergar suas valas emocionais e discutir que a tristeza existe, é real e assombrosa. Assumi-la não implica em seu término, mas faz com que tudo seja menos doloroso. O CORAÇÃO É UM CAÇADOR SOLITÁRIO é um livro tão atual quanto fora para aquela época e, aborda temas que ainda afligem a sociedade. Fala sobre racismo, materialismo, capitalismo, existencialismo e há uma firme construção sobre a necessidade humana de comunicabilidade. É um grito que estruge alto porque deve ser ouvido.
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Gab 19/02/2020

Coração Solitário
Estamos sozinhos no mundo!? Quantas vezes nos pegamos pensando na vida e qual seu sentido!? Nesse romance estadunidense somos apresentados à personagens que, por sua solidão, buscam desesperadamente alguém que possa simplesmente ouvi-las. Nesse contexto, um surdo-mudo é o escolhido para tanto, com seu silêncio e calma as pessoas enxergam nele alguém especial e praticamente ficam reféns desses encontros até que algo acontece eles precisarão se encontrar e buscar algum sentido para tudo isso! Uma leitura profunda e fluida que vai encantar muitos leitores.
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Haninha182 09/02/2020

Solidão
Só quem já passou pelas mesmas dores que os personagens passaram poderia ter escrito esse livro. E quem não passou, lendo-o pode ter uma ideia do quão desesperador pode ser estar sozinho.
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Litchas 28/01/2020

Se vc quer um livro com final feliz não leia este rs.... desvela a realidade nua e crua! Os entendedores entenderão!! Rs
Suelen.Philomeno 28/01/2020minha estante
Kkkkk, obrigada por avisar!


Litchas 29/01/2020minha estante
Kkkkkkk




Carol 20/01/2020

A história se passa em uma cidade no sul dos Estados Unidos, iniciando-se no ano de 1939, enquanto o país ainda enfrentava as consequências da Grande Depressão que assolou o país. É nesse ambiente que conhecemos os personagens principais da trama: o surdo John Singer, personagem central de toda a história e para onde tudo parece convergir, a pré-adolescente rebelde Mick, o médico negro Copeland, o agitador marxista (e um pouco paranoico) Jake Blount e o observador e sensível Biff Brannon.

O amigo de John Singer, também surdo, é internado após alguns acessos de aparente loucura. Isso faz com que Singer acabe convivendo com outras pessoas e recebendo grande atenção delas. Conhece um a um dos demais personagens, que passam a procurá-lo para falar de seus anseios, de seus sonhos, de seus medos, vendo nele uma figura admirável e sábia. A obra é narrada em terceira pessoa e cada capítulo acompanha um dos personagens principais, alternando entre eles, o que me fez lembrar de uma novela, saindo de um núcleo para focar em outro, apesar de haver continuidade na história mesmo quando acontece essa “quebra” na narrativa.

Resenha completa no blog.

site: https://papoliterario.com.br/2019/01/29/o-coracao-e-um-cacador-solitario-tag-dezembro-de-2018/
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Raphael Cavalcante 05/01/2020

Sobre (re)existir
Há dois eixos que sustentam a obra-prima de Carson McCullers. O primeiro deles, existencialista, diz respeito ao sentimento de não pertencimento a partir da percepção de um mundo que parece não refletir o próprio universo interior. E tudo piora quando se vive numa desolada cidade do Sul americano, da década de 1930, palco de imensas desigualdades social e racial. Eis, então, o segundo eixo.

Algo que chama a atenção na narrativa de McCullers é a força de seu texto exatamennte oitenta anos depois. Isto se explica pela capacidade da autora em capturar demandas existenciais e políticas ainda tão presentes no bojo social. As liberdades individuais, as desigualdades promovidas pelo capitalismo, a fragilidade diante da opressão, o instinto de sobrevivência. São questões universais que fazem com que a realidade social americana da Grande Depressão se faça também sentir em tempos e espaços diferentes porque os catalisadores permanecem iguais.

Há um gosto agridoce após a leitura de ?O coração é um caçador solitário?. Mas, como concluiria um de seus protagonistas, a história da humanidade não é uma história de sobrevivência? Ainda que as ilusões sejam reduzidas a pó. Trata-se de uma daquelas leituras definidoras de caráter.
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Rafael Mussolini 30/12/2019

O coração é um caçador solitário
"O coração é um caçador solitário" de Carson McCullers (TAG - Experiências Literárias, 2018 em parceria com a Companhia das Letras) é o livro que fecha minha meta de leitura de 2019. E fecho com chave de ouro.

A história se passa no sul dos Estados Unidos em meados de 1939 e o livro em si foi publicado em 1940. Vários pontos tornam o universo em torno dessa obra excitante, como a própria biografia da escritora Carson McCullers, que tinha apenas 23 anos quando a escreveu. O livro encanta pelo seu caráter progressista, pois em pleno anos 40, Carson nos apresenta uma história onde as protagonistas são as minorias, com destaque para uma discussão muito interessante, responsável e sensível sobre a realidade dos negros. A autora tinha uma personalidade inquieta e durante toda sua vida enfrentou doenças e acontecimentos trágicos que não conseguiram impedir que ela se tornasse uma das autoras americanas mais influentes do século 20.

A narrativa acompanha as histórias de Singer, um homem surdo que conquista a todos com sua inteligência e simpatia, Mick que é uma garota sonhadora e apaixonada por música, Dr. Copeland um médico negro comprometido com a comunidade e com a justiça social, Jake Blount um bêbado incorrigível, comunista e que sonha encontrar a melhor forma de mostrar "a verdade" a todos e Biff Brannon um dono de restaurante que desafia todos os estereótipos do empresário padrão, pois é tão caridoso a ponto de não cobrar as dívidas das pessoas mais necessitadas.

A estrutura do romance consegue apresentar de forma muito completa cada uma dessas personagens e vamos entendendo o objetivo de vida de cada um deles, que serve para descrever a ebulição da sociedade na década de 40, o clima pré-guerra e o ápice de uma convulsão social. Através das vivências das personagens, Carson faz uma crítica bem elaborada sobre a estrutura política e social dos EUA, um país rico mas com altos índices de segregação. Dr. Copeland, o médico negro e dedicado à comunidade pobre e negra é responsável pelos capítulos mais belos e fortes da obra. Ele questiona a situação de servidão dos negros e levanta discursos sobre privilégios da branquitude e luta por direitos humanos. "O trabalho tem que começar de baixo. As velhas tradições têm que ser destruídas e novas têm que ser criadas. É preciso forjar todo um novo padrão para o mundo. Transformar o homem, pela primeira vez na história da humanidade, numa criatura social, vivendo numa sociedade ordeira e controlada em que ele não seja forçado a ser injusto para sobreviver."

Singer é a personagem que serve como elo de ligação entre todas essas personagens. Com o tempo ele se torna amigo e confidente de cada um deles. Por ser um bom ouvinte e conselheiro, é através das visitas a ele que conhecemos os desejos mais íntimos, as dores e alegrias dos nossos protagonistas. Enquanto escuta, Singer também luta com seus próprios anseios que ironicamente não divide com ninguém. É uma história sobre pobreza, preconceito, intolerância, solidão, mas também de amor e amizade. A seu modo cada personagem devota seu amor, não necessariamente romântico a algo ou alguém em demonstrações do verdadeiro afeto mesmo em situações onde o preço a se pagar era alto.

Saio dessa obra com muita curiosidade sobre a biografia da Carson McCullers. Nos anos 40 ela criou uma história pautada nas discussões de justiça social, direitos humanos, minorias, liberdade, justiça e igualdade para a população negra. Se hoje ainda é difícil convencer os brancos de seus privilégios e suas dívidas históricas, é incrível imaginar que McCullers foi uma mulher branca a frente de seu tempo, uma mulher branca antirracista.

#LeiaMulheres
Raphael Cavalcante 01/01/2020minha estante
Comecei a ler hoje!




Elijah_London 08/12/2019

O vazio da existência. A constante alternância entre o passado e um futuro de trevas - assustador e incerto. A escrita sutil, delicada e cheia de simbolismos de McCullers dá voz aos corações solitários. Corações que buscam inexoravelmente um sentido. Vale muito a pena ser lido e relido. Esse é um daqueles livros cuja história tende a ecoar na mente por muito tempo.
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Henrique Fendrich 21/11/2019

Para mim foi impossível não me identificar profundamente com a escrita e os personagens sensíveis que a Carson apresenta nesse livro maravilhoso que, sabe-se lá como, ela conseguiu escrever quando era pouco mais do que uma garota. A construção de um ambiente marcado pela melancolia e a difícil "luta pela vida" lembraram-me do meu querido Gorki. Ao fim de tudo, eu me apaixonei pela Carson.

Trechos:

"Todos nós aqui reunidos sabemos o que é sofrer reais necessidades. Isso é uma grande injustiça. Mas existe uma injustiça ainda mais amarga do que essa - a de ter negado o direito de trabalhar de acordo com suas habilidades. A de trabalhar uma vida inteira inutilmente. A de ter negada a chance de servir. Muito pior do que tirar os lucros de nossos bolsos é roubar de nós as riquezas de nossas mentes e almas".

"Por que é que, em casos de amor verdadeiro, não acontece com mais frequência de a pessoa que fica resolver seguir a pessoa amada cometendo suicídio? Será que é apenas porque os vivos têm que enterrar os mortos? Por causa dos rituais que têm que ser cumpridos depois de uma morte? Porque é como se a pessoa que fica subisse por um tempo em cima de um palco e fosse observada por muitos olhos e cada segundo inchasse e demorasse uma quantidade de limitada de tempo para passar? Porque ela tem uma função a desempenhar? Ou será que talvez, quando há amor, a pessoa que restou tenha que ficar no mundo para a ressurreição da pessoa amada - para que a pessoa que se foi não morra realmente, mas cresça e viva uma segunda vez na alma dos vivos? Por quê?".

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