JanaAna90 19/09/2022
O Conquistador de Corações
Mais um livro de Thomas Mann concluído e mais uma vez impactada com a grandeza da obra.
Desde quando ouvi falar em Mann foi com a descrição: é um grande escritor, porém suas obras são difíceis; não é para qualquer um, porém são obras maravilhosas e riquíssimas e muito belas. Então resolvi encarar o autor subindo por degraus (Rsrs) e eis que estou em minha segunda leitura, duas novelas de grande peso, segundo a crítica.
Antes de iniciar as leituras procurei informações sobre as mesmas, fiz leituras e assistir vídeos que retratavam sobre as obras de forma breve e sem spoiler. Ao final das leituras busquei informações de estudiosos sobre as obras e percebi, aqui fica a dica, que teria sido melhor se tivesse visto antes de ler, porque mesmo com spoiler teria aproveitado melhor a leitura (isso é minha opinião). Percebi o quanto perdi quanto ao aproveitamento da leitura. Uma professora salienta que, as releituras dessas obras vão descortinando camadas e nos possibilitando olhares e interpretações de leitura. Mas vamos lá, finalmente, para meu primeiro olhar para as novelas.
A primeira A Morte em Veneza, nessa conta a história de um escritor que em crise com sua arte viaja em busca de repouso e sem perceber se lança em uma busca por si mesmo, pelo belo e pela vida, não necessariamente nessa ordem, mas que nos faz mergulhar em nossa consciência sobre vida, morte, o bem e o mal. Aqui, encontrei o maior desafio e perdi vergonhosamente (só depois vi isso), desafio que seria transpor a minha ignorância, do preconceito, das ideias preconcebidas, de temas que julgava saber e conhecer, ao fazer a leitura dessa obra, cheguei nela com minhas ideias e meu suposto conhecimento sair dela extasiada, mesmo sendo desnudada a minha ruina (kkk). O que Mann faz nessa obra é magistral, utilizando recortes de mitologia, filosofia e usando de sua própria vivencia com elementos autobiográficos ele vai tecendo sua história. Buscando na arte e no belo, com um humor ácido falar de coisas sérias e profundas. Enfim, começo a entender que Mann vale a pena encarar.
Com a história de Tonio Kroger, também um escritor, que viaja para Dinamarca para descansar e aqui, mais uma vez, mergulhamos nas reflexões do personagem em busca de si mesmo e de solucionar questões sobre a vida e morte e, mais uma vez as angustias do artista, que no final das contas é de todos nós, diante da vida e das vicissitudes da mesma. As duas obras nos coloca a pensar sobre nós mesmos. Várias vezes reli trechos do livro, não por incompreensão, mas pelo prazer de reler.
O que posso dizer, Thomas Mann vem ocupando um lugar especial nas minhas leituras e aos poucos vou caminhando e me preparando para subir a Montanha Mágica, mais preparada, aberta e disposta. Que venha mais Thomas Mann na minha, na sua, na nossa VIDA.