Morte em Veneza & Tonio Kröger

Morte em Veneza & Tonio Kröger Thomas Mann




Resenhas - Morte em Veneza & Tonio Kröger


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Tiago 21/03/2023

Novelas curtas. Leitura densa
É um livro bem difícil de ser resenhado. São duas histórias com traços autobiográficos. Em ambos as novelas temos como protagonista um escritor. E este escritor, apesar de ter sucesso, tem alguma coisa que o atormenta. Em "A Morte em Veneza" temos muita divagação, um amor platônico, um tom mais triste e depressivo. Algumas digressões filosóficas sobre a beleza. Já em Tonio Kroger, temos um narrador que se sente diferente, começando pelo seu primeiro nome, nada alemão. O narrador refere-se a sua mãe como uma mulher fogosa "de lá de baixo" (será uma menção a mãe brasileira de Mann?). Diferente de "A Morte em Veneza", passada em poucos dias, Tonio Kroger pega diferentes períodos da vida do protagonista. Temos as suas paixões de infância e a sua maturidade como escritor. O tom é um pouco mais positivo do que o de "A Morte em Veneza".

Curiosamente, essas duas novelas de cariz autobiográfico foram escritas quando Mann ainda era muito novo.

A Morte em Veneza 3*
Tonio Kroger 4*
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J Falco 14/02/2023

A fatalidade na estética
A história do solitário escritor que, sob a neblina do Adriático, entre as grandes praças, os pequenos canais e as estreitas vielas de Veneza, se encanta pela beleza singular de um jovem turista. As considerações e reflexões estéticas presentes no livro são absolutamente sensacionais, inestimáveis para qualquer interessado no tema. De fundo, o enredo apresenta um certo mistério e suspense, que se desenrola de uma forma sutil e constante para o desfecho que, embora não sendo surpreendente, é definitivamente impactante.
Uma leitura agradabilíssima, relativamente leve e incitadora de reflexões sobre a vida, a arte e a estética, além de nos presentear com partes descritivas de uma das cidades mais icônicas do mundo.
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CAcera3 26/01/2023

Mann maravilhoso novelista
Essas duas novelas que foram escritas após o sucesso de estreia do autor (Os Buddenbrook) são a afirmação de uma mente brilhante e uma escrita altamente intelectual. O texto de Thomas Mann aqui se mostra muito denso, erudito e excepcionalmente belo.
Em A morte em Veneza acompanhamos Gustav Von Aschenbach, um escritor de sucesso, porém solitário. Sua vida é dedicada à sua obra e ela é seu legado para o mundo. Porém em um dia ensolarado ele tem um momento epifânico e decide fazer uma viagem; seu destino: Veneza. Lá ele se depara com uma família polonesa onde há um rapaz bem jovem, o belo Tadzio, por quem ele fica obcecado e desenvolve um sentimento platônico. Contudo esse sentimento, que não é muito claro mesmo com várias descrições ao longo da história, pode pôr em risco a própria vida de Gustav.
O texto inteiro é permeado pela questão da beleza, tema caro ao autor e esteta. Vale ler com muita atenção e com calma para se deliciar com a escrita incrível do autor.

Em Tonio Kröger temos algo de autobiográfico. O personagem principal, que dá título à novela, é também um autor e vamos conhecendo ele desde sua adolescência quando ele nos fala um pouco sobre sua família e suas origens, e podemos notar uma falta de orgulho acerca dessas informações. Conhecemos também a relação dele com outros dois personagens. O primeiro é Hans Hansen, um amigo por quem nosso protagonista tem um afeto muito forte e podemos até desconfiar de uma certa atração amorosa. A segunda é uma bela jovem,Ingeborg Holm, por quem Tonio se apaixona em sua juventude.
O que nos é relatado sobre essas relações dizem muito sobre a personalidade do protagonista e sobre como ele constrói sua visão sobre as pessoas e o mundo. Assim como em A morte em Veneza, em Tonio Kröger existe uma grande discussão sobre arte, beleza e legado. Porém nessa novela, publicada em 1903, temos ainda um Thomas Mann ainda com traços do romance tradicional e linear enquanto na outra, que sai em 1912, temos uma delimitação de tempo mais restrita e um relato menos tradicional, onde sabemos o que está dentro da consciência do narrador enquanto também observamos suas ações.

Estou lendo a obra do autor em ordem cronológica dos livros já publicados aqui no Brasil. Sair de Os Buddenbrook, que eu amei, e ir para essas duas novelas nos mostra como a escrita do Mann foi se elevando a nível - ainda mais - alto. Sigo apaixonada pelo que esse autor escreve.

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Jonathan.Queiroz 22/01/2023

Textos densos, mas prazerosos
Gostei de ambas as novelas, mas acho que me identifiquei mais com o Tonio Kröger. A morte em Veneza foi uma novela bem instigante, mas a narrativa fica numa zona cinzenta e prefiro não fazer nenhum julgamento moral... tem que ler pra saber o porquê rsrs Fico bastante imerso nas descrições que autor faz da cidade de Veneza, até parece que você está viajando com o protagonista e tendo as mesmas sensações que ele. Fiquei com muita vontade de visitar a cidade. Senti isso também lendo Os Buddenbrook e A Montanha Mágica. Mann sabe usar as palavras como poucos e consegue estimular a imaginação de maneiras inesperadas. É sempre um prazer estar em contato com a sua literatura.

Sobre Tonio Kröger, achei muito fácil me identificar com esse protagonista. Aquela sensação de ser, em algum nível, um 'outcast'... ter dúvidas se as pessoas ao seu redor tem algum apreço por vc realmente... correr atrás de quem não te quer e ignorar quem gosta de vc... misturar, ao mesmo tempo, um ego gigante com uma baixa estima ferrada kkkkkkkk Enfim, apesar de Tonio ser um burguês reclamão, no fim das contas, ainda achei muito fácil de me relacionar com ele hehehe
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Ronan 22/01/2023

NOTA GERAL: ⭐⭐⭐⭐½

~ A morte em Veneza (1912) - ⭐⭐⭐⭐⭐

Gostei demais dessa leitura, no início tive um pouco de dificuldade pra me ambientar na narrativa, mas assim que me acostumei foi uma leitura maravilhosa, amei como foi tratada a obsessão do Aschenbach pelo jovem Tadzio e como toda a história se desenvolveu até o chegarmos ao ápice da história.

~Tonio Kröger (1903) - ⭐⭐⭐⭐
"Dói demais sentir agitarem-se dentro de si maravilhosas forças lúdicas e melancólicas e saber que aqueles por quem você anseia mantêm diante delas uma serena inacessibilidade. Mas embora estivesse sozinho, excluído e sem esperança diante de uma persiana fechada e cheio de mágoa, fingisse poder ver através dela, ele, no entanto, era feliz."


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júlia 08/01/2023

na época que comprei, preferi ler primeiro pra dps assistir o filme, ainda n assisti, mas pretendo reler só pra relembrar de algumas coisas que acabei me esquecendo
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JanaAna90 19/09/2022

O Conquistador de Corações
Mais um livro de Thomas Mann concluído e mais uma vez impactada com a grandeza da obra.
Desde quando ouvi falar em Mann foi com a descrição: é um grande escritor, porém suas obras são difíceis; não é para qualquer um, porém são obras maravilhosas e riquíssimas e muito belas. Então resolvi encarar o autor subindo por degraus (Rsrs) e eis que estou em minha segunda leitura, duas novelas de grande peso, segundo a crítica.
Antes de iniciar as leituras procurei informações sobre as mesmas, fiz leituras e assistir vídeos que retratavam sobre as obras de forma breve e sem spoiler. Ao final das leituras busquei informações de estudiosos sobre as obras e percebi, aqui fica a dica, que teria sido melhor se tivesse visto antes de ler, porque mesmo com spoiler teria aproveitado melhor a leitura (isso é minha opinião). Percebi o quanto perdi quanto ao aproveitamento da leitura. Uma professora salienta que, as releituras dessas obras vão descortinando camadas e nos possibilitando olhares e interpretações de leitura. Mas vamos lá, finalmente, para meu primeiro olhar para as novelas.
A primeira A Morte em Veneza, nessa conta a história de um escritor que em crise com sua arte viaja em busca de repouso e sem perceber se lança em uma busca por si mesmo, pelo belo e pela vida, não necessariamente nessa ordem, mas que nos faz mergulhar em nossa consciência sobre vida, morte, o bem e o mal. Aqui, encontrei o maior desafio e perdi vergonhosamente (só depois vi isso), desafio que seria transpor a minha ignorância, do preconceito, das ideias preconcebidas, de temas que julgava saber e conhecer, ao fazer a leitura dessa obra, cheguei nela com minhas ideias e meu suposto conhecimento sair dela extasiada, mesmo sendo desnudada a minha ruina (kkk). O que Mann faz nessa obra é magistral, utilizando recortes de mitologia, filosofia e usando de sua própria vivencia com elementos autobiográficos ele vai tecendo sua história. Buscando na arte e no belo, com um humor ácido falar de coisas sérias e profundas. Enfim, começo a entender que Mann vale a pena encarar.
Com a história de Tonio Kroger, também um escritor, que viaja para Dinamarca para descansar e aqui, mais uma vez, mergulhamos nas reflexões do personagem em busca de si mesmo e de solucionar questões sobre a vida e morte e, mais uma vez as angustias do artista, que no final das contas é de todos nós, diante da vida e das vicissitudes da mesma. As duas obras nos coloca a pensar sobre nós mesmos. Várias vezes reli trechos do livro, não por incompreensão, mas pelo prazer de reler.
O que posso dizer, Thomas Mann vem ocupando um lugar especial nas minhas leituras e aos poucos vou caminhando e me preparando para subir a Montanha Mágica, mais preparada, aberta e disposta. Que venha mais Thomas Mann na minha, na sua, na nossa VIDA.
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Bia 14/08/2022

A morte em Veneza retrata a paixão Aschenbach por Tadzio e também, pelo belo. É interessante observar como dentro dessa narrativa altamente filosófica ocorre a mudança do personagem devido o novo sentimento que foi despertado, Gustav passa de um homem de razão para um homem que encara até mesmo a iminência da morte para continuar perto do seu amado.

Não é uma leitura fácil em certos momentos, mas é agradável.
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Qlucas 20/06/2022

Leia primeiro Tonio Kroger, depois Morte em Veneza.
''O Resultado foi esse um burguês que se desencaminhou na arte (...) Estou entre dois mundos, em nenhum dos dois estou em casa (...)''

Na leitura de Tonio Kroger é observado eixos de sentimentos de deslocamento do indivíduo: primeiro de origem étnica, onde o protagonista mestiço almeja a origem pureza e beleza nórdica; em segundo, o isolamento intelectual causado por fatores relativos a profissão de ser escritor, ao seu singular entendimento da arte profunda em relação aos demais; em terceiro, ao sentimento amoroso não correspondido. Embora a personalidade de Tonio ameace ser intragável, a maneira com que o escritor expõe abertamente os pensamentos tormentosos do personagem sobre si e o mundo é suficientemente boa para que o leitor crie uma simpatia ou, no mínimo, curiosidade sobre ele.

Sobre A Morte em Veneza, vou ser breve não gostei e não foi uma literatura empolgante.
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Yngleb 17/06/2022

A morte em Veneza
A morte em Veneza, Thomas Mann: Novela de 1912.
? O livro conta a história de Gustav Von Aschenbach que já estava cansado da monótona, meticulosa, perseverante e disciplinada vida exigente desse escritor renomado. Tomado de um ímpeto (aparentemente indomável do ser), após um passeio aos arredores de um cemitério, avista um "vulto" que, não se sabe se esta entrando ou saindo da capela. Passa a ter prenúncios de um futuro em dolorosa decadência em consequência de uma viajem a querer realizar.
? Pondo em prática seu plano de renovação de ares, passa por variados personagens excêntricos que lhe dão aversão (como por exemplo um velho que se passava por novo no meio dos jovens).
? Veneza é bela, no entanto, com a podridão ocultada por todos, principalmente, por aqueles que dependem do seu comércio, mas isso ainda não é percebido por nosso escritor enredado pelo desejo e a sedução, à princípio, pela folgosa gustação do descanso.
? Chega por um gondoleiro estranho que ao desembarca-lo, simplesmente some sem rastros. Se hospeda em um hotel luxuoso onde se depara com seu admirável deus grego (de acordo com que descreve).
? Daí começa uma obsessão desenfreável, perseguindo seu objeto de desejo. O levando a distorção da realidade pela dualidade intrínseca do ser pela razão e o desejo (libido como diz Freud). Onde está última o vence.
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djoni moraes 10/06/2022

Terminei de ler A Morte em Veneza e fiquei alguns dias sem ler nada, pois fiquei extremamente incomodado com o que acabei de ler. Sobre Tonio Kröger não vou falar aqui, pois mesmo entendendo por que os editores decidiram colocar ambas novelas na mesma edição, é de certa forma covarde deixá-las lado a lado para inevitavelmente serem comparadas.

A Morte em Veneza é uma breve novela de aproximadamente 90 páginas que acompanha a travessia de um autor muito renomado, Gustav von Aschenbach, em busca de renovação literária. No meio de sua travessia (que em alguns momentos flerta com elementos do sobrenatural), este homem se depara com o pueril Tádzio, um jovem/adolescente pelo qual Aschenbach desenvolve uma obsessão doentia. A linguagem usada por Mann aqui é, no início, um pouco truncada. Com certeza não é a forma mais fácil de iniciar uma leitura crítica de Mann como muitos dizem por aí (para isso acho que ler a história do Toninho é melhor), mas depois de algumas páginas Mann, com aquele gingado estético na escolha de suas palavras que só ele é capaz de ter, te ganha. Confesso que muitas vezes me incomodei (e muito) com toda essa adoração à figura do belo jovem, principalmente porque é impossível não nos remeter àquela obsessão "à Lolita" do Nabokov. No entanto, Aschenbach utiliza do jovem Tadzio para deixar fluir suas ideias acerca de beleza, estética, linguística, arte e, claro, dar belas alfinetadas à cultura burguesa alemã da época. E que tratado, que maestria, para falar de beleza e estética, assim como sobre desejos reprimidos, proibições e algemas sociais.

Com certeza um livro que vale a pena ler não só porque faz parte do cânone, mas também pelas muitas coisas (desagradáveis) que ele nos faz sentir. Certamente, uma das coisas que mais gosto da literatura é a capacidade desta me fazer sentir. E é sobre sentir e ponto, independente de que sejam coisas prazerosas ou não.
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Silvinha 13/05/2022

Dois em um
Este é o primeiro livro de Thomas Mann que eu leio na vida. São duas estórias diferentes compiladas em um único volume e confesso que muitas vezes eu confundi os dois protagonistas na minha cabeça. Lendo Tonio Kröger, me lembrava de passagens de A morte em Veneza e me parecia que o personagem era o mesmo. Ambos possuem essa característica melancólica, de observar de longe o que acontece no mundo ao redor deles.
Não sei bem ainda como me sinto em relação a estes livros
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Felipe 14/04/2022

Considerei as duas novelas dessa edição, muito boas. Foram os primeiros textos que li do Thomas Mann, e consegui ter o gostinho de como é a escrita dele. Achei bem rebuscada em alguns momentos, principalmente quando das discussões filosóficas sobre o ser artista e a arte em si. De modo geral, me pareceu uma escrita muito bonita e bem autobiográfica - pelo menos as duas novelas presentes nessa edição, que são "A morte em Veneza" e "Tonio Kröger". Ao final da edição, temos textos de apoio que dão conta, não só das novelas citados, mas também de grande parte da obra de Mann.

"E embora soubesse que o amor haveria de lhe trazer muita dor, tormento e humilhação, que ele, além disso, destrói a tranquilidade e enche o coração de melodias sem que se possa encontrar a paz necessária para dar forma definitiva a qualquer coisa e forjar com calma um todo completo e acabado, aceitou-o com alegria, entregou-se inteiramente a ele e o cultivou com todas as forças de sua alma, pois sabia que o amor nos enriquece e faz viver, e ele ansiava por ser rico e viver em vez de forjar com calma um todo completo e acabado..."
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